90% de quem sofre com problemas digestivos se automedicam

Alerta é da Organização Mundial de Gastroenterologia, que chama a atenção para o controle adequado das doenças gástricas que. se não devidamente tratadas, podem gerar sérias complicações

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Neste domingo em que lembramos o “Dia Mundial da Saúde Digestiva” (29 de maio) é mais do que importante o alerta e conscientização sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce das doenças do aparelho digestivo. De acordo com a Organização Mundial de Gastroenterologia, 20% da população mundial sofre com alguma doença ligada ao aparelho digestivo, e 90% delas não procuram orientação médica e fazem uso de automedicação quando sentem dor ou algum desconforto abdominal.

No entanto, o mau uso de medicamentos pode mascarar problemas de saúde mais sérios do aparelho digestivo. “Durante a pandemia, vimos que muitos pacientes deixaram de procurar o especialista para investigar os sintomas. E alguns casos podem evoluir com complicações, se não tratados adequadamente”, avalia Nanci Utida, gerente médica da Cellera Farma.

As doenças que afetam o sistema gastrointestinais são diversas e as alterações mais frequentes são dispepsia, doença do refluxo gastroesofágico, gastrites, doença ulcerosa do estômago e duodeno, síndrome do intestino irritável (SII), diarreia, obstipação intestinal. “Outras doenças que afetam o aparelho digestivo incluem as doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn e retocolite ulcerativa), hepatite, pancreatite, colecistite e colangite”, exemplifica a médica.

Os sintomas mais comuns do refluxo, gastrite e úlcera são azia, ou sensação de queimação no tórax depois de se alimentar, que costuma ser pior à noite; indigestão; dor ou queimação de estômago; sensação de estar “cheio” depois de comer. “Alguns pacientes podem sentir náuseas e dificuldade de engolir”, relata a médica.

As doenças intestinais, como a síndrome do intestino irritável (SII), doença de Crohn e retocolite ulcerativa têm como sintomas frequentes a alteração do trânsito intestinal que podem se refletir com episódios de diarreia e dor abdominal. “No caso da SII, há pacientes que podem apresentar constipação intestinal (intestino preso) ou alternar períodos de diarreia e constipação”, explica a médica.

Quanto mais precoce o diagnóstico, maior chance de cura

O médico que atende o paciente vai avaliar o quadro clínico e pode solicitar exames complementares. “Os mais comuns incluem a ultrassonografia de abdômen, endoscopia digestiva alta e/ou colonoscopia. Exames de sangue também podem ser solicitados para detectar alguma anormalidade decorrente da doença, como a anemia”, detalha a médica.

Mas os especialistas são unânimes em afirmar que o diagnóstico e tratamento precoces das doenças digestivas levam a um melhor prognóstico e maior chance de cura. Um bom exemplo é a gastrite causada pelo Helicobacter pylori. “O H. pylori é uma bactéria que habita o estômago e que, além de causar gastrite e úlcera gástrica, está associada ao maior risco de desenvolvimento de câncer de estômago. Portanto, se o paciente for identificado com essa bactéria, é preciso erradicá-la”, sentencia a médica.

É claro que a duração do tratamento depende da gravidade de cada doença. “Os protocolos de erradicação do H. pylori preconizam o uso de medicamentos (uma associação de antibióticos e inibidor de bomba de próton) por pelo menos 14 dias”, explica a especialista. Já o tratamento para o refluxo, gastrite e úlcera dura algumas semanas, podendo se prolongar por alguns meses.

“No caso de algumas doenças intestinais, como síndrome do intestino irritável e as doenças inflamatórias intestinais, a terapia medicamentosa pode durar de meses a anos”, alerta.

Isso porque a terapia medicamentosa pode ser curativa como no caso da gastrite por H. pylori. Mas há outros em que o tratamento só controla a doença, como na síndrome do intestino irritável e na doença inflamatória intestinal. “Existem pacientes que apresentam remissão da doença, mas a afecção pode voltar após algum tempo”, lamenta.

Manter a microbiota intestinal em equilíbrio é fundamental

A microbiota intestinal (também conhecida como flora intestinal) é o conjunto de microrganismos que habitam nosso intestino. Estudos recentes mostraram que a microbiota intestinal equilibrada tem amplo impacto na saúde do indivíduo, incluindo resistência a patógenos, na manutenção do epitélio intestinal, na metabolização de compostos da dieta e no auxílio na modulação da função imunológica.

Os probióticos, microrganismos vivos que quando ingeridos em quantidades adequadas, promovem vários benefícios à saúde e têm um papel importante na microbiota. Eles estão disponíveis em alguns alimentos fermentados e em suplementos, sob a forma de cápsulas, comprimidos, em sachês (pó) ou em líquido. “Os probióticos equilibram a microbiota intestinal e com isso promovem benefícios à saúde, em especial à saúde digestiva”, explica a médica Nanci Utida.

Melhorar a alimentação faz parte da mudança de hábitos

A médica afirma que uma alimentação equilibrada tem fator decisivo na prevenção de doenças do aparelho digestivo e no organismo como um todo. “Uma dieta saudável ajuda as crianças a crescerem e se desenvolverem adequadamente e reduz o risco de doenças crônicas, incluindo a obesidade”, afirma.

“Adultos que mantêm uma dieta saudável, vivem mais e têm menor risco de desenvolver doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e determinados tipos de câncer”, afirma. “Isso sem contar que associar a boa alimentação à prática de atividade física regular ajuda a controlar o peso e a prevenir a obesidade”, avalia. “E o uso diário de probióticos pode ser um aliado, pois equilibra a microbiota intestinal”, conclui.

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