Já realizada na América do Norte e Europa, a abordagem denominada TORS (Trans-oral robotic surgery) é considerada o principal tratamento para a condição é o uso do CPAP, equipamento externo que baliza a pressão do oxigênio que entrará pela via área do indivíduo, permitindo que essa pressão ultrapasse a obstrução presente naquele organismo, e a cirurgia, para ampliar a passagem do ar.
Para pacientes adultos, a cirurgia robótica com o laser é capaz de reduzir muito a quantidade de interrupções da respiração durante o sono, proporcionando mais qualidade de vida e principalmente reduzindo os principais riscos que a doença traz ao organismo”, explica Denilson Storck Fomin, médico otorrinolaringologista da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.
Segundo ele, o paciente apneico grave tem 30 apneias ou mais por hora. “Com esta cirurgia, conseguimos diminuir pelo menos em 50% as interrupções de respiração durante a hora de sono. Esta técnica chega ao Brasil com a proposta de trazer benefícios para os pacientes que sofrem da doença”, completa.
Cada interrupção chega a ter até 10 segundos. É uma doença evolutiva, ou seja, se você não tratar o problema na raiz, pode ter graves consequências como um aumento bastante importante dos riscos cardiovasculares, metabólicos e cerebrais”, explica o médico.
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Diferenças entre a cirurgia tradicional e a robótica
Embora seja utilizado com certa frequência por médicos, os robôs cirúrgicos possuem uma série de diferenças em relação a cirurgia tradicional, àquela realizada por especialistas de diferentes especialidades. O diretor técnico do Hospital Santa Catarina (SP), Fernando de Andrade Leal, que acompanhou todo o processo de implementação do robô cirúrgico Vinci Xi, lista as principais diferenças entre os tipos de procedimentos.
- Como exatamente é feita a cirurgia?
O médico faz todo o procedimento em uma espécie de cabine, que conta com controles manuais, painéis auxiliares e pedais. O robô, no caso do Vinci Xi, possui quatro ‘braços’, sendo que um fica com a câmera e os outros três realizam o trabalho efetivamente. A imagem captada aparece em 3D para o cirurgião, que pode ampliá-la em até 15 vezes. O profissional realiza os procedimentos sentado confortavelmente, o que, consequentemente, diminui o desgaste físico. Em todos os procedimentos, há, ainda, uma equipe ao lado do paciente para aplicar a anestesia e realizar outras funções. A cabine e o cirurgião ficam um pouco afastados do paciente, o que diminui consideravelmente os riscos de infecção. - Quais as diferenças básicas para a cirurgia comum?
A depender do tipo de procedimento, a recuperação do paciente operado pelo aparelho pode ser duas vezes menor. Isso se deve a maior precisão e delicadeza aplicada pelo robô, que causa uma agressividade menor ao organismo. O risco de infecção também é inferior, assim como a possibilidade de dores e sangramentos. Menos invasiva, possibilita incisões menores, além de maior precisão em áreas de difícil acesso. A visão (que pode ser tridimensional) e as condições ergonômicas são melhores para o profissional que no método tradicional. Outra vantagem importante é que um programa com inteligência artificial repara tremores nas mãos do cirurgião.- Podemos afirmar que é mais seguro esse tipo de procedimento?
É importante deixar claro que o equipamento não faz nada sozinho. Todos os movimentos feitos pelo equipamento são do médico. Se alguma ação imprevista acontecer, como um movimento brusco acidental, o sistema é travado automaticamente. Se o cirurgião tirar o rosto da tela de controle, o robô também interrompe imediatamente o procedimento. Por ser composto de uma série de sistemas complexos, o robô também passa por um protocolo de verificação de todos os itens a cada uma hora de cirurgia.