Verão saudável: cuidado com mancha, pinta ou ferimento na pele

Estes podem ser alguns sinais do temido câncer de pele, cuja incidência costuma aumentar durante a estação mais quente do ano

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O verão chega oficialmente nesta sexta-feira (21), mas por aqui o caldeirão ferve desde o começo de dezembro, com temperaturas que passam dos 37 graus no Rio de Janeiro e sensação térmica que ultrapassa a marca dos 40 graus. Somos um país tropical, com alta incidência solar durante todo ano, excesso de exposição ao sol e falta de proteção.

Esses são alguns fatores de risco que fazem com que o brasileiro precise ter cuidado redobrado. O câncer de pele não melanoma é o tipo mais recorrente entre os tumores malignos identificados – representando 30% do total de casos no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Este ano, no Brasil, serão 165.580 novos casos da doença, sendo 85.170 homens e 80.410 mulheres.

A entrada oficial da estação marca a necessidade de reforçar os cuidados com a pele, lembrando os riscos da exposição exagerada ao sol. O Dezembro Laranja – mês de combate, prevenção e conscientização –  funciona como uma boa oportunidade  de promoção de saúde. Ao chamar atenção para o câncer de pele, a campanha busca conscientizar a população da importância da prevenção, que pode ser feita com a utilização do filtro solar, barreiras físicas (camisas de proteção, chapéus, guarda sol, entre outros), além de evitar exposição ao sol das 10h às 16h.

Mas como saber se você está correndo esse risco?  Pinta, mancha na pele e pequenos ferimentos são sinais de alerta e é necessário que seja realizada uma consulta com especialista. Por exemplo, os sinais mais comuns são manchas que coçam ou ardem e alteração na cor de sinais pré-existentes. “A doença apresenta sintomas silenciosos: lesões na pele com demora de mais de quatro semanas na cicatrização, variação na cor de sinais pré-existentes e manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram”, explica Adriana Scheliga, onco-hematologista da Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico.

Como reconhecer quando uma mancha pode ser câncer de pele

A dermatologista do Hapvida, Marcela Vidal, explica que os principais sinais do câncer de pele geralmente se apresentam em forma de uma pinta, sinal ou mancha. “Geralmente essa mancha tem três ou mais cores e as bordas são irregulares. Também pode ser um sinal que apresentou um crescimento acelerado em pouco tempo, um nódulo, uma ferida que não cicatriza há mais de um mês ou uma lesão que tem um sangramento fácil. Esses são sinais de alerta para que se procure um dermatologista e seja feito um diagnóstico o quanto antes”, orienta.

As pessoas que têm mais predisposição a desenvolver o câncer de pele, segundo a médica, são aquelas que são mais expostas ao sol. “É claro que existe câncer de pele como o melanoma, onde a exposição solar não é tão importante, o que conta mais é a predisposição genética. Inclusive ele pode se desenvolver em áreas do corpo que não são expostas ao sol. Mas a maioria dos cânceres de pele, que são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, responsáveis por mais de 90% dos casos, têm uma ligação muito grande com a exposição solar”, explica.

A dermatologista alerta que a exposição recreativa, com uma pessoa que se queima muito de forma mais esporádica, acarreta um risco aumentado de câncer de pele. Ela destaca que indivíduos que se expõem de forma constante, como os que trabalham diretamente expostos ao sol como agricultores, pescadores, garis, trabalhadores da construção civil e surfistas, integram o principal grupo de risco.

Já o tratamento para quem descobre o câncer de pele é basicamente cirúrgico. Conforme explica Marcela Vidal, é realizada uma cirurgia e como geralmente são lesões pequenas (pois o crescimento é lento), utiliza-se a anestesia local. Quanto antes diagnosticada a doença, menor o tamanho da ferida operatória, mais rápido o processo de cicatrização e melhor o resultado estético. Em alguns casos, quando a lesão é muito superficial, existem outras modalidades de tratamento não cirúrgicas, mas são casos bem pontuais.

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Conheça 12 questões fundamentais sobre a doença

O alerta pode ajudar a frear o aparecimento de novos casos e, ao mesmo tempo, na identificação precoce da doença, aumentando os percentuais de cura. Além de conhecer os sintomas, é crucial se prevenir e saber os fatores de risco, pois ambos salvam vidas. Adriana Scheliga, onco-hematologista da Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico, faz um panorama da doença, respondendo 12 perguntas básicas sobre o tema. Confira:

1)      O que é o câncer de pele? É a neoplasia maligna mais comum e mais frequente no mundo. Ela é mais incidente em pacientes com grande exposição solar, que é o principal fator causal da doença, que, de um modo geral, é separado em dois tipos principais: O não melanoma e o melanoma.

2)      – Como ele é causado? O fator etiológico principal é a exposição excessiva ao sol. Por isso, ele é incomum em crianças. Também por isso, é mais frequente depois de determinada idade, em virtude de tempo de exposição ao sol. Pessoas de pele mais clara, de regiões mais ao norte do mundo, países nórdicos, como Suécia, Finlândia, Noruega, acabam tendo uma incidência maior, em virtude da maior exposição ao sol.

3)      – Quais são os sintomas primários? Esses sinais são relacionados às áreas expostas e às que têm o tumor. As áreas mais expostas ao sol (face, tronco, membros superiores e inferiores) podem apresentar tumores. Contudo, face, rosto e orelha e a região do pescoço e tórax anterior são as regiões mais frequentemente acometidas pelos tumores, que se apresentam de forma, tamanho e cores diferentes, sendo que, se uma lesão cutânea cresce, muda de cor, sangra, tem alterações no formato, descasca, coça, ela precisa ser imediatamente avaliada por um dermatologista.

4)      – Quais são os tipos e como eles se caracterizam? Os mais frequentes são os tumores não melanoma e o melanoma. Felizmente, os tumores não melanomas, principalmente os carcinomas epidermóide e basocelular, são os mais incidentes e, frequentemente, o tratamento é única e exclusivamente cirurgia. Assim, quanto menor a lesão mais simples é o procedimento. Já os tumores chamados melanoma vão depender da extensão, da profundidade, da localização, se apresentam ou não metástase, essa doença tem uma característica mais agressiva, mas, felizmente, é menos frequente.

5)      – Qual é a diferença entre os raios UVA e UVB? Elas significam radiações ultravioletas A e B, que são radiações ionizantes emitidas pelo sol. As Apenetram mais profundamente na pele. Já as penetram menos profundamente. O período de maior intensidade dessas ondas é de 10h às 16h. Logo, é importante saber que esse é o horário mais crítico, ou seja, que tem a maior quantidade de raios ultravioletas A. Tamém por isso, é o período mais arriscado para exposição solar, que está intensa, principalmente, radiação ultravioleta A.

6)      – Os dois são causadores do câncer de pele? Ambos podem causar câncer de pele. A diferença é que a B penetra mais superficialmente na pele e é responsável pela vermelhidão após a exposição solar.

7)      – Como é um exame para diagnosticar câncer de pele? O diagnóstico definitivo é feito, geralmente, por meio de biópsia, que deve ser feita por um profissional que tenha especialidade em avaliação de tumores de pele. Isso porque é importante ir além de avaliação médica dermatológica, clínica, a olho nu, também feita por meio da dermatoscopia, aparelho que aumenta  e permite visualizar algumas características olho nu.

8)      – Qual é a frequência em que os exames devem ser feitos? A frequência vai depender do tipo, irá variar de caso a caso. Se for o carcinoma basocelular (o mais frequente, o mais comum, quando se fala em tumor de pele), uma vez que ele é ressecado e não tem mais margens comprometidas, não há mais o que ser feito, o tratamento está realizado. Se for um melanoma, vai depender de uma série de fatores (localização, profundidade, entre outros).

9)      – Existem grupos de risco? A cor da pele (mais claras têm maior incidência), a quantidade de exposição solar, histórico familiar, principalmente, o melanoma, além de alguns pacientes submetidos a certos tipos de tratamentos, como transplantes de medula óssea e de rim e que, necessariamente, usarão drogas chamadas de imunossupressoras.

10)   – Como é o tratamento? Será determinado pelo tipo de tumor (se melanoma ou não melanoma), a localização, a extensão e a frequência – por exemplo, se for um tumor recidivante, se o paciente for tratado e caso tenha uma recidiva local, dependendo, alguns tratamentos como radioterapia podem ser necessários. Ou, ainda, se o paciente tem doença metastática, ele precisará de imunoterapia e quimioterapia, vai depender de cada caso.

11)   – Medicamentos podem alterar a sensibilidade ao sol? Algumas drogas quimioterápicas não podem ser expostas ao sol. Há quimioterapias que podem aumentar a sensibilidade ao sol. Por exemplo, a bleomicina, utilizada em alguns linfomas e tumores de testículo, que devem ser evitadas ao máximo a exposição solar, uma vez que aumentam a sensibilidade ao sol.

12)   – Quem faz ingestão desses medicamentos deve tomar cuidado redobrado? Algumas drogas como quimioterápicos.

Da Redação, com Assessorias

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