Nas redes sociais, é comum vermos mulheres com lábios cada vez mais carnudos. Mas será mesmo que são naturais, ilusão de ótica causada por batons e gloss especiais ou, de fato, preenchimento labial? A resposta é quase sempre a última: esse tipo de procedimento se tornou popular entre as brasileiras e certamente estará na boca de muitas musas, rainhas e passistas neste Carnaval.
Indicado para dar volume aos lábios, melhorar o contorno ou corrigir imperfeições secundárias a traumas locais ou decorrentes do processo de envelhecimento, o preenchimento labial se tornou, nos últimos anos, um dos procedimentos estéticos mais populares no mundo. E não é diferente no Brasil. Mas é bom ter cuidado para não ‘exagerar na dose’ se arrepender depois.
O dermatologista Renato Pazzini, formado pela USP e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) do xorpo clínico dos hospitais Albert Einstein e Oswaldo Cruz, afirma que a técnica mais utilizada é o preenchimento com ácido hialurônico.
“É uma substância presente no nosso organismo que, dentre outras funções, preenche o espaço entre as células da pele, deixando-a firme e lisa. Além disso, a pele fica mais hidratada, já que o ácido também tem essa função no local aplicado”, explica.
Confira 9 mitos e verdades citados pelo especialista
Embora o preenchimento labial seja uma opção segura, há uma série de dúvidas (e inverdades) sobre esse procedimento. Por isso, o Dr Renato lista uma série de 9 mitos e verdades sobre a questão. Entenda:
Todo mundo nota o preenchimento labial
Mito. O resultado tem relação com a técnica de aplicação do profissional, com o tipo do produto e com a vontade do paciente. A naturalidade é o que mais se valoriza na harmonização dos lábios.
O preenchimento labial é irreversível
Mito. O ácido hialurônico é reabsorvido naturalmente pelo organismo, dentro de um determinado período. Através da aplicação de uma enzima que inativa o ácido hialurônico, o preenchimento é revertido. Porém, o procedimento não costuma ser realizado prevendo sua reversibilidade.
O resultado é imediato
Verdade. Assim que é feita a aplicação, já é possível notar o aumento do volume dos lábios. Nos primeiros dias, ainda há um pouco de inchaço, mas logo a substância “se acomoda”.
Pode haver hematomas
Verdade. A aplicação pode ocasionar equimose e inflamação no local da injeção, mas os efeitos são passageiros e controláveis, com o suporte do profissional.
O preenchimento labial pode ser feito em qualquer pessoa
Mito. Há casos em que o procedimento não é recomendado, como em mulheres grávidas ou que estejam amamentando. “Pessoas que possuem algum tipo de doença crônica ou alguma inflamação/infecção nos lábios, como, por exemplo, herpes, devem evitar o procedimento”, diz Renato Pazzini.
Toxina botulínica é a mesma coisa que preenchimento labial
Mito. Popularmente conhecida como botox, a toxina botulínica é produzida pela bactéria Clostridium botulinum que, aplicada no músculo, resulta no relaxamento do local. Tem como finalidade diminuir rugas dinâmicas e marcas de expressão.
O preenchimento labial também corrige assimetria dos lábios
Verdade. O procedimento não serve apenas para aumentar os lábios, mas também para corrigir assimetrias dos lábios e promover contornos mais definidos, trazendo uma melhor harmonia para a face.
O preenchimento labial dói
Mito. O próprio ácido hialurônico tem apresentações que já possuem anestésico em sua composição. Mas, ainda assim, é preciso aplicar anestesia local. Sem ela, o paciente sentirá dor.
O preenchimento labial dura a vida inteira
Mito. A durabilidade média do efeito é de 9 a 12 meses. “Após esse período, é importante fazer uma avaliação e reaplicar o ácido hialurônico, para prolongar os efeitos”, completa Renato Pazzini.
E o que fazer se o preenchimento labial não der certo?
“Existe uma enzima que tira o ácido hialurônico, é como se ele dissolvesse todo o produto e o corpo trata de drenar o restante. Aplicamos o produto, fazemos uma massagem e logo tudo é removido e tira toda a elevação da boca”, explicou.