Um em cada quatro paulistas já pegou o novo coronavírus

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A cidade de São Paulo tem, no mínimo, 2,2 milhões de pessoas que já foram infectadas pelo novo coronavírus – ou 26,2% da população adulta moradora da capital paulista. É o que estima a quarta fase do SoroEpi MSP – Inquéritos soroepidemiológicos seriados para monitorar a prevalência da infecção por SARS-CoV-2 no Município de São Paulo.

Em comparação com a fase anterior, a pesquisa apontou aumento de 8,3 pontos percentuais na soroprevalência, passando de 17,9% para 26,2%, ou seja, em termos práticos, a relação seria de um indivíduo para cada quatro na cidade de São Paulo. Em outras palavras, no período entre a terceira fase e a quarta fase, ocorridas em julho e outubro, respectivamente, aproximadamente 700 mil adultos foram infectados pelo SARS-CoV-2.

Assim como os resultados das fases anteriores, os dados da pesquisa mostram que nível de escolaridade, raça/cor da pele e renda média do distrito continuam estatisticamente relacionados com a taxa de prevalência. Para se ter uma ideia, a soroprevalência, isto é, a frequência de indivíduos com anticorpos contra o novo coronavírus em pessoas que vivem nos distritos classificados como de renda média mais baixa é de 30,4% versus 21,6% naqueles indivíduos que pertencem ao estrato de renda média mais alta.

Pessoas com ensino fundamental apresentam soroprevalência 2,2 vezes maior do que aqueles com nível superior completo (35,8% contra 16,0%). Em termos práticos, no grupo de pessoas com escolaridade mais baixa, um indivíduo em cada três já teve contato com o vírus e produziu anticorpos. Para aqueles com grau de escolaridade médio, essa relação é de um em cada quatro; e com escolaridade alta, a relação entre infectados e não infectados é de um indivíduo para cada seis.

Situação semelhante ocorre com relação à raça/cor da pele: a frequência de pessoas com anticorpos contra o novo coronavírus é maior entre pretos e pardos em comparação com pessoas brancas (31,6% contra 20,9%).

A quarta fase da pesquisa foi realizada entre os dias 1 e 10 de outubro de 2020 (28 semanas após o primeiro caso registrado na cidade). Nesta etapa, foram analisadas 1.129 amostras de sangue de participantes residentes em 152 setores censitários. Foram sorteadas 8 residências em cada setor censitário.

O projeto

O SoroEpi MSP é um projeto colaborativo entre cientistas, médicos e profissionais renomados com o apoio do Grupo Fleury, IBOPE Inteligência, Instituto Semeia e Todos pela Saúde. O projeto tem como objetivo subsidiar políticas públicas de prevenção e controle da pandemia da COVID-19, oferecendo informações sobre o percentual de pessoas já infectadas que produziram anticorpos detectáveis que poderão estar, pelo menos em parte, protegidas contra o novo coronavírus. Estas informações são importantes para que as autoridades de saúde possam tomar decisões acerca das ações de prevenção e controle desta infecção na capital paulista.

O estudo consiste em aplicar testes laboratoriais em amostras de sangue de adultos para identificar aqueles que foram expostos ao vírus e produziram anticorpos específicos para o SARS-CoV-2. Os resultados dos testes permitem estimar a fração de pessoas que já foram infectadas e que podem ter desenvolvido imunidade ao vírus causador da COVID-19.

Esta quarta etapa integra uma série de sete fases iniciadas no mês de maio. Ao todo, a pesquisa pretende estimar, e seguir ao longo do tempo, o percentual de pessoas infectadas pelo novo coronavírus residentes na cidade de São Paulo. Cada etapa terá seus resultados divulgados, assim como ocorreu no projeto-piloto, na segunda, terceira e nesta quarta etapa, realizadas em maio, junho, julho e outubro, respectivamente.

Terceira fase

terceira etapa do SoroEpi MSP apontou que 1,5 milhão de pessoas, ou 17,9% da população com 18 anos ou mais, foram infectadas pelo novo coronavírus na capital paulista. E assim como os resultados da segunda fase, os dados desta etapa continuaram mostrando que a prevalência da infecção reflete a desigualdade social presente na capital paulista.

Esta fase da pesquisa considerou três estratos socioeconômicos com base nas faixas de renda média dos setores censitários: baixa até R$ 3.349; intermediária de R$ 3.350 a R$ 5.540; e alta a partir de R$ 5.541. Os resultados mostram que a soroprevalência, ou seja, a frequência de indivíduos com anticorpos contra o novo coronavírus corresponde a 22,0% no estrato de baixa renda. Já para as famílias dos grupos de rendas intermediária e alta, a soroprevalência foi de 18,4% e 9,4%, respectivamente.

Também foi constatada a soroprevalência maior em pessoas com grau de escolaridade mais baixa. Assim, aqueles que não chegaram a cursar ou completar o ensino fundamental apresentam soropositividade de 22,5%; o grupo que cursou o ensino fundamental, 23,7%. Entre os indivíduos que cursaram o ensino médio a proporção é de 17,5%; e entre aqueles com ensino superior de 12,0%. A pandemia também atinge mais os pretos e pardos na capital paulista. No estudo, eles apresentam soroprevalência de 20,8% comparada a 15,4% dos brancos. 

Nessa fase, foram analisadas 1.470 amostras de sangue de moradores da capital paulista distribuídos em 115 setores censitários. Foram sorteadas 12 residências em cada setor censitário. O período de campo ocorreu entre 20 e 29 de julho.

A partir de julho de 2020 o Grupo Fleury incorporou em sua rotina um teste sorológico capaz de detectar anticorpos para uma maior diversidade de epítopos do SARS-CoV-2. Por este motivo os exames sorológicos para COVID-19 passaram a utilizar dois testes: o de quimioluminescência para detecção de IgG e IgM separadamente e o de eletroquimioluminescência para identificação de anticorpos totais. O emprego conjunto destes dois tipos de testes foi introduzido na terceira fase da pesquisa e permitiu identificar um número maior de pessoas com anticorpos para o SARS-CoV-2.

Os resultados das etapas anteriores e outras informações sobre o projeto SoroEpi MSP podem ser encontradas no site, nas versões português e inglês, acessando: https://www.monitoramentocovid19.org/.

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