Arritmia cardíaca causa morte súbita de 320 mil pessoas por ano

Campanha da Sobrec promove ações pelo Brasil para alertar sobre alta incidência e consequências das arritmias cardíacas

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“Batedeira” no peito, cansaço constante e desmaios repentinos sem motivos aparentes são alguns dos sintomas das arritmias cardíacas, patologia que atinge cerca de 20 milhões de brasileiros e é responsável pela morte súbita de mais de 320 mil pessoas todos os anos. As arritmias fazem com que o coração bata fora da frequência regular, às vezes de forma mais lenta, outras mais aceleradas, e em outras oscilando entre estas duas situações.

Em geral, a frequência devidamente ritmada deve se manter entre 50 e 100 bpm (batimentos por minuto). Quando o coração bate em ritmo lento (abaixo de 50 bpm), temos uma bradicardia. Já quando o coração bate em ritmo acelerado (acima de 100 bpm em repouso), temos uma taquicardia.  As chances de sobrevivência em pessoas que sofrem uma parada cardiorrespiratória diminuem a cada 10 minutos quando não é prestado um atendimento adequado. A partir de 7 minutos sem oxigenação devida ao cérebro, as taxas de sequelas neurológicas permanentes aumentam de forma significativa.

As arritmias cardíacas representam grande perigo à saúde da população em geral, e principalmente daquelas que já tiveram um infarto ou têm alguma doença cardíaca. Isso porque, em muitos casos, elas podem ocasionar paradas cardíacas capazes de desencadear, entre outras complicações, intercorrências fatais, como a chamada morte súbita. Nos Estados Unidos, por exemplo, ocorrem cerca de 450 mil casos de morte súbita por ano. No Brasil, até o momento, já ultrapassamos a marca de 330 mil mortes desde o início deste ano, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Um outro tipo de arritmia cardíaca muito comum e capaz de provocar o AVC (derrame cerebral) é conhecida como fibrilação atrial. O distúrbio, que altera tanto a frequência quanto o ritmo cardíaco, é o mais frequente na atualidade. No Brasil, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas sejam afetadas por esta arritmia. Por esses motivos, a doença tem atenção especial da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), que promove, na semana de 12 de novembro, ações educativas em 25 cidades do país com o objetivo de alertar sobre a importância do diagnóstico e tratamento das arritmias.

Batizada de Coração na Batida Certa, a iniciativa tem como marco o Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita, celebrado em 12 de novembro, data que já faz parte do calendário do Ministério da Saúde.  Em sua 13ª edição, a campanha irá viabilizar palestras, aferição de pressão arterial e frequência cardíaca pela medição de pulso, além do treinamento de manobras de ressuscitação cardíaca com massagens e uso do DEA (Desfibrilador Externo Automático), tudo de maneira gratuita.

Mais do que informar, queremos tornar o indivíduo protagonista de ações preventivas e de prestação de socorro, capacitando-o para a identificação de distúrbios do ritmo cardíaco e a pré-condução dos atendimentos de morte súbita, que são essenciais para salvar vidas. Até porque, em muitas situações, a arritmia pode ser silenciosa, sem sintomas aparentes até a ocorrência do mal súbito, em casa, na rua, em qualquer lugar, e alguém bem orientado poderá ajudar”, explica a cardiologista coordenadora nacional da campanha, Luciana Armaganijan.

Sintomas e tipos de arritmias cardíacas

Os sintomas mais comuns das arritmias cardíacas são palpitações, escurecimento da vista, tonturas, desmaios, palidez, sudorese, mal estar, dores no peito e falta de ar. Muitos pacientes não têm sintomas e a descoberta da arritmia é acidental, sendo que a morte súbita pode ser a primeira e a única manifestação.
“Assim como no infarto, as arritmias podem ser evitadas e controladas com algumas medidas preventivas como reduzir o estresse, ter uma alimentação balanceada, rica em legumes, frutas e verduras, não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas e de energéticos, não fumar e praticar atividades físicas regularmente”, afirma Enrique Pachón, cardiologista do Serviço de Arritmias Cardíacas do HCor.
Evite as arritmias cardíacas e previna a morte súbita: caso o paciente não tome os cuidados necessários ou não procure avaliação médica, as chances de um evento cardíaco de alto risco ocorrer só aumentam. Por isso, é preciso ter atenção ao problema. “Evitar as arritmias ainda é a melhor maneira de impedir morte súbita ou derrames causados pela doença”, diz o médico.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico das arritmias cardíacas é feito através de uma minuciosa avaliação clínica e por exames como o eletrocardiograma, Holter, teste ergométrico e o estudo eletrofisiológico entre outros. Já o tratamento é feito utilizando medicamentos específicos, implante de marca-passos e a ablação por radiofrequência (que podem tratar de forma definitiva as arritmias cardíacas). “Esta última é realizada através de cateteres que são levados ao coração por veias e artérias, sem a necessidade da abertura do tórax”, explica.

Ablação por radiofrequência

É o procedimento mais eficiente para o tratamento definitivo das arritmias cardíacas. É realizada através dos cateteres por veias e artérias, sem a necessidade de abertura do tórax, sendo sugerida ao paciente quando a arritmia representa algum risco ou não responde ao tratamento com medicamentos. Atualmente a ablação realizada no laboratório de arritmias do HCor conta também com um moderno sistema de mapeamento computadorizado 3D (mapeamento eletro-anatômico). Com o objetivo de auxiliar os médicos na identificação e localização dos focos de arritmias, aumentando consideravelmente o índice de sucesso nas ablações, e reduzindo drasticamente os riscos da manipulação do coração e também do uso dos Raios X.

Outros tratamentos

Os modernos marca-passos cardíacos que conseguem fazer o diagnóstico e tratar as arritmias mais graves, ao aplicar estímulos automáticos no coração, são os chamados desfibriladores implantáveis, mesmo que o paciente apresente a arritmia muito longe do hospital ou de seu médico. “É como se o paciente carregasse, dentro de si, o seu médico, para tomar as providências na hora que precisar. Os marca-passos ressincronizadores também podem tratar a insuficiência cardíaca, ao estimular as áreas específicas do coração e recuperar a força de contração”, esclarece Dr. Pachón.

RESSUSCITAÇÃO EM HOSPITAL

Nais de 95% das mortes súbitas ocorrem fora do ambiente hospitalar. “Por isso, ter conhecimento do suporte básico de vida, por exemplo, pode garantir a rápida intervenção e aumentar consideravelmente a taxa de sobrevida durante um evento. Quando as manobras de ressuscitação são iniciadas imediatamente e em até sete minutos após a parada cardíaca, mais da metade dos pacientes pode ser salva. A sobrevida dos pacientes que sofrem uma parada cardíaca pode ser totalmente modificada quando utilizamos adequadamente o desfibrilador automático, cada vez mais presente em muitos locais públicos”, revela Dr. Pachón.

Mais sobre a ação da Sobrac

Com o objetivo de trazer um alerta sobre as arritmias cardíacas, especialmente à população leiga, a campanha promove desde palestras a aferições de pressão e ensino da medição de pulso, que podem ajudar diretamente na prevenção de doenças como o AVC (Acidente Vascular Cerebral). A iniciativa conta com o trabalho voluntário organizado por médicos e demais profissionais aliados à Sobrac, ocupando praças, calçadões, parques, shoppings, hospitais e centros esportivos, levando educação e saúde gratuita para aqueles que não têm acesso a serviços de referência em cardiologia.

No Rio de Janeiro, estão sendo preparadas palestras informativas, distribuição de folders e medição de pressão arterial e pulso. Já em Volta Redonda, serão ofertadas palestra informativa, medição de pressão e demonstração de manobras de reanimação cardíaca com o uso de bonecos e desfibrilador externo automático (DEA). Situadas em locais públicos e de fácil acesso – a primeira no Largo da Segunda-Feira, na Tijuca (Rua São Francisco Xavier); a segunda, no Largo 9 de Abril -, as ações acontecem a partir das 10h, contando com a participação de médicos, estudantes de medicina e demais profissionais da área da saúde.

Para ampliar as mensagens da campanha, a Sobrac ainda mobiliza artistas e influenciadores digitais para literalmente vestirem a sua camisa e aderirem à causa nas mídias sociais e imprensa. Este ano, o garoto-propaganda que ilustra o vídeo oficial da campanha é o cantor Sérgio Reis. “São personalidades que gentilmente abraçam a nossa comunicação de conscientização aos cidadãos, cientes de seu poder de informação perante à população”, pontua Dra. Luciana.

Veja aqui um guia para entender as arritmias cardíacas. Informações, peças da campanha e mapa de ações no Brasil estão disponíveis em www.sobrac.org/campanha

Fonte: Sobrac e HCor

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