Você sabe como identificar os sinais de alerta do AVC?

Especialista alerta para importância de diagnosticar em até 4h30. Primeira providência é ligar para o serviço de emergência no número 192

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Ao perceber que uma pessoa pode estar sendo acometida por um AVC, a primeira providência é ligar para o serviço de emergência no número 192. Confira acima o vídeo da campanha!

X, de 65 anos, obesa, hipertensa e sob forte estresse. Todos os fatores de risco a apontavam como alvo para um AVC – Acidente Vascular Cerebral. Mesmo assim, ninguém à sua volta percebeu. Até mesmo dois médicos que estavam por perto no momento em que ela começou a passar mal. Em princípio, todos achavam que era apenas “algo que ela comeu”. Depois, uma crise hipertensiva ou uma crise de ansiedade.

Após vários medicamentos de uso comum para tentar baixar a pressão e conter os vômitos – um dos sinais nem sempre presentes num quadro de AVC -, é que houve a suspeita de algo mais grave podia estar ocorrendo. A paciente, já semi-consciente, foi levada então a um pronto socorro especializado. Chegando lá, o rápido diagnóstico: X sofreu um AVC hemorrágico. Está internada há 30 dias, em coma induzido, e ainda não se tem um prognóstico sobre eventuais sequelas.

A cada minuto sem socorro, uma pessoa que tem um AVC perde cerca de 1,9 milhão de neurônios por minuto. Devido a esta morte das células cerebrais, cerca de 50% dos sobreviventes passam a ter sequelas, que levam à dependência parcial ou total, e até 30% desenvolvem algum tipo de demência nos meses seguintes.

Por isso, o socorro imediato é fundamental para garantir a sobrevivência do paciente, reduzir ou até mesmo evitar sequelas que vão desde a paralisia de membros inferiores e superiores até a total incapacitação para o trabalho ou atividades comuns do dia a dia. A rapidez no atendimento, no entanto, garante que essa perda seja mitigada e que o tratamento adequado seja realizado o quanto antes possível.

O socorro imediato pode reduzir ou atenuar as sequelas. Até 4h30 após o início dos sintomas, o paciente tem 30% mais de chances de obter bons resultados. O tratamento do paciente consiste em medicação, dieta,  fisioterapia, sessões de fonoaudiologia e de estimulação cognitiva”, destaca o neurologista André Lima, diretor da clínica Neurovida (RJ).

Por se tratar de uma emergência médica, o rápido atendimento ao paciente é crucial para reduzir o risco de sequelas graves e até mesmo de morte. Cerca de 85% dos casos ocorrem na forma isquêmica, quando há a obstrução de um vaso sanguíneo cerebral, enquanto os outros 15% são hemorrágicos, em que há a ruptura de um vaso e sangramento no cérebro.

As  vítimas jovens de derrame se beneficiam mais do tratamento imediato. Uma pessoa que já teve o mal tem grandes chances de desenvolver novamente. Por isso, é muito importante descobrir a causa do primeiro para prevenir o segundo, que na maioria dos casos, possui sequelas mais graves.

Sintomas mais comuns, que podem ser reconhecidos facilmente

Diante da gravidade, é importante que se conheça os três sintomas iniciais do AVC, que são: alteração motora súbita, com perda da força muscular dos braços, pernas ou de um lado do corpo; formigamento ou assimetria facial (o sorriso fica torto); forte dificuldade de fala e movimentação da língua.

Também podem ocorrer outros sintomas, como alterações visuais (perda de visão repentina em um os nos dois olhos ou visão dupla, por exemplo), dificuldade para engolir, náusea e vômitos; dor de cabeça intensa (geralmente a pior que a pessoa já sentiu) e sem causa aparente; perda da consciência, tontura, vertigem ou alteração de equilíbrio, com dificuldade para caminhar.

– dormência ou fraqueza súbita, especialmente em apenas um lado do corpo;
– dificuldade para falar ou compreender a fala;
– confusão mental;
– dificuldade súbita em enxergar;
– tontura associada com dificuldade para caminhar;
– perda de equilíbrio ou coordenação;
– dor de cabeça repentina, intensa e sem causa conhecida.

Ao perceber sinais de alerta, chame o Samu

Uma preocupação é capacitar a população para saber como identificar os sintomas da doença. O AVC demanda o olhar do outro para que a ajuda aconteça rapidamente. Portanto, ao identificar os sintomas clássicos, é necessário chamar uma ambulância (SAMU 192) ou ser encaminhado ao pronto socorro do hospital mais próximo em caráter de urgência. Um exame de imagens cerebrais, uma tomografia ou uma ressonância magnética será solicitado para diagnosticar o tipo de AVC (hemorrágico ou isquêmico) e, assim, indicar o melhor tratamento.

O rápido diagnóstico do AVC é a chave para evitar ou minimizar a intensidade das sequelas. “Quanto antes o atendimento ao paciente com AVC for realizado, maior a chance de sobrevivência sem sequelas. Por isso, é importante que toda a população seja capaz de reconhecer os sinais do AVC”, destaca a cardiologista Renata Castro, especialista em medicina esportiva.

neurologista Carla Moro, presidente do Conselho Fiscal e Consultivo da Associação Brasil AVC (ABAVC), ressalta que os sinais do AVC começam subitamente e podem ocorrer a qualquer hora do dia, durante a realização de qualquer tipo de atividade, inclusive durante o sono.

O Samu pode realizar o correto direcionamento ao centro de referência capacitado para atender esse paciente, já que o tratamento precoce ainda nos primeiros minutos faz toda a diferença, reduzindo as sequelas do derrame e a mortalidade. O paciente deve ser internado numa unidade de AVC, independentemente da gravidade ou idade, pois todos são beneficiados dessa forma. O tratamento em uma Unidade de AVC aumenta a chance de uma boa recuperação em 14%”, destaca.

SAMU: Sorria, Abrace, Mensagem, Urgência

Conheça os sintomas do AVC presentes na expressão SAMU e que devem ser conhecidos da população, funcionando como informação de utilidade pública e ajudando a salvar vidas:

  • Sorria: Peça para a pessoa sorrir. Existe assimetria? A pessoa com AVC frequentemente apresenta desvio labial ao tentar sorrir. Ou seja, o sorriso é assimétrico e o lábio é mais puxado para um lado do rosto do que para o outro;
  • Abrace:  Faça a pessoa levantar os braços. Um lado está mais fraco e com dificuldade de movimentação? No AVC, ocorre fraqueza no braço e a pessoa não consegue abraçar;
  • Mensagem: Peça para a pessoa repetir uma frase ou uma música. A pessoa consegue falar? A fala dela está embaralhada ou arrastada? Se ela não conseguir entender ou não conseguir repetir com clareza, provavelmente está tendo um AVC;
  • Urgência: Lembre-se que qualquer um dos sinais significa uma grande chance de AVC e que é necessário que a pessoa seja levada ao hospital com urgência. Caso os sinais acima sejam comprovados, aja rapidamente e busque atendimento médico de emergência imediatamente. Ligue SAMU 192.

Projeto ensina estudantes a identificar sinais

Para aumentar a conscientização sobre o problema, o programa internacional Fast Heroes chega ao País com objetivo de educar a população sobre a necessidade de identificar os sintomas do AVC e da urgência no atendimento. O programa conta com o apoio da Iniciativa Angels, desenvolvida pela Boehringer Ingelheim, e da Rede Brasil AVC, que capacita hospitais públicos e privados para otimizar a qualidade do atendimento do AVC agudo.

O projeto Fast Heroes engaja alunos e professores de escolas públicas de todo o mundo em atividades que ensinam a identificar sinais e sintomas do AVC. A ideia é que as crianças levem as informações para dentro de casa e compartilhem com seus pais e familiares, principalmente os avós, já que os idosos estão mais sujeitos a serem acometidos pelo problema. A primeira escola a participar no Brasil é a Escola Vereador Carlos Pessoa De Brum, no bairro da Restinga, em Porto Alegre (RS). O lançamento acontece dia 28, segunda-feira.

Com este programa, queremos que as crianças aprendam e possam influenciar o estilo de vida de seus familiares. Ao se tornarem capazes de reconhecer os principais sintomas do AVC e saber o que fazer quando eles surgirem, elas recebem a missão de passar esse conhecimento adiante, o que pode salvar vidas”, explica a  neurologista Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC.

A estrutura do programa é dividida em cinco eixos de uma hora de duração. A cada semana, a criança aprenderá sobre uma manifestação do AVC por meio de atividades pedagógicas que usam recursos lúdicos e tornam o aprendizado mais leve e divertido. Quatro “super-heróis” são os personagens centrais da campanha, sendo que cada um ajuda a criança a aprender sobre um sintoma específico do AVC, fazendo a associação com o número 192, telefone do serviço de emergência. A escola conta com o apoio na implementação do projeto e com materiais impressos, animações em vídeos e camisetas.

Acesse o Herói AVC e aprenda a identificar os sintomas para salvar vidas.

Da Redação, com Assessorias

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