Vacina Mais: ‘Não é aceitável que uma doença eliminada volte’

Opas/OMS lança campanha Vacina Mais, para aumentar cobertura vacinal no país, incentivando todos a manterem caderneta de vacinação atualizada

Vacinação de idosos será levada a idosos acamados no Rio de Janeiro (Foto: Tânia Rego / Agência Brasil)
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Nésio Fernandes, presidente do Conass (Foto: Karina Zambrana / Opas/OMS)

“Se uma doença pode ser prevenida por vacina, não é aceitável que uma criança morra porque não recebeu essa proteção; não é aceitável que uma doença eliminada volte; não é aceitável a desinformação”. O alerta é do presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Nésio Fernandes de Medeiros Junior, durante o o lançamento da campanha Vacina Mais, realizado nesta quarta-feira (29/6) na sede da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS), em Brasília.

A campanha Vacina Mais levará informação clara, atraente e precisa a diferentes públicos sobre a segurança, importância e efetividade de todas as vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Calendário Nacional de Vacinação. O objetivo é disponibilizar, de maneira gratuita, materiais de comunicação em diversos formatos – card para redes sociais, cartaz, panfleto, entre outros – para entes públicos das esferas municipal, estadual e federal e também para instituições parceiras privadas.

Para Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), é fundamental a mobilização que os conselhos promovem nas comunidades. “O gráfico de queda da cobertura vacinal não mostra números: são pessoas que adoecem, que morrem”, frisou. Embora a campanha não tenha prazo para terminar, Pigatto lançou um desafio: que seus resultados sejam apresentados na próxima Conferência Nacional de Saúde, marcada para julho de 2023.

Até lá, a expectativa é “uma onda de comunicação e mobilização sobre a importância da vacinação”. Conselhos federais, sociedades médicas, divulgadores científicos, representantes da indústria e de organizações religiosas, entre outros, marcaram presença no evento e registraram seu apoio à iniciativa, que vai levar informação técnica de qualidade e de maneira acessível sobre os imunizantes disponíveis no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e a importância da população manter a caderneta de vacinação sempre atualizada.

Organizadores e apoiadores da campanha Vacina Mais (Foto: Karina Zambrana / Opas/OMS)

Foi lembrado durante o evento que os trabalhadores do SUS já aplicaram mais de 500 milhões de doses das vacinas de Covid-19 nos braços dos brasileiros, medida fundamental no enfrentamento da pandemia. “O SUS é um patrimônio nacional, está sendo reconhecido e devemos aproveitar este momento a favor da vacinação”, sugeriu o presidente do Conasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde), Wilames Bezerra.

Ele também destacou que, embora o lançamento da campanha seja um marco, as mensagens sobre a importância da vacinação precisam se fazer presentes no dia a dia. “É nosso compromisso socializar essa campanha para que as pessoas, de fato, procurem as unidades de saúde para se vacinar”, frisou.

Peças da campanha Vacina Mais

No auditório da Opas/OMS foram apresentados alguns exemplos de peças de comunicação da Vacina Mais para redes sociais e impressão, voltadas a diferentes públicos, para que mantenham sempre a caderneta de vacinação atualizada. As peças ficarão disponíveis em acesso aberto nos sites das organizações que assinam a campanha.

“Precisamos vacinar mais do que estamos fazendo agora”, resumiu a representante da Opas/OMS no Brasil, Socorro Gross. Segundo ela, além de serem seguras, prevenirem doenças e salvarem vidas, as vacinas estão disponíveis gratuitamente no SUS, em todos os estados e municípios.

“Vacinas são um bem público mundial que ninguém pode tirar de nós. Vacinas protegem você, sua família e toda a comunidade. Essa campanha representa a soma de esforços para impulsionar a vacinação, em nível comunitário, alcançando toda a população e elevando a cobertura vacinal”, definiu.

A campanha conta com o apoio de várias entidades e instituições como Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Confederação Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde (Conacs), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Faça o download dos materiais da campanha.

Vacinação, compromisso do poder público e da sociedade

A presidente da Fiocruz, Nisia Trindade, destacou que as vacinas são produto da atividade científica e estão entre as grandes conquistas da civilização, que permitem hoje uma maior expectativa de vida. E ponderou:

“A Fiocruz tem por missão compartilhar esse conhecimento para o SUS e a saúde global, e se empenha historicamente para que as vacinas estejam presentes no Brasil. Mas não é possível pensar em vacina sem vacinação. Vacinação tem que ser um compromisso de poder público e sociedade. Por isso, essa campanha não pode mesmo parar”.

Em sua fala, Nísia também lembrou cartas recebidas pela Fiocruz, durante a pandemia, com homenagens aos profissionais da Fundação feitas por crianças de escolas públicas municipais do Rio de Janeiro, gesto carinhosamente chamado de “doses de gentileza”. “Vacinas são doses de esperança, proteção e cuidado. Vacina Mais é um objetivo da Fiocruz, e queremos que seja um objetivo de toda a sociedade brasileira”, reforçou.

Para a coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Adriana Lucena, a campanha Vacina Mais é um movimento forte, de diversos setores, que contribuirá para fortalecer o PNI e retomar sua história de sucesso, com ações coordenadas e integradas.

“Desde a reintrodução do sarampo, ainda não conseguimos controlá-lo novamente. Divulgar e capilarizar informações de qualidade para a população é fundamental, porque a desinformação está chegando mais rápido”, afirmou.

Também presente no lançamento, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Daniel Fernandes Pereira, comentou o êxito da transferência de tecnologia e produção nacional pela Fiocruz da vacina Oxford-AstraZeneca. Já Meiruze Freitas, diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), reforçou o compromisso da instituição em assegurar que “as vacinas que chegam aos brasileiros têm segurança, qualidade e eficácia”.

Reconquista das Altas Coberturas Vacinais

Houve, ainda, saudações à Vacina Mais por meio de depoimentos gravados em vídeo. Foi o caso do assessor científico do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e um dos maiores especialistas em vacinas no mundo, Akira Homma.

“Sim, precisamos vacinar mais, porque as coberturas vacinais estão baixas há muitos anos. Temos que vacinar mais contra poliomielite, sarampo e todas as outras vacinas que estão no calendário básico do Programa Nacional de Imunizações (PNI)”, indicou.

Ele falou também de outro projeto, o Reconquista das Altas Coberturas Vacinais, em desenvolvimento pela Fiocruz, a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

“Estamos trabalhando diretamente na ponta, nos 16 municípios do Amapá e 25 municípios da Paraíba, pela reconquista das altas coberturas vacinais”, disse. O projeto “Reconquista” e a campanha compartilham o mesmo propósito. “Queremos vacinar mais. Vamos vacinar mais, gente!”, convocou.

Da Agência Fiocruz de Notícias, com Redação

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