No limite da emoção: entre a alegria e a raiva

O livro ‘Sensibilidade à flor da pele’ desvenda o transtorno borderline, que mescla sentimentos tão diferentes e pode causar muitos estragos nas relações

borderline
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Neste domingo, vou falar sobre sentimentos. Sentimentos como tristeza, medo, melancolia, raiva. Horríveis de sentir, contudo comuns, muito comuns. Sentimentos que vão chegando muitas das vezes devagarinho e, quando percebemos, estão instalados dentro de nós, demoram tempo demais a sair, deixando-nos incapacitados e sem forças para fazer o que gostamos.

Mas como saber se tais sensações vão embora sozinhas do mesmo jeito que vieram, se estamos só passando por uma fase difícil ou se representam sintomas de algum distúrbio mais sério, tornando-se imperativo procurar ajuda? Talvez o livro Sensibilidade à Flor da Pele – Entendendo o Transtorno Borderline, de Helena Polak (foto), possa ajudar. Nele, a professora e tradutora parte de uma experiência familiar para desvendar uma doença que ainda é muito pouco conhecida, mas que traz profundo impacto social e familiar na vida de quem sofre.

Helena Polak viu na repentina e dolorosa mudança de atitude de uma sobrinha a motivação para escrever o livro. Queria saber o que levava a jovem a mentir, ser agressiva e autodestrutiva num momento e, no outro, alegre e gentil. Ela então resolveu pesquisar a fundo um distúrbio comportamental relativamente comum, mas paradoxalmente pouco estudado pela ciência. 

Um de seus principais objetivos, no livro, é “colocar o transtorno de personalidade limítrofe (borderline) no mapa”. Ela compartilha seus estudos e descobertas no livro. A manifestação, segundo a autora, atinge cerca de dois milhões de novos casos todos os anos no mundo (com mais chance entre mulheres). Borderline significa “fronteira” ou “limite”, em inglês, integrando o ‘Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais’.

Difícil diagnóstico

Apesar de ter sido descrito pela primeira vez, em 1938, pelo psicólogo norte-americano Adolf Stern, para definir uma patologia entre a neurose e a psicose, o conceito de borderline permanece pouco conhecido. Cerca de 25% das internações por problemas mentais são devidas ao borderline, mas demoram demais para fazer o diagnóstico.

Para tentar ajudar a sobrinha, Helena percorreu consultórios de psiquiatras, psicanalistas e terapeutas, em busca de um diagnóstico que indicasse o tratamento e alívio para o sofrimento da família.  “Minha sobrinha começou a apresentar atitudes muito preocupantes, gerando mágoas e ressentimentos. Por esse motivo saí em busca de explicações para as possíveis causas de tais comportamentos”, diz.

Principais sintomas

No livro, a autora apresenta os principais sintomas que podem ajudar a diagnosticar o problema, que provoca instabilidade no comportamento. A síndrome costuma se manifestar por comportamentos impulsivos, sentimentos crônicos de vazio, raiva em demasia. Além destes sintomas, podem ocorrer variações bruscas e frequentes de humor, forte reatividade a críticas ou rejeição, impulsividade exacerbada, ataques de ansiedade/pânico, carência emocional e depressão.

“Acredito que, por intermédio da disseminação de informações atualizadas, é possível promover maior compreensão e compaixão tanto entre os parceiros e familiares quanto entre os próprios portadores de sintomas borderline, mostrando que os relacionamentos podem ser melhorados, e que existe possibilidade de recuperação com ajuda de terapia, medicamentos, apoio familiar e ambiente acolhedor”, afirma Helena.

Sobre a autora

Helena Polak, de 73 anos, é professora e tradutora. Bascida em Praga, capital da República Tcheca (fazia parte da antiga Tchecoslováquia), e radicada em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG).

Serviço:

bordeline - sensibilidade à flor da pele

Livro: Sensibilidade à Flor da Pele – Entendendo o Transtorno Borderline

Autor: Helena Polak

Páginas: 95

Preço sugerido: R$ 33,20 (impresso) ou R$ 15,07 (e-book)

Editora: Clube dos Autores

 

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