Agosto Dourado: 3 entre 10 mães não amamentam por 6 meses

Apesar de estar à frente de países desenvolvidos, Brasil ainda precisa avançar no aleitamento materno. Entenda a importância do Agosto Dourado

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Referência mundial em aleitamento materno, o Brasil está à frente de Estados Unidos, Reino Unido e China: aqui, 41% das mães alimentam seus filhos exclusivamente com leite materno pelo menos até os seis primeiros meses de vida. O índice é um pouco maior que os 40% praticados no mundo, embora ambos ainda abaixo da meta global estipulada em 50% pela Organização Mundial da Saúde.

A Famivita em seu mais recente estudo, constatou que 31% das brasileiras não conseguiram atingir o objetivo de amamentar seus filhos, exclusivamente por seis meses, como recomendam a OMS e o Ministério da Saúde, já que as fórmulas não são capazes de imitar fielmente a composição do leite materno. O estudo mostrou que 19% das brasileiras não conseguiram amamentar todos os seus filhos. Principalmente as mulheres mais jovens, dos 18 aos 24 anos, que correspondem a 21% das participantes.

Os dados demonstram que, no Rio de Janeiro e no Paraná, 30% das mulheres não conseguiram atingir os seis meses exclusivos de amamentação. Em São Paulo e em Minas Gerais, o percentual é de 35% de mulheres que não conseguiram amamentar de forma exclusiva. E o Rio Grande do Sul, é o estado com o maior percentual de mulheres que não conseguiram amamentar, com 41% das entrevistadas.

Segundo a OMS, elevar o período de amamentação poderia salvar anualmente 800 mil vidas de crianças menores de cinco anos. A meta é que, até 2025, pelo menos 50% dos bebês de todo o mundo sejam amamentados exclusivamente pelos 6 primeiros meses de vida, quando possível, claro.

Estudo recente realizado pelo Ministério da Saúde mostra que os índices de aleitamento materno estão aumentando no Brasil. De acordo com os resultados preliminares do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), realizado entre fevereiro de 2019 e março de 2020, 53% das crianças brasileiras continuam sendo amamentadas no primeiro ano de vida, e mais de 45% das menores de 6 meses recebem exclusivamente o leite materno como alimentação.

O mês de agosto é um momento importante para o universo materno/paterno infantil, pois é um período em que o tema amamentação ganha ainda mais destaque e traz para o centro das atenções um assunto tão essencial, mas que ainda é rodeado de tabus e desinformações. Neste domingo, dia 1º de agosto, começa a Semana Mundial de Aleitamento Materno, que vai até dia 7, e que este ano tem como tema “proteger a amamentação: uma responsabilidade compartilhada.”

Queda na mortalidade infantil

Além disso, agosto é também o mês do Aleitamento Materno no Brasil, o Agosto Dourado. Um dos objetivos desta semana tão importante, é proteger o aleitamento materno para melhorar a saúde coletiva e reduzir a mortalidade infantil. Em 1990, essa taxa chegava a 66 bebês em cada mil nascidos. Em 2019, a taxa caiu para 13 óbitos por mil nascidos. Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), a amamentação realizada pelo menos até os seis primeiros meses de vida pode evitar, por ano, a morte de 1,3 milhão de crianças de até 5 anos.

O leite materno tem tudo o que o bebê precisa, protegendo a criança contra muitas doenças e infecções.  De acordo com o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a amamentação deve ser por livre demanda. Amamentar também beneficia a saúde das mães, prevenindo doenças cardiovasculares, osteoporose, a diabetes tipo 2, o câncer (mama, ovário e útero), o sangramento no útero e a depressão.

O tema precisa sempre ser lembrado e reforçado pela sociedade, mas enxerga-se uma evolução nessa questão e uma mudança cultural no acesso a orientação e informação sobre a importância da amamentação, além de um maior apoio das famílias por parte de todos os representantes da sociedade civil. Por isso, o mês visa incentivar a consciência de papais e mamães sobre o assunto. O ato da amamentação é psicossomático, ou seja, também depende de fatores emocionais e psicológicos para que tudo ocorra da melhor maneira possível, construindo e fortalecendo os laços maternais nos primeiros seis meses de vida.

E quem não consegue amamentar?

O Agosto Dourado também aborda questões como casos de mulheres que efetivamente não conseguem ou possuem dificuldade no inicio de amamentar no seio, seja pela dor, por conta do mamilo invertido ou machucado, entre outras dificuldades. Já outras parturientes não conseguem amamentar naturalmente na quantidade que desejaria.

Nesses momentos, o suporte e apoio emocional da família, além de ajuda profissional para encontrar a melhor maneira de nutrir seu pequeno, são essenciais. No entanto, a falta de orientação adequada na hora de amamentar pode causar alguns transtornos para as mamães, podendo causar dor, e dificultando a pega pelo bebê.

Mas é muito importante que elas não desistam, pois o leite materno tem tudo que o bebê precisa para crescer saudável. Muitas mães recorrem a uma consultoria de amamentação, onde têm acesso a profissionais especializados e experientes, 100% online e suporte pós-consulta durante 15 dias. O processo é rápido e pode envolver um custo abaixo do que as fórmulas e leites especiais.

Mais sobre o Agosto Dourado

Agosto Dourado foi criado em 1990, em um encontro da Organização Mundial de Saúde com a UNICEF, momento em que foi gerado um documento conhecido como “Declaração de Innocenti”. Para cumprir os compromissos assumidos pelos países após a assinatura deste documento, em 1991 foi fundada a Aliança Mundial de Ação pró-Amamentação (WABA)

Em 1992, a WABA criou a Semana Mundial de Aleitamento Materno. No Brasil, o Ministério da Saúde coordena a Semana desde 1999, desde então, são realizadas campanhas e eventos para celebrar a promoção, a proteção, o apoio ao aleitamento e incentivo a doação. O mês de agosto foi instituído por Lei Federal como o mês do Aleitamento Materno. Ele é dedicado ao incentivo, promoção, proteção e apoio à amamentação.

Criada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Pediatria, a campanha “Agosto Dourado” busca incentivar papais e mamães sobre o assunto, e que seja um mês dedicado ao incentivo a amamentação. Além de ser um ato de amor, amamentar é direito de todas as mães. Seja no trabalho, em casa e até quando estão privadas de liberdade, elas têm direito a alimentar o seu filho no peito. Mais que isso, o aleitamento materno é também um direito da criança.

Com Assessorias

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