‘Um professor da escola da minha filha está com Covid-19. E agora?’

‘Estar no front dessa guerra maldita contra o inimigo invisível não é mimimi’, afirma Rosayne Macedo, editora do Portal ViDA & Ação e mãe da Clarinha, de 15 anos

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Como outras mães da turma da minha filha de 15 anos, estudante da primeira série do Ensino Médio, venho acompanhando com apreensão tudo o que é postado no grupo de mães desde o fim de semana. Na manhã desta segunda-feira (8/3), Dia Internacional da Mulher, fomos surpreendidas com a notícia de que um professor/a (a identidade não foi revelada) positivou para Covid-19 e desde o último dia 4/3 está afastado/a das atividades em sala de aula.

Como jornalista especializada de Saúde, atuando como editora do Portal ViDA & Ação, já há algum tempo, e sei bem da gravidade desta pandemia neste momento de recrudescimento. Também perdi amigos e familiares, para esta maldita doença e vi muitos outros amigos perderem pais, tios, avós, primos… E muitos, dezenas, centenas de relatos passaram pela minha timeline nos últimos 12 meses. Muitos foram ao fundo do poço, chegaram a ficar entubados numa UTI, e sobreviveram. Outros não. São personagens reais, têm nomes, famílias, amores… Não são estatísticas.

Estou cada vez mais assustada, ainda mais depois dos últimos relatos de que cada vez mais jovens saudáveis têm sido contaminados e têm que dividir leitos com idosos e outros pacientes com comorbidades. Acabam saindo na frente na disputa pela “escolha de Sofia” dos médicos e conquistam o privilégio da vida, enquanto outras famílias choram seus mortos preteridos na fila por uma vaga de UTI.

Vocês viram o Fantástico de domingo (7/30? Quem viu as cenas de hospitais superlotados? Precisa desenhar pra aqueles que ainda não acreditam que vivemos à beira de um colapso generalizado na saúde – e tanto faz se você tem plano de saúde ou não? Situação de caos em muitas UTIs pelo país, faltam leitos, sobram equipes esgotadas, médicos, enfemeiros e auxiliares estafados, Burnout nas alturas… Todos já acima de seus próprios limites físicos e emocionais. Estar no front dessa guerra maldita contra o inimigo invisível não é mimimi.

Com mais de 265 mil mortos por Covid-19, o Brasil está isolado do resto do mundo e mesmo assim o (des)presidente diz que é tudo mimimi, que máscara é focinheira da OMS, insiste em tratamento precoce e, depois do fiasco da cloroquina, ivermectina e outros vermífugos, manda equipe a Israel pra conhecer um tal spray milagroso, em vez de correr atrás de mais vacinas. Esquece que Israel é o país q mais tem vacinado proporcionalmente sua população em todo o mundo!!

Põe a culpa no STF e nos governadores (o que seria do país se não fosse o Dória correr atrás da “vacina da China”?) pra tentar se livrar dos crimes de responsabilidade e contra a Humanidade que tem cometido com sua política genocida. Somos o país que tem a pior gestão da crise sanitária e já estamos isolados da maioria dos países em todo o mundo….

Mas, infelizmente, não vamos conseguir mudar isso da noite pro dia pq o (des)presidente continua a incentivar aglomerações, criticar uso de máscara, ignorar a ciência e defender a reabertura da economia a qq custo…

Por outro lado, sabemos tb q nenhum estudo científico até agora comprovou ou recomendou qq vacina para crianças e adolescentes, que, infelizmente, cada vez mais estão sendo vitimados… E este ano, provavelmente, não haverá vacinas para eles. E talvez tb pra muitos de nós…

Pra piorar a situação, decidiram por abrir as escolas sem incluir toda a comunidade escolar (professores e funcionários) no grupo prioritário. Muitos de nós, pais (eu, inclusive), aceitamos os argumentos dos pediatras de que os danos à saúde mental, bem-estar e desenvolvimento cognitivo das crianças e adolescentes seriam maiores se mantivéssemos apenas aulas online.

Eles voltaram para as salas de aulas e não aguentam mais ficar confinados. Como fazê-los entender que a situação agora é ainda mais grave e as escolas terão que fechar novamente? Como qualquer adolescente, ela quer sair, encontrar os amigos (pq vê tb muitos saindo!!), ir pra aulas presenciais, fazer lanche na rua…

Fui a favor em princípio do modelo híbrido pq achei que seria melhor pra cabecinha dela ver os amigos um pouco, ir pra escola, ela ficou mais interessada nos estudos… Mas agora vejo q teremos que retroceder.

Tomara que a escola volte atrás e determine somente aulas online enquanto durar essa segunda ou terceira onda… Enquanto isso, só nos resta, como cidadãos conscientes dos riscos a que todos nós estamos expostos e tb nossos filhos redobrar a atenção às medidas básicas de higiene e uso de máscaras e evitar ao máximo sair de casa e aglomerar, enquanto não avançarmos nas vacinas…

Enfim, tudo muito complicado neste momento… Ninguém queria ter q voltar ao lockdown, mas neste momento, com a vacinação ainda muito lenta, parece ser a única saída pra tentar conter a onda galopante de transmissão das novas variantes.

E que Deus nos abençoe pq sem vacinas pra todos tá cada vez mais difícil enxergar luz no fim do túnel… 😔

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