Tratamento para varizes agora no SUS: tudo sobre a escleroterapia

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varizes Tenho indicação médica, mas sempre fui adiando até hoje porque odeio agulhas. Agora, espero criar coragem, procurar um angiologista e, quem sabe, me submeter aos procedimentos necessários para reduzir os efeitos das microvarizes que vão muito além da questão estética! A boa notícia é que, a partir deste mês de fevereiro, o Sistema Único de Saúde (SUS) passa a oferecer a escleroterapia ecoguiada com espuma para o tratamento de varizes.

Mais conhecida como “aplicação de vasinhos”, essa técnica, de acordo com o Ministério da Saúde,  consiste na aplicação de uma injeção com uma substância esclerosante chamada Poidocanol, em forma de espuma, diretamente nas varizes, até que estas desapareçam. “Essa técnica já existe há mais de 30 anos. Com o passar do tempo, foi sendo desenvolvida e barateada. A codificação dessa técnica pelo Ministério da Saúde é importante, porque beneficia milhares de brasileiros ter esse tipo de procedimento na rede pública”, comenta Carlos Peixoto, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBACV-RJ).

Só no Rio de Janeiro, 12 mil pessoas aguardam pelo tratamento na rede pública de saúde, segundo último levantamento da entidade. O procedimento é menos invasivo, não exige internação e nem repouso no pós-operatório.  Na técnica é injetada uma medicação nas veias comprometidas através de uma seringa. Essa substância promove uma espécie de irritação dos vasos, fazendo com que eles “sequem”.

A substância indicada varia de acordo com cada caso, mas pode ser espuma, glicose ou laser. Depois da aplicação, o sangue não pode mais entrar na veia tratada, o que evita a formação de novas varizes no mesmo local. “É um tratamento quase indolor, pois o calibre da agulha é muito fino. As pacientes costumam relatar leve desconforto e pequeno ardor momentâneo”, descreve o angiologista.

De acordo com o Ministério, a técnica é considerada inovadora para o tratamento de varizes e, segundo estudos apresentados à Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias ao SUS (Conitec), provoca menos dor no pós-operatório e o paciente precisa de menor tempo de licença para tratamento médico.  O tratamento com escleroterapia é indicado, principalmente, para os casos de telangiectasias (pequenos vasinhos vermelhos) e microvarizes. “Mas também é utilizada em casos complicados de varizes, como os de úlceras de perna, em pacientes idosos e nas varizes pélvicas”, destaca Peixoto.

Além da nova técnica, as pessoas que sofrem com varizes tem à disposição no SUS tratamento cirúrgico, atendimento fisioterapêutico e fasciotomia para descompressão. O Ministério informou que o SUS dispõe de mais de dez mil angiologistas e cirurgiões vasculares e realizou, no último ano, 1,2 milhão de ultrassonografias coloridas e mais de 70 mil cirurgias para retirada de varizes.

Tratamento médico, não estético

De acordo com especialistas, o tratamento de varizes é médico e não estético, por isso deve ser realizado por angiologista ou cirurgião vascular. Apenas eles saberão diagnosticar corretamente o problema e indicar o melhor tipo de tratamento. Esta é a essência da campanha lançada pela SBACV para esclarecer a população a importância de se realizar escleroterapia, o tratamento das varizes, com o médico especialista no assunto. Se não tratadas, com o tempo, as varizes podem gerar complicações.

“Os principais riscos do indivíduo portador de varizes nas pernas são trombose venosa, tromboflebite, úlcera varicosa e sangramentos pelas varizes”, explica o presidente da SBACV, Ivanésio Merlo. O cirurgião vascular ressalta que embora seja aparentemente simples, a escleroterapia não está isenta de complicações gerais e locais. “Apenas o médico especialista saberá agir frente a uma complicação”, acrescenta.

“No momento da injeção da espuma densa acontece o chamado “efeito espuma” onde se pode perceber o momentâneo desaparecimento do vaso varicoso esclerosado. É importante ressaltar que em seguida poderá ressurgir parcialmente necessitando de uma sessão complementar.
É fundamental que o paciente dê continuidade ao tratamento para que o seu Angiologista faça o acompanhamento devido, pois em alguns casos será preciso drenar o sangue retido para que não ocorram as indevidas manchas hipercrômicas (acastanhadas)”, explica o angiologista Edson A. Neves, da Clínica Varizes.

Tire suas dúvidas sobre o problema

1. Por que as varizes aparecem? Existe um “público-alvo”?

As varizes costumam aparecer a partir dos 30 anos e a maior incidência é registrada em quem possui histórico familiar e para os que levam vida sedentária, têm pressão alta, obesidade ou passam longos períodos em pé. Uma das formas de prevenção é manter hábitos saudáveis de alimentação, além de praticar exercícios regulares.

2. Quais são as consequências de varizes não tratadas?

A doença varicosa, seja ela de que tamanho for, não pode ser considerada apenas um problema de desarmonia das pernas. Quando não tratadas, as varizes podem desencadear, ao longo da vida, sérios problemas de saúde. Entre esses, tromboflebites, tromboses venosas e até embolia pulmonar. Além disso, a doença venosa crônica pode, com o passar do tempo, levar ao escurecimento, eczema e hemorragias (sangramentos espontâneos) na perna acometida, culminando com a úlcera varicosa, que quase sempre é de difícil tratamento.

3. Quais são os tipos de varizes?

De uma forma geral, as varizes são veias dilatadas, tortuosas que não exercem mais, de forma eficiente, a função de levar o sangue de volta ao coração. Existem três tipos de varizes: as telangiectasias, veias muito finas, de cor rosa ou violácea, também conhecidas como teias de aranha, com calibres entre 0,1 e 1mm; as reticulares, maiores que as anteriores, com calibre médio até 4 mm; e as veias varicosas de grossos calibres, acima desse diâmetro

4. Quais são os sintomas?

Geralmente, os sintomas são dor, ardência, queimação, sensação de peso e edema (inchaço) nas pernas e tornozelos.

5 – Como aliviar as dores causadas pelas varizes?

Há medicamentos e meias elásticas, que necessitam de orientação do angiologista/cirurgião vascular. Outra medida usual em caso de sintomas como dor, peso, cansaço ou edema vespertino seria colocar as pernas elevadas acima do coração por uns 15 ou 20 minutos sempre que possível.

6 – Por que devo fazer a escleroterapia com um médico angiologista/cirurgião vascular?

Porque somente o angiologista e/ou cirurgião vascular são especialistas na doença varicosa e poderão diagnosticar corretamente o problema. Somente ele saberá, com segurança, qual a melhor técnica a ser empregada em cada caso, e a verdadeira dimensão de suas varizes (elas podem ser um problema maior do que aparentam e requerer tratamento cirúrgico, por exemplo).

7 – Quais os riscos de se fazer o procedimento com profissional não especializado?

Embora o método seja aparentemente simples, não está isento de complicações gerais e locais, quando realizado por não especialista. Pior ainda quando não médico. Entre essas complicações estão: feridas (úlceras de difícil cicatrização), manchas escuras, flebites superficiais ou trombose venosa profunda (formação de coágulo em uma veia superficial ou veia profunda não esperadas). Apenas o médico especializado tem capacidade para tratar corretamente esse problema.

8 – Quais são os tipos de tratamento para varizes?

Escleroterapia com substância líquida – É feita através da aplicação de uma injeção com produto esclerosante diretamente nas varizes. A escleroterapia de varizes pode ser realizada com produtos disponíveis no mercado. O médico angiologista /cirurgião vascular saberá escolher o melhor para cada caso.

Escleroterapia com espuma – Está reservada para certos casos especiais e consiste em aplicar uma substância esclerosante, em forma de espuma densa, diretamente nas varizes.

Escleroterapia a laser – Em geral, é utilizada em associação com a escleroterapia líquida ou espuma. O laser trata as varizes por cauterização enquanto a escleroterapia líquida ou espuma trata por inflamação do vasinho. A escleroterapia a laser não é recomendada para pessoas de pele negra ou muito bronzeadas.

Serviço no Rio:

Os médicos treinados pela SBACV-RJ realizam a técnica de escleroterapia nos seguintes hospitais: Pedro Ernesto, Miguel Couto, Andaraí e Hospital Federal dos Servidores do Estado. Nestes locais, os pacientes recebem o tratamento por já frequentarem os hospitais. Eles não são direcionados pelo Sisreg, o Sistema de Regulação de consultas e exames do SUS. Na rede privada, o tratamento custa, em média na rede privada, R$ 400 (Zona Sul e Barra da Tijuca).

Fontes:  Ministério da Saúde, Varizes.Com e SBACV

Confira a demonstração de uma sessão de escleroterapia (tratamento de varizes) com uso da espuma densa efetuado nas Clínicas Varizes.com pelos Dr. Edson A. Neves e Dr. Hugo Coelho Neves

 

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