Volta às aulas: o que fazer para evitar uma nova onda de infecções por Covid-19?

Segurança e comunicação são imprescindíveis, orientam especialistas. Conheça iniciativas que ajudam escolas a seguir os protocolos sanitários

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Em razão da pandemia da Covid-19, as aulas presenciais foram suspensas em todo o território brasileiro e as escolas aderiram ao ensino remoto em março de 2020. Agora, as instituições estão se preparando para retornar as aulas presenciais seguindo uma série de medidas de segurança para evitar que aumentem os casos de infectados e de transmissão dentro do ambiente escolar.

Vale lembrar que o retorno às atividades escolares será facultativo a alunos e pais que assim desejarem. Da mesma forma, professores e funcionários, terão a opção de escolha, e não poderão ser obrigados pelos patrões a voltar a trabalhar presencialmente se não se sentirem em condições. Por isso, é fundamental pensar em todas as medidas necessárias para preservar a saúde dos alunos e colaboradores.

Um estudo recém publicado pela revista britânica ‘The Lancet’ sugere que só é possível assegurar um retorno às aulas com pouca possibilidade de um novo surto, após grande volume de testagem de pessoas sintomáticas (entre 59% e 87%), e destaca também o rastreamento de contatos de alunos que estiveram em isolamento.

No Brasil, no mês em que o país supera a marca de quatro milhões de casos de Covid 19 confirmados, governos e autoridades de saúde tentam chegar a um acordo sobre o processo de retomada do calendário escolar em estados e municípios brasileiros. Em São Paulo, por exemplo, a previsão de retornar as atividades no dia 8 de setembro foi adiada depois de uma análise dos índices de coronavírus entre alunos e professores. Decisão que se repetiu também nos estados da Bahia, Santa Catarina e Ceará.

A medida é uma forma de evitar que se repita no Brasil os mesmos resultados de países onde as instituições de ensino foram reabertas, mas precisaram fechar as portas por causa do registro de novos casos. Alguns chegaram a reabrir priorizando crianças menores pela baixa taxa de adoecimento.

Outros investiram em mudança de rotina e adotaram medidas como distanciamento das cadeiras, divisão de turmas por dias e horários diferenciados, redobraram práticas de higiene – como lavar as mãos, pelo menos, cinco vezes, durante o período na escola – entre outras. “São medidas simples, mas que podem contribuir com o sucesso desta fase”, explica o médico do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica, Bruno Ganem.

Seguindo a linha estratégica de outros países, o Brasil orienta autoridades da educação para a retomada das aulas, mas com medidas que garantam bons resultados e, principalmente, após a realização de testes de covid-19 em professores, colaboradores e estudantes, para auxiliar na tomada de decisão e avaliar se é viável reabrir as portas. Para o especialista, cada etapa deste processo deve ser feita de forma cautelosa e, principalmente, segura.

Uma das principais preocupações de pais, professores, estudantes e autoridades é uma nova onda de infecções dentro das instituições. Há ainda uma outra preocupação porque em muitos casos crianças e adolescentes são assintomáticos e há um risco muito grande de levarem o vírus para dentro de casa, onde pode haver pessoas mais suscetíveis ao vírus, como os idosos, por exemplo. Por isso, todas as medidas que podem ser colocadas em prática a favor da saúde neste momento são fundamentais”, enfatiza o médico.

A importância da testagem e medidas de prevenção

O médico vai além e destaca ainda outras importantes iniciativas que são decisivas nesta fase. “Observamos mudanças de hábitos sociais e, mais do que nunca, é preciso investir agora em práticas que atendam às exigências deste ‘novo normal’. E quando falamos em instituições de ensino, onde há um público mais diverso, com necessidades tão distintas, o processo precisa ser gradativo e requer medidas importantes. Ele destaca como fundamental os protocolos sanitários, que auxiliam as instituições nesta reestruturação de suas atividades, respondendo de forma eficaz à essa mudança organizacional.

A Covid 19 provocou impactos significativos em todas organizações e temos a certeza de que nada será como antes. É um cenário desafiador e também é o momento ímpar para que os gestores repensem seus modelos e invistam nos protocolos de saúde, para favorecer que seja uma fase amparada em segurança sanitária e confiança, dois pilares fundamentais nesta etapa”, afirma Ganem.

O médico detalha que os protocolos sanitários dispõem de três ‘engrenagens’ que funcionam em total sintonia. “Primeiro, é preciso fazer triagem dos profissionais para entender quais são as populações das escolas e os riscos oferecidos. Esta é uma etapa de extrema relevância para criar a engrenagem seguinte, a do monitoramento, questionar o que será monitorado para dar mais segurança aos grupos selecionados na triagem. Por fim, os essenciais protocolos de testagem. Esses pilares funcionando darão a sustentação necessária à segurança sanitária”, enfatiza o médico.

Atenção às exigências governamentais em todo o país

Para Leonardo Chucrute, professor de Matemática, diretor-geral do Colégio e Curso Progressão e autor de livros didático, os profissionais das escolas precisam estar atentos às exigências governamentais do estado, mas também de outros estados. Por exemplo, será necessário limitar consideravelmente o número de alunos por sala, barrar a entrada de estudantes sem máscara e buscar orientar todos dos cuidados pessoais.

Para esse momento, a conscientização é extremamente importante. É preciso também compreender os pais que não se sentem prontos ainda para o retorno de seus filhos à escola. Por isso, as instituições devem respeitar a opinião deles, se colocar no lugar desses responsáveis e tomar medidas necessárias para que ninguém tenha sua educação prejudicada”, afirma o especialista.

Segundo ele, mesmo que a escola assegure todas as medidas para que não haja contaminação, nem violação à saúde de ninguém, é essencial sempre apoiar alunos e pais procurando adaptar e fazer o melhor para todos. “Que as escolas possam seguir as recomendações e protocolos para a volta de seus alunos prezando pela máxima segurança e bem estar de todos. Os tempos podem ser outros, mas o cuidado e carinho nunca mudam”, ressalta o professor.

Programa prevê quatro etapas no retorno às aulas

O Grupo Leforte criou um programa para garantir que as escolas estejam preparadas da melhor forma para o retorno das aulas presenciais. São quatro etapas desenvolvidas por equipe de saúde multidisciplinar, que avalia de forma individualizada as necessidades de adequação de cada instituição de ensino, ministram treinamentos para funcionários e professores, fazem a testagem dos colaboradores e monitoram a chegada dos alunos.

As escolas que fazem a adesão ao programa recebem o Selo Leforte, que assegura às escolas a comprovação de que estão adaptadas para o controle eficiente do risco de contágio pelo novo coronavírus. “Embora as recomendações das autoridades de saúde sejam amplamente conhecidas, notamos que as lideranças das escolas estavam com muitas dúvidas. Havia a preocupação em garantir a aplicação eficiente das recomendações”, conta Denise Bedoni, pediatra do Grupo Leforte.

Segundo ela, muitas crianças estão em casa sem a estrutura adequada para o cumprimento da grade curricular e, portanto, com prejuízos a um período sensível da aprendizagem. A especialista reforça que a presença na escola pode favorecer, em muitos aspectos, o processo de aprendizado e a integração social da criança.

O programa consiste em quatro etapas:

1ª etapa

  • Reconhecimento de campo com equipe multidisciplinar.

2ª etapa

  • Plano de ação, com validação de médico infectologista.

3ª etapa

  • Orientação aos colaboradores sobre os principais pontos de atenção e monitoramento de alunos.
  • Treinamento para aferição de temperatura e controle de acesso à escola.
  • Orientação às equipes de limpeza sobre as melhores técnicas de higienização e uso de sanitizantes.
  • Checklist das adequações dos ambientes das escolas (fluxo de alunos, uso dos espaços, sinalização, brinquedotecas, etc)
  • Testagem dos colaboradores.
  • Acompanhamento do primeiro dia de aula para orientação e melhorias dos processos.
  • Implantação de plano de contingência, em casos suspeitos.

4ª etapa

  • Acompanhamento semanal por até três meses para melhorias dos processos no ambiente escolar.

Consultoria às escolas para a volta às aulas

De acordo com o especialista, a consultoria às instituições proporciona uma fusão da segurança com a comunicação mais fluida entre as equipes, que também é essencial para reestabelecer a confiança e promover um ambiente seguro, saudável e acolhedor.

Todas as etapas da consultoria são desenvolvidas para adequar os ambientes às novas realidades. O Grupo Sabin, em parceria com a In Press Oficina, por exemplo, dispõe do projeto Novos Costumes, é uma consultoria especializada para a Covid 19. Especialistas vão às instituições, avaliam os espaços e rotinas, desenvolvem protocolos e monitoram os resultados. Todo o trabalho é personalizado, de acordo com cada segmento de atuação, perfil dos colaboradores e dos clientes ou usuários”, destaca o médico.

Para conhecer mais sobre o projeto, acesse: http://novoscostumes.com.br/

Higienização permanente vai exigir planejamento

Um protocolo de sanitização permanente e seguro em todos os ambientes das escolas. Dessa forma, as redes de ensino públicas e particulares deverão atuar no processo de volta aulas com a pandemia ainda em curso. Segundo a Associação dos Controladores de Vetores e Pragas Urbanas (Aprag), os procedimentos incluem contratação de empresa especializada para higienizar às áreas de grande circulação, assim como a limpeza de maçanetas e carteiras a cada troca de turno de alunos.

Para manter a segurança de todos nas unidades escolares, os gestores vão precisar de um planejamento bem executado e constante. Além disso, como as escolas ficaram fechadas por muito tempo, a atenção a pragas e roedores deve ser redobrada. Há riscos com aranhas, escorpiões, barata e roedores”, avisa o vice-presidente da Aprag, Sérgio Bocalini.

O especialista salienta que as escolas das redes pública e privada costumam ter contratos com empresa de combate a pragas e higienização e devem seguir as orientações dos órgãos de controle. Mas, segundo ele, é preciso ir além daquilo que a legislação adota, devido à complexidade do momento atual.

“O trabalho permanente deve ser colocado em prática em todas as unidades. Outro ponto, é a necessidade de contar com uma empresa especializada e profissional nesse trabalho. Desta forma, evita-se um processo de intoxicação da comunidade escolar e ganha-se em agilidade no serviço, feito com mais qualidade e segurança”, ressalta o vice-presidente da Aprag.

Com Assessorias

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