Meu filho não está crescendo. E agora?

Especialista explica que apenas 25% dos casos de baixa estatura são de origem genética. E explica transtornos do crescimento e também o nanismo

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Você já se perguntou se o seu filho está crescendo de forma saudável? Se a altura dele é compatível com a idade? Ou se há algum problema hormonal, principalmente se ele está na adolescência? Pois saiba que problemas relacionados ao crescimento são algumas das grandes preocupações de pais e também de especialistas. Ainda em referência ao Dia Nacional de Combate ao Preconceito Contra as Pessoas com Nanismo (25 de outubro), ouvimos o endocrinologista Isaac Benchimol para tirar dúvidas sobre esse transtorno e também sobre outros problemas que afetam o crescimento. Confira:

1 – A dificuldade de crescimento é algo comum? Existe alguma estatística sobre isso?

A deficiência do hormônio do crescimento é muito pouco comum. A maioria dos baixos é por déficit nutricional e baixa atividade física no período inicial das suas vidas. No Brasil não temos estatísticas sobre isso.

– O que é considerado um problema de crescimento? O diagnóstico é feito pelo pediatra?

Quando cresce abaixo da curva ou houve uma queda na curva do crescimento. A suspeita clínica é do pediatra e da família. O endocrinologista é o responsável por pedir os exames e confirmar a suspeita diagnóstica.

3 – A baixa estatura é uma questão genética ou pode estar associada a outros fatores? Quais?

Os fatores genéticos são responsáveis por aproximadamente 25% do crescimento. Outros importantes fatores são a alimentação e a atividade física. Crianças que não se alimentam bem ou têm manias alimentares crescem próximo das curvas mínimas de crescimento. É o que chamamos de desnutrição relativa. O último e maior fator de déficit de crescimento é a falta total ou parcial do hormônio do crescimento ou outros hormônios, como os sexuais, e a tireoide. Todos precisam ser avaliados mais de uma vez.

4 – Que problemas de saúde podem estar relacionados à baixa estatura?

Temos os problemas do hipotálamo e hipófise, com os nanismos hipotalâmicos ou hipofisários. O diagnóstico é feito por ressonância magnética e dosagens hormonais. Os exames vão encontrar tumores nessas áreas e baixa dos hormônios hipofisários. O tratamento será cirúrgico e/ou reposição dos hormônios que estiverem baixos. Temos ainda as alterações genéticas do metabolismo ósseo. São os nanismos acondroplásicos, os nossos conhecidos anões, como essa personagem que está na novela ‘Do Outro Lado do Paraíso‘. Esses não têm tratamento, nem cirúrgico ou com medicação.

5 – Existem tratamentos para manter o crescimento adequado? Quais?

Sim. Substituímos cada hormônio que esteja faltando ou com resposta diminuída: hormônio do crescimento, hormônios sexuais, hormônio da tireoide. Estimulamos uma dieta rica em proteínas, pobre em doces e rica em atividade física.

6 – E existe limite de idade para tais tratamentos?

Existe. Porque não adianta tratar após idade cronológica ou idade óssea acima de 18/19 anos. A despesa vai ser grande e o ganho em altura muito pequeno.

7 – Pessoas com nanismo tendem a ter algum tipo de doença mais comum? Quais?

As doenças mais comuns são no fígado, coração e qualquer outro órgão com alguma deficiência genética. É bom que a gente lembre: as deficiências genéticas costumam ser múltiplas e de menor ou maior intensidade.

8 – Como deve ser a alimentação e os hábitos de vida de uma pessoa com nanismo

Os hábitos alimentares devem ser o mais normal possível, sem excessos. Podem comer de tudo, tomando cuidado com a quantidade e qualidade. Em resumo, educação ao se alimentar. Não tem restrição específica. Podem tudo, no sentido mais amplo possível. Os limites serão impostos por eles mesmos dentro dos desejos e prazeres. Vá à luta pelo que quer. Vencer seus limites, auto discriminação e a discriminação dos familiares e amigos. É preciso muita autoestima.

 

9 – Crescer muito acima do esperado também é motivo de preocupação? Também existe tratamento para desacelerar o crescimento?

Existe um crescimento aumentado sem nenhuma alteração laboratorial dos hormônios. Este é um alto normal. Os fatores genéticos foram os responsáveis. Podemos diminuir esse crescimento, mas não é recomendável. Existe o crescimento anormal, devido ao excesso de hormônio do crescimento, causado por uma alteração na hipófise ou hipotálamo. Temos tratamento medicamentoso ou cirurgia. Isso vai depender da causa etiológica.

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