Novo coronavírus: como barrar o avanço das fake news

Sociedade médica se manifesta contra vídeo que liga ccoronavírus a deficiência de vitamina D. Ministério da Saúde faz parceria com Twitter

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Mais rápida que o novo coronavírus, nomeado oficialmente de 2019-nCoV, é a evolução das fake news em torno do novo vírus identificado originalmente na China. Está circulando nas redes sociais informações que associam a falta de vitamina D – hormônio essencial à saúde óssea – a doenças como as causadas pelo coronavírus e pelo vírus ebola.

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo se posicionou contra as informações contidas em um vídeo, pois não há evidências científicas que corroboram essa afirmação. Os especialistas da SBEM-SP ressaltam ainda que é muito importante que o tratamento para reposição de vitamina D seja prescrito e acompanhado por um endocrinologista.

Para conter a proliferação de fake news, já está em funcionamento no Twitter um recurso que ajuda as pessoas a encontrar as melhores informações sobre o novo coronavírus. Aqueles que fizerem uma busca no Twitter por termos associados ao vírus vão receber, como primeiro resultado, uma notificação para acessar conteúdos oficiais do Ministério da Saúde (@minsaude ) relacionados ao tema.

Recém-lançada pelo Twitter, a funcionalidade facilita o acesso a conteúdos completos e confiáveis sobre o novo coronavírus que estão disponíveis no site Ministério da Saúde . Entre as informações que podem ser encontradas estão detalhes sobre as causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção do novo coronavírus. O mesmo recurso também está disponível no Twitter em outros idiomas e em países espalhados pelo mundo, incluindo a região da Ásia.

Para o diretor de Comunicação do Ministério da Saúde, Ugo Braga, essa parceria é importante para as pessoas terem acesso à informação clara, transparente e atualizada. “A cada nova doença que surge no mundo, há muita informação desencontrada, medos e notícias falsas. Por isso, essa parceria com o Twitter é fundamental, porque direciona para a página do Ministério da Saúde, onde todas as informações sintomas, prevenção, número de casos no Brasil e no mundo são atualizadas dia e noite. O compromisso do Ministério da Saúde é levar informação clara e transparente para as pessoas”, destaca Braga.

Aplicativo monitora casos de contágio

O mapa dinâmico criado pelo Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins, de Baltimore, nos Estados Unidos, que possibilita o acompanhamento dos casos de contágio e mortes ocasionadas pelo coronavírus, com localizações exatas dos registros da doença, já se tornou uma das principais fontes de informação sobre abrangência da doença.

Segundo a empresa americana Esri, desenvolvedora do ArcGIS, o Sistema de Informações Geográficas utilizado como base para a criação do mapa, o app viralizou desde que foi lançado ao público, no dia 22 de janeiro. “É um dos aplicativos mais acessados na história do uso de nossa tecnologia”, revela Hiran Zani, Engenheiro de Soluções da Esri.

Atualizado diariamente e com acesso público e gratuito, o Wuhan Coronavirus Global Cases oferece o número de ocorrências por estados e países, a quantidade de casos confirmados, de óbitos e de pacientes recuperados, além da evolução do surgimento de novos casos da doença, conhecida desde 1960 e que voltou a assombrar a saúde pública mundial.

O aplicativo reúne dados das principais fontes oficiais de informações a respeito do vírus, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA (CDC) e a Comissão Nacional de Saúde da China. Em casos como esse, é comum a disseminação de notícias falsas e contraditórias. Esse mapa informa o público geral, de maneira transparente, sobre total de casos confirmados, total de mortes e recuperações”, completa.

Bastante utilizada no combate de disseminação de doenças, a tecnologia GIS – responsável por agrupar e cruzar as informações oficiais com insumos geográficos – foi, inclusive, utilizada na época da epidemia ebola, em 2014, a segunda maior epidemia da história que chegou a matar mais de 11 mil pessoas na África Ocidental. “Neste caso, um dos benefícios da utilização do ArcGIS, é que ele possibilitou a rápida publicação dos dados coletados pelas agências, em uma interface dinâmica e amplamente acessível ao público em geral”, explica Caio Riebold, Arquiteto de Soluções na Imagem, distribuidora oficial da Esri no Brasil.

Segundo o especialista, visualizar as informações em contexto geográfico facilita a análise do problema e, consequentemente, auxilia na rápida definição de respostas e tomada de decisões. “Uma tecnologia que dá a distância exata entre duas localidades que apresentaram casos confirmados, ajuda o poder público a concluir se aquela é uma região de risco ou se são apenas casos isolados, podendo, desse modo, tomar medidas mais assertivas para controle ou prevenção de novos contágios”, conclui.

O aplicativo Wuhan Coronavirus Global Cases pode ser acessada pela internet no seguinte endereço eletrônico: https://gisanddata.maps.arcgis.com/apps/opsdashboard/index.html#/bda7594740fd40299423467b48e9ecf6

Para especialista, “não há motivo para histeria”

Apesar de ter provocado receio coletivo em toda a população mundial, é preciso ter calma ao se falar sobre o coronavírus, para não causar medo desnecessário. O alerta vem do médico sanitarista Alexandre Chieppe, especialista em saúde coletiva e diretor da MedLevensohn.

De acordo com o Dr. Chieppe, trata-se de um vírus respiratório conhecido há alguns anos. “Este subtipo atual é novo e está associado a casos de pneumonia e insuficiência respiratória”, diz o médico.

Mesmo com milhares de pessoas chegando ao Brasil diariamente, ele explica que não há motivos para histeria. “Risco sempre vai existir, porque o vírus se espalha com o contato humano e é praticamente impossível restringi-lo a um único local”, afirma. A comunicação de risco é importante para que os países fiquem atentos.

Para o Dr. Chieppe, ainda não é possível dizer qual é o grau de letalidade do coronavírus, pois a doença causada por ele é muito recente. Os sintomas envolvem febre, tosse e secreção, podendo evoluir para pneumonia ou encefalite viral. A transmissão é de pessoa para pessoa, através do contato com secreção expelida em tosses e espirros, pelo ar, ou contato com superfícies contaminadas pela secreção.

“Em caso de surto, o que podemos fazer é lavar as mãos com frequência e evitar o contato com pessoas doentes, como em aglomerações, assim como em outros surtos virais”, afirma o médico. As medidas para se evitar a disseminação da doença envolvem vigilância de viajantes vindos de lugares onde o surto já ocorreu e identificação precoce de casos. Não há restrição para viagens e comércio.

Tire suas dúvidas

O que é Coronavírus?

Coronavírus (CoV) é uma grande família de vírus, conhecidos desde meados da década de 1960, que podem causar um resfriado comum ou síndromes respiratórias graves como a síndrome respiratória aguda grave que ficou conhecida pela sigla SARS, do inglês Severe Acute Respiratory Syndrome, (SARS-CoV) e a síndrome respiratória do Oriente Médio, cuja sigla é MERS, do inglês Middle East Respiratory Syndrome (MERS-CoV). Esses vírus receberam esse nome devido às espículas na sua superfície que lembram uma coroa.

Uma nova variante do vírus foi identificada recentemente, após a notificação de casos de pneumonia de causa desconhecida entre dezembro/2019 e janeiro/2020, diagnosticados inicialmente na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei. Essa nova variante não havia sido identificada previamente em humanos e foi denominada 2019-nCoV. Centenas de casos já foram detectadas em outras cidades da China, além de Tailândia, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos da América.

• Qual a origem deste surto?

Acredita-se que a fonte primária do vírus seja em um mercado de frutos do mar e animais vivos em Wuhan.

• Há outros coronavírus com transmissão de animais para humanos?

Investigações detalhadas descobriram que o SARS-CoV foi transmitido de gatos selvagens para humanos na China, em 2002, e o MERS-CoV de dromedários para humanos na Arábia Saudita, em 2012. Vários coronavírus conhecidos estão circulando em animais que ainda não infectaram humanos.

• A transmissão do coronavírus acontece entre humanos?

Sim. Todos os coronavírus podem ser transmitidos de pessoa a pessoa. Na maior parte dos casos, a transmissão é limitada e se dá por contato próximo, ou seja, qualquer pessoa que cuidou do paciente, incluindo profissionais de saúde ou membros da família que tenham tido contato físico com o paciente e/ou permanecidos no mesmo local que o paciente doente.

• Qual é o tempo de incubação desta nova variante do coronavírus?

Ainda não há uma informação exata. Presume-se que o tempo de exposição ao vírus e o início dos sintomas seja de cerca de duas semanas.

• Quais são os sintomas de uma pessoa infectada por um coronavírus?

Depende do vírus, mas os sinais comuns incluem sintomas respiratórios, febre, tosse e falta de ar/desconforto respiratório. Em casos mais graves, a infecção pode causar pneumonia, síndrome respiratória aguda grave, insuficiência renal e morte. Idosos e pessoas com problemas de saúde podem apresentar manifestações mais graves.

• Qual é a letalidade desta nova variante do coronavírus?

Não se sabe até o momento. Porém, acredita-se que a letalidade do 2019-nCoV seja inferior a do SARS-CoV e do MERS-CoV.

• Existe um tratamento para o coronavírus?

Não há tratamento específico. No entanto, muitos dos sintomas podem ser tratados. Além disso, os cuidados de suporte às pessoas infectadas podem ser altamente eficazes.

• Existe uma vacina para o novo coronavírus?

Quando uma doença é nova, não há vacina até que uma seja desenvolvida.

• Tomei a vacina contra a gripe. Estou protegido contra o coronavírus?

Não. Esta vacina protege somente contra o vírus influenza.

• Como reduzir o risco de infecção pelo coronavírus?

Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas; realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente; evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.

• Estão contraindicadas as viagens para a China e para os países com casos importados?

Não. Com base nas informações atualmente disponíveis, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda nenhuma restrição de viagens ou comércio. A OMS corrobora para que as medidas de preparação para emergências de saúde devem ser fortalecidas pelos países em conformidade com o Regulamento Sanitário Internacional (2005).

• Temos casos da nova variante do coronavírus no Brasil?

Até o presente momento não há casos suspeitos ou confirmados no país.

• Há risco de epidemia global?

Sim. Mas até o momento, a OMS não declarou o surto de 2019-nCOV como uma situação de Emergência em Saúde Pública de Interesse Internacional.

FONTES: Ministério da Saúde do Brasil / Organização Mundial da Saúde / CDC.

*Documento elaborado pelos médicos infectologistas: Dr. Leonardo Weissmann, Dra. Tânia do Socorro Souza Chaves e Dr. Clovis Arns da Cunha.

Principais perguntas e respostas

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB), reuniu em um documento as principais perguntas e respostas sobre o novo Coronavírus, que surgiu na China e tem colocado o mundo todo em alerta. A ideia é esclarecer as dúvidas de profissionais da saúde e do restante da população sobre o assunto.

O documento esclarece, por exemplo, o que são coronavírus, o que caracteriza o novo tipo, como ele foi identificado, as origens do surto atual, além de informações técnicas sobre transmissão, incubação, sintomas, tratamento, casos no Brasil e riscos de epidemia global.

Acesse o documento em anexo ou pelo link: http://drive.google.com/file/d/1alqe7VUWgUOyrS8kwvmKL7OCDuvJsXcx/view.

Com Assessorias

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