10 recomendações para imunizar o ambiente contra alergias

No Dia Mundial da Asma, campanha quer conscientizar para um problema que afeta 10% da população

asma Além das usuais bombinhas, novos medicamentos ajudam quem sofre de asma. Mas evitar as crises é o melhor a fazer (Reprodução de internet)
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Alergias respiratórias, como a rinite alérgica, são doenças que podem evoluir para o quadro de asma, doença respiratória que afeta 235 milhões de pessoas em todo o mundo e causa, por ano, 2 mil mortes de adultos e crianças, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Por isso, alguns cuidados para a melhoria da qualidade do ar são essenciais.

O abandono do tratamento pelos pacientes é uma das principais razões para o agravamento das crises. A falta de informação também é um dos fatores que mais contribuem para as mortes por asma.

Nesta quarta-feira (2), Dia Mundial da Asma, especialistas chamam atenção para esta doença que acomete cerca de 10% da população brasileira, sendo ainda mais comum na infância, quando chega a afetar 20% das crianças e adolescentes.

A campanha de conscientização, organizada anualmente pela Global Initiative Asthma (GINA), recebe o apoio de especialistas de todo o mundo. O tema deste ano é “Ar Melhor, Respiração Melhor”.

Principais sintomas

Os principais sintomas são falta de ar, chiado no peito, tosse, sensação de aperto no peito de forma repetida ou contínua e, dependendo da gravidade da doença, limitação para atividades diárias.

Os sintomas, em geral, são desencadeados pela inalação de substâncias da poeira, odores fortes irritativos para as vias respiratórias (perfumes, produto de limpeza), fumaça de cigarro, ar frio e seco (ar refrigerado), exercícios/brincadeiras ou infecções respiratórias (resfriados e gripes).

Os impactos na vida do paciente são muitos, como os custos difíceis de serem avaliados: ansiedade, sofrimento, má qualidade de vida, além de riscos futuros resultantes do absenteísmo escolar.

asma é considerada grave quando, apesar da utilização de altas doses de duas ou três medicações de controle associadas, ainda existem sintomas, exacerbações e limitações no dia a dia.

Todo paciente com suspeita de asma grave deve ser avaliado por um especialista, de preferência em centros de referência. Além disso, pacientes que apresentam quadro clínico atípico (dúvida diagnóstica) ou comorbidades não controladas também devem ser avaliados por especialista.

Como diagnosticar um asmático

O diagnóstico da asma é predominantemente clínico (realizado por um médico) e se baseia na presença dos sintomas de tosse (seca ou com eliminação de muco transparente semelhante à clara de ovo), pela presença de histórico pessoal ou familiar de doenças alérgicas (a própria asma em pais ou outras doenças como rinite e dermatite atópica) e pela melhora dos sintomas com o uso de medicamento que dilata os brônquios (broncodilatadores).

Diante desses sintomas, é provável que se trate de asma e o médico deve, então, avaliar se o paciente tem alergia (por meio de testes alérgicos na pele ou no sangue) e também realizar uma prova de função respiratória, a espirometria (exame de sopro), para avaliar o grau de comprometimento da função dos pulmões.

Em muitos pacientes, a asma pode ser acompanhada por sintomas no nariz (rinite), tais como coceira, espirros, coriza e fungação. Testes alérgicos deverão ser realizados para verificar se a doença tem uma natureza alérgica ou não”, explica Dr. Flávio Sano, coordenador do Departamento Científico de Asma da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).

Como tratar a doença

A asma é classificada pelos especialistas como controlada ou não controlada, de difícil tratamento ou com pouca resposta. O objetivo do tratamento é alcançar o controle da doença com o uso de medicamentos preventivos que controlam a inflamação presente nos brônquios e remédios para as crises. Alguns pacientes podem também ter benefício com o uso de imunoterapia (vacinas de alergia) com os alérgenos aos quais está sensibilizado.

Além do uso de medicamentos, fazem parte do tratamento a diminuição do contato com alérgenos e fatores irritantes (fumaça, cheiros fortes e poluentes), a vacinação contra a gripe e o tratamento da doença do refluxo”, explica o médico alergista e imunologista da Clínica Croce, Fábio Morato Castro.

Recentemente os agentes biológicos (anticorpos monoclonais) foram incorporados ao tratamento dos asmáticos graves. São drogas capazes de controlar a asma grave, evitando a utilização de corticoides orais e seus efeitos colaterais. Até o momento apenas uma medicação está disponível no mercado. Estas drogas devem ser prescritas apenas por especialistas.

As principais causas de descontrole da asma

Seguir o tratamento indicado pelo médico especialista é essencial para o paciente com asma ter qualidade de vida. Porém, nem sempre isso acontece. A má aderência ao tratamento e o uso inadequado dos dispositivos inalatórios são algumas das principais razões para o agravamento dos quadros de asma.

Quando o paciente suspende o medicamento por conta própria ou não o utiliza da forma adequada, corre risco de desencadear novas crises. Portanto, é fundamental seguir as orientações do médico, tirar dúvidas em relação ao uso do medicamento e sempre estar com um plano de emergência”, afirma Flávio Sano.

Mudanças no ambiente, como reformas em casa ou no trabalho, e alterações climáticas podem ser gatilhos de descontrole de pacientes asmáticos. Outros fatores são infecções virais e bacterianas como sinusites, gripes, pneumonia etc. Há ainda outras doenças não controladas que podem interferir e atrapalhar o tratamento como a doença do refluxo gastroesofágico, rinossinusite crônica, obesidade e apneia do sono.

Dicas para não abandonar o tratamento

É importante estabelecer uma parceria de confiança e diálogo entre médico e paciente para que o tratamento não seja abandonado. Alguns pontos são fundamentais:

• Aprender a entender a doença e como reconhecer uma crise bem no seu início;

• Saber os sinais de que uma crise está piorando e se é preciso ir à emergência;

• Procurar conhecer causas e afastá-las se possível. Para isso, é preciso mudar hábitos pessoais e da família;

• Saber quais são os remédios para crises (remédios de alívio) e para controle (preventivos ou anti-inflamatórios): para que servem, efeitos colaterais e como usá-los adequadamente;

• Entender e acompanhar sua função pulmonar. Uma boa ajuda é medir o pico de fluxo ou “peak flow”;

• Condicionamento respiratório e fisioterapia em casos indicados;

• Educação do paciente e de sua família para executar medidas de higiene do ambiente, evitar fatores desencadeantes (alérgicos ou não) e identificar rapidamente a perda de controle da doença.

10 dicas para imunizar o ambiente contra alergias

Confira algumas recomendações para controle ambiental:

1. É necessário seguir uma rotina de limpeza constante;

2. Use um pano úmido para limpar o pó antes que ele se disperse. Utilize máscara e luvas durante a limpeza;

3. Use um aspirador que tenha um filtro HEPA (High Efficiency Particulate Arrestance). Esse filtro reduz os alérgenos transportados pelo ar, prendendo ácaros e outras partículas, não as liberando novamente no ar;

4. Nunca use um espanador para retirar o pó. Ele apenas o espalha, adicionando mais alérgenos no ambiente;

5. Remova todo o carpete. Caso contrário, use carpetes baixos ao invés de felpudos, pois acumulam menos pó;

6. Lave todas as roupas de cama com água muito quente toda semana. Lave as proteções do colchão e os travesseiros a cada duas semanas;

7. Forre travesseiros e colchões com protetores herméticos de plástico ou vinil que são impermeáveis aos alérgenos. Travesseiros e colchões contêm material fibroso, ambiente ideal para o crescimento dos ácaros;

8. Remova velas do quarto, especialmente as de essências, que podem liberar substâncias irritantes ou prejudiciais;

9. Sempre que for tomar banho abra uma janela para reduzir a umidade. Os ácaros gostam de locais quentes e úmidos.

10. Animais de pelúcia devem ser lavados a cada semana e guardados, de preferência, longe da cama

Fonte: Asbai e Clínica Croce, com Redação

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