7% da população LGBTQ+ tentam cometer suicídio quatro vezes ou mais

É o que aponta estudo realizado nos Estados Unidos por psicólogo ativista da causa homossexual. Entenda as razões

As famosas coroas do Burger King foram customizadas para homenagear a Parada Gay em São Paulo (Foto: Divulgação)
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Em homenagem ao Dia Internacional do Orgulho LGBT (28 de junho), o movimento sai às ruas esta semana, em várias cidades brasileiras, para reivindicar cidadania e direitos pela luta contra a lgbtfobia, na famosa Parada Gay. Mas, muito além dessas causas, é importante chamar a atenção para a saúde mental desta população.  Pelo menos 7,3% destes indivíduos tentam cometer suicídio quatro vezes ou mais, enquanto essa estatística ocorre somente em 1% da população heterossexual.

Os dados são de estudo realizado pelo psicólogo e escritor Andrew Solomon, que é ativista da causa homossexual e um dos principais estudiosos do mundo sobre depressão e outras doenças mentais do mundo. Falta de aceitação, exclusão, discriminação e violência em locais de convivência são as principais queixas da comunidade LGBTQ+s.

O processo de aceitação nem sempre é o mais fácil ou até mesmo o menos traumático. A pessoa vai se percebendo, e, com isso, vai falando a respeito dos sentimentos, tentando não reprimir seus desejos e vontades. Muitos não se aceitam, se culpam, e a culpa é o pior dos algozes”, afirma Sabrina Ferrer, psicóloga-chefe do FalaFreud.

Ela destaca que, apesar das dificuldades, no mês de maio houve dois grandes acontecimentos para a população LGBTQ+. No dia 20, a Organização Mundial de Saúde (OMS) oficializou a retirada da classificação da transexualidade como transtorno mental da 11º versão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas de Saúde (CID). Três dias depois, seis dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram a favor da criminalização da homofobia.

Ela lembra que o médico Dráuzio Varella, que diz que a orientação sexual não é uma escolha e sim uma característica de nossa personalidade que nos é imposta. “Prova disso é que a homossexualidade não é característica exclusiva aos seres humanos. Por isso, quem trata os indivíduos LGBTQ+ como pessoas que têm desvios psicológicos, e, por conta disso, propaga um preconceito, o faz por ignorância”, ressalta a especialista.

Dentre os pacientes LGBTQ+, os principais motivos que levam ao desenvolvimento de transtornos psicológicos são a pressão da sociedade e o que a mesma classifica como padrões éticos e morais. Essa resistência de aceitação por parte da sociedade quando se trata dessa minoria se afirma, majoritariamente, por questões fundamentalmente religiosas.

Conforme estudo conduzido pela equipe de Emmanuele A. Jannini, professor de Endocrinologia e Sexologia Médica na Universidade de Roma Tor Vergata, na Itália, culturas fortemente permeadas pela hipermasculinidade, misoginia e atitudes moralistas, estão ligadas à homofobia. Em outras palavras, os indivíduos são moldados pelo que a sociedade prega ao seu redor.

“Portanto, é importante buscarmos, primeiramente, o conhecimento necessário para entendermos a diferença do outro e ter empatia. Aceitar é um processo, uma situação que não nos é cobrada, mas respeitar é, e recentemente por lei, obrigação de todos. Quando compreendermos que devemos agir com menos preconceitos, bullying e exclusão; e com mais escuta e amor, teremos um mundo muito mais sadio mentalmente e, consequentemente, mais seguro de se viver”.

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