Alimentos industrializados são vilões para o intestino

No Brasil e outros países em desenvolvimento, aumenta o número de pessoas com Doença de Crohn e retocolite ulcerativa. Maio Roxo esclarece sobre esse problema

Alimentos doces e à base de farinha devem ser evitados por mulheres na menopausa (Foto: Banco de imagens)
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Recentemente o ator americano Tyler James Williams, do seriado “Todo Mundo Odeia o Chris“, declarou que ficou internado por cinco dias em decorrência da doença de Crohn e perdeu 4,5 quilos. Especialistas têm observado um aumento no número de pessoas com doenças inflamatórias intestinais (DII) em países em desenvolvimento.

Essas doenças ainda não têm causa definida, mas estudos indicam que elas podem estar relacionadas a fatores como consumo exagerado de comidas industrializadas e com alto índice de gordura, além de questões hereditárias e imunológicas.

No Brasil, por exemplo, elas atingem 13,25 em cada 100 mil habitantes, sendo 53,83% de doença de Crohn e 46,16% de retocolite ulcerativa, segundo dados divulgados em 2018 no I Congresso Brasileiro de Doenças Inflamatórias no Brasil (Gediib), em São Paulo. Jovens entre 20 e 40 anos, de ambos os sexos, são os mais atingidos pelas DII, responsáveis por grande impacto nas relações sociais e profissionais desses pacientes.

O ator americano Tyler James Williams foi diagnosticado com a Doença de Crohn e perdeu quase 5 quilos (Foto: Reprodução da internet)

Quanto mais cedo forem diagnosticadas, maiores as chances de o paciente conseguir o controle da doença por meio do tratamento adequado e com menos impacto nas suas atividades diárias”, afirma a presidente da SBCP, Sthela Murad Regadas.

Para conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce, que permite uma melhor qualidade de vida, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) realiza a campanha Maio Roxo. No Portal da Coloproctologia (http://portaldacoloproctologia.com.br) e na página da Sociedade no Facebook (www.facebook.com/portalcoloprocto), haverá informações e dicas para o público leigo.

“As Doenças Inflamatórias Intestinais (Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa) ocorrem devido a múltiplos fatores, nem todos já esclarecidos, que vão desde determinantes genéticos, microbiota do ecossistema intestinal, hábitos de vida e alimentares até a imunorregulação da mucosa intestinal, sendo esses os principais”, observa o médico clínico Marcelo Caldeira, do Centro de Infusões e Terapias, unidade no RJ do Grupo Oncoclínicas.

Estudos apontam que há maior risco de câncer colorretal em pacientes com DII quando comparados à população em geral. Por isso a recomendação é que pacientes diagnosticados com DII sejam submetidos periodicamente a colonoscopia para diagnosticar e tratar lesões potencialmente cancerosas.

Doença de Crohn

É uma inflamação crônica que pode ocorrer em qualquer parte do tubo digestivo (desde a boca até o ânus), sendo mais comum na parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso (cólon). O tabagismo e o histórico familiar estão entre os fatores de risco.

Retocolite ulcerativa

É uma inflamação na mucosa do intestino grosso acompanhada de diarreia crônica com sangue e anemia. A ausência de lesões no intestino delgado é um dos fatores que podem diferenciá-la da doença de Crohn. O diagnóstico também é realizado por colonoscopia com biópsia.

sintomas

Para o médico, tão importante quanto uma alimentação equilibrada e saudável como arma de prevenção é proporcionar informação à população para ajudar na identificação do quadro. Entre os sintomas mais comuns estão diarreia (com pus, muco ou sangue), cólicas, gases, fraqueza, perda de apetite e febre. Podem ocorrer ainda problemas oculares, articulares, cutâneos e no fígado.

DIAGNÓSTICO

A investigação e a avaliação clínica são fundamentais para o diagnóstico preciso e o tratamento mais assertivo das Doenças Inflamatórias Intestinais. O diagnóstico é feito por meio da colonoscopia com biópsia. Outros exames como tomografia computadorizada, ressonância magnética e exames laboratoriais podem ajudar na identificação.

O diagnóstico e a classificação das doenças inflamatórias intestinais são baseados na suspeição clínica, seguindo critérios do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GDIIB) estabelecidos em consenso, com auxílio de exames complementares de imagem e laboratoriais, além de colonoscopia com biópsia. Também por isso, embora ainda não haja uma cura definitiva, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado permitem um controle eficiente, com excelente qualidade de vida aos pacientes portadores”, garante Caldeira.

Tratamento

Dependendo do caso, o tratamento das DII pode ser medicamentoso ou cirúrgico. Basicamente, o tratamento é clínico, podendo ser necessárias intervenções cirúrgicas, nos casos mais graves, e segue diversas etapas, com uso de medicamentos orais e/ou venosos e subcutâneos, assim como os essenciais cuidados alimentares com dieta equilibrada, de acordo com a orientação de um nutricionista.

Em alguns pacientes pode ser necessária a confecção de estomas (bolsas coletoras de fezes). “Nos casos mais graves, podem ser necessárias cirurgias para retirada de segmentos do intestino em razão de oclusão, sangramento ou perfuração e tratamento de lesões anais”, explica Caldeira.

Alimentação

Em geral, pacientes com DII devem manter uma dieta equilibrada, evitando alimentos gordurosos, como frituras e fast-food. O médico também poderá indicar suplementos para repor as perdas de nutrientes.

Da Redação, com Assessorias

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