800 milhões de pessoas passam fome no mundo. Como mudar isso?

Evento no Rio de Janeiro reúne especialistas para debater políticas alimentares seguras, inclusivas e sustentáveis para a população mundial

Crianças recebem alimentação em escola na Bolívia. (Foto: PMA/Boris Heger)
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O mundo vive um cenário alarmante quando o assunto é um direito básico e fundamental de qualquer ser humano: a alimentação. Um levantamento recente divulgado pela ONG The Hunger Project revelou que nada menos que um quarto da população mundial sofre de desnutrição e mais de 800 milhões  não têm sequer o que comer ou não recebem uma nutrição adequada.

Esta situação afeta pessoas, famílias, comunidades e países, e só tende a piorar com o iminente crescimento da população mundial. Diante do retrocesso em políticas econômicas e sociais nos últimos anos, o Brasil voltou em 2017 ao mapa da fome, segundo alerta recente da Ação da Cidadania. Mas o que você tem a ver com isso? Como cada um – governos e sociedades – pode fazer a sua parte para ajudar a reverter o triste quadro de fome no Brasil e no mundo?

Na semana em que se comemora o Dia Mundial Contra a Fome (28 de maio), o Rio de Janeiro sedia um evento internacional para levar a sociedade a refletir sobre o desafio global de alimentar diariamente bilhões de pessoas em todo o planeta, porém, com recursos naturais finitos. 

O 1º Fórum Regional das Cidades Latino-Americanas Signatárias do Pacto de Milão sobre Política de Alimentação Urbana reunirá nos dias 29, 30 e 31 de maio, no Museu de Arte do Rio (MAR), mais de 70 especialistas em alimentação e sustentabilidade. É a primeira vez que uma cidade da América Latina sedia este encontro.

O objetivo é debater políticas alimentares seguras, inclusivas e sustentáveis, que envolvam questões como diversidade, respeito à natureza e minimização do desperdício. Palestras, mesas-redondas e workshops discutirão durante três dias temas como “Alimentação e identidade”, “Território e sustentabilidade” e “Realizações e desafios dos sistemas de alimentação urbana da América Latina”.

Ao final do evento, as autoridades participantes assinarão a Declaração do Rio, um documento com compromissos gerais para uma aliança latino-americana das cidades signatárias do Pacto de Milão sobre Política de Alimentação Urbana.

Estarão presentes ao encontro no Rio representantes da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Organização Mundial da Saúde (OMS) e Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT), além de representantes de cidades da América Latina e da Europa, do Poder Executivo e de representantes de iniciativas brasileiras, como a Maré de Sabores, que participa de mesa-redonda sobre Território e Sustentabilidade.

Restrito a convidados, o Fórum será transmitido pelo canal da prefeitura no Youtube, no link http://bit.ly/ForumAlimentacaoUrbanaRio.

Rio se destaca em projetos de alimentação

O Rio de Janeiro foi escolhido entre as 187 cidades signatárias do Pacto de Milão para receber o fórum pelo seu protagonismo no setor de segurança alimentar, que inclui programa de alimentação escolar, restaurantes populares e circuito de feiras orgânicas.

Um dos destaques é o Programa de Restaurantes Populares que, desde a municipalização na atual gestão, já serviu 2,7 milhões de refeições com cardápio saudável a preços simbólicos nas unidades de Bangu, Campo Grande e Bonsucesso.

Outro exemplo bem-sucedido de política alimentar da Prefeitura do Rio de Janeiro é o Programa de Alimentação Escolar, que oferece diariamente 1,5 milhão de refeições saudáveis em unidades de ensino.

Já o Circuito Carioca de Feiras Orgânicas gera trabalho e renda por meio do consumo de produtos saudáveis e sustentáveis e reúne mais de 200 pontos de venda e de consumo de produtos certificados.

O que é o Pacto de Milão

O Pacto de Milão sobre Política de Alimentação Urbana foi assinado em outubro de 2015 na cidade italiana que dá nome ao documento e representa um dos legados mais importantes da EXPO 2015, evento mundial cujo tema foi “Nutrir o Planeta, Energia para Vida”.

O objetivo da iniciativa é criar uma rede de cidades comprometidas com o desenvolvimento e a implementação de sistemas alimentares sustentáveis. O Pacto estimula a troca de ideias e de sugestões sobre como abordar concretamente problemas comuns sobre temas que envolvam alimentação.

Estão previstas duas outras reuniões este ano. O 3º Fórum Regional das cidades signatárias africanas de língua francesa será realizado em Niamey, Níger, em junho. Em outubro será a vez de Montpellier, França, sediar o 5º Encontro anual das cidades signatárias do Pacto.

Desafio é garantir segurança alimentar

Em um momento de grandes debates sobre o uso de recursos naturais, como a água e extensões de terra para plantio, apenas o aumento da produtividade poderá ajudar a reverter este quadro. O crescimento na oferta de alimentos, no entanto, não poderá se dar a qualquer custo.

A expansão das áreas de cultivo e o aumento da oferta de animais – que demandam terras, água, ração e energia – já não são mais viáveis em um mundo em que o meio ambiente e a sustentabilidade são prioridades. O incremento, agora, só será possível com o aumento da produtividade no campo.

Manter os animais saudáveis e produtivos significa mais comida a um preço mais acessível para os consumidores, além de desenvolver e sustentar os produtores e suas comunidades”, afirma Carlos Kuada, vice-presidente da Elanco Saúde Animal para a América Latina.

Diante de um cenário desafiador como este, a Elanco Saúde Animal, e parceira dos produtores rurais há mais de seis décadas, reafirma o seu compromisso de ajudar o homem do campo a produzir mais e melhor, com responsabilidade e sem abrir mão da sustentabilidade.

Seja no interior do Brasil ou na África subsaariana, uma vaca leiteira doente pode significar a perda não apenas de uma importante fonte de alimento para uma família, mas também a perda de seus meios de subsistência”, ressalta o especialista.

Projeto quer atender pelo menos 100 comunidades carentes até 2020

Uma das líderes globais na produção de medicamentos e compostos nutricionais para bovinos, aves, suínos, peixes e animais de companhia, a Elanco tem como meta garantir a segurança alimentar a pelo menos 100 comunidades carentes até 2020 – hoje já são 96 comunidades impactadas, num total de 722.606 famílias espalhadas pelos quatro cantos do planeta.

Entre as ações de destaque está a parceria com a Heifer International, entidade com 75 anos de história no combate à pobreza, cujas ações nas Américas, Europa, África e Ásia que já beneficiaram mais de 165 mil famílias. Com doações de recursos, o projeto ajuda a criar empresas agrícolas que geram renda aos pequenos produtores e contribuem para a melhoria de vida e da qualidade da alimentação de suas famílias.

A Elanco acredita que trabalhando juntos – produtores, consumidores, empresas, governos e ONGs – e promovendo a saúde dos animais, podemos resolver o nosso problema mais urgente: a fome”, ressalta  Carlos Kuada.

Da Redação com assessorias da Prefeitura, ONU e Elanco

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