Todo cuidado é pouco no trânsito perto de escolas

Conheça a história de João Pedro, de 7 anos, que se recuperou após quase dois meses internado. Médica dá dicas para prevenir acidentes envolvendo crianças

Emergência do Hospital Municipal Rocha Faria recebeu 21 crianças vitimas de acidentes durante as férias (Foto: Divulgação Rio Saúde)
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Durante as férias escolares, a emergência pediátrica do Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, atendeu 21 crianças vítimas de traumas –  a cada três dias, uma criança. João Pedro, de 7 anos, foi uma delas. O menino deu entrada no dia 11 de dezembro com um trauma grave no abdômen, após sofrer um acidente de carro.

Com múltiplas lesões, foi operado no local e transferido no mesmo dia para o CTI Pediátrico do Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, onde passou por mais cirurgias. Foram quase dois meses lutando pela vida: o menino recebeu alta no último dia 29.

Os números de acidentes envolvendo crianças como vítimas são ainda maiores no período escolar. Com a volta às aulas na rede pública de ensino na próxima segunda-feira, dia 11 de fevereiro, o risco de acidentes também aumenta devido à presença de mais estudantes nas ruas.

Diante desta realidade, a RioSaúde – empresa pública que administra hospitais municipais da cidade – alerta para os cuidados que devem ser tomados  na volta às aulas para evitar acidentes no entorno das escolas. Para a cirurgiã Flávia Menezes, superintendente-médica do Rocha Faria, 90% desses acidentes poderiam ser evitados com medidas simples de prevenção.

Crianças e adolescentes costumam se distrair facilmente ao atravessarem a rua, principalmente quando estão usando fones de ouvido, celulares ou outros aparelhos eletrônicos”, alerta a médica.

Uma dica simples que poderia mudar as estatísticas é educar as crianças em casa e na escola a atravessar a rua sempre na faixa de pedestre, olhar para os dois lados e respeitar a sinalização.

Outra preocupação é como uso da cadeirinha de segurança nos carros, que já é lei, e a adoção de comportamentos seguros de pedestres e condutores reduziriam os acidentes de trânsito.

Flavia também ressalta a importância dos primeiros socorros. “Uma recomendação importante é que, em caso de acidente, a vítima não deve ser removida do lugar até a chegada do Corpo de Bombeiros, pois movimentá-la pode agravar os ferimentos existentes”, adverte.

Segundo dados da ONG Criança Segura, os acidentes de trânsito, principalmente o atropelamento, são a principal causa de morte por acidente no Brasil.

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Menino de 7 anos lutou pela vida

Embora acostumados a tratar pacientes que chegam com quadros graves, os casos envolvendo crianças sensibilizam mais as equipes de plantão.  Uma das histórias que mais emocionaram as equipes foi a de João Pedro.

Foram 50 dias de internação  e a hora de voltar para casa chegou no dia 29 de janeiro. A despedida de João Pedro foi marcada pela emoção.

A força da criança, que lutou pela vida como gente grande surpreendeu os médicos. Dra. Flávia conta que, a exemplo de muitos colegas que acompanharam o caso, chorou ao ver o menino totalmente recuperado após quase perder a vida  no acidente de carro.

É comum as pessoas pensarem que perdemos a nossa sensibilidade por causa da rotina de lidar com a vida e a morte no nosso trabalho. Mas isso não é verdade. Nos meus 21 anos de profissão ajudei a salvar centenas de vidas, mas é sempre uma emoção ver um paciente voltar para casa totalmente recuperado”, disse.

De volta ao lar, o menino foi recebido com festa pelos parentes e amigos, com direito a bolo de aniversário.  O pai dele, Diego Gusmão contou que os cuidados que o filho recebeu foram cruciais e ajudaram a família a enfrentar os momentos de desespero e preocupação  .

Todos foram excelentes.  Eles trataram o João Pedro como se fosse o filho deles, o que  nos deu muito conforto e segurança. Agora, o meu filho continuará o tratamento em casa e  voltará a ter uma vida normal”, contou o pai.

Para a Dra Flávia, é mais uma certeza de que os médicos estão fazendo o seu melhor. “São situações como essas que nos mostram que vale a pena todo o esforço que fazemos.  Cada vitória e cada história de superação são motivos para comemoração”, completou.

Fonte: Rio Saúde, com Redação

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