Brasileiro ainda não se previne do câncer de próstata

Pesquisa da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica mostra que apenas 1 em cada 5 homens realiza exames para identificar precocemente a doença

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Apesar de campanhas já populares como o Novembro Azul, o brasileiro ainda não adota ações efetivas de combate ao câncer de próstata. Esta é uma das conclusões identificadas na primeira pesquisa proprietária da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Um a cada 4 homens (24%) já foi ou conhece alguém que foi diagnosticado;  67% sabem que deveriam fazer exames de próstata e 42%, que deveriam passar por exames de PSA. No entanto, na hora de colocar na prática essa atitude preventiva, os números despencam. Apenas 22% dos brasileiros fazem exame de próstata e 20% de PSA.

“Este é um dado bastante preocupante, em especial, porque as taxas de conversão, ou seja número de brasileiros que sabe que deveria fazer exames e não os faz, é extremamente alta”, afirma Volney Soares, oncologista clínico e Diretor da SBOC. O “Panorama sobre Conhecimento, Hábitos e Estilo de Vida dos Brasileiros em relação ao Câncer” ouviu mais de 1,5 mil pessoas, sendo 723 entrevistados do sexo masculino.

De acordo com a pesquisa, o câncer de próstata é a variedade da doença que tem maior incidência na população masculina. Entre os estados com melhores índices de informação a respeito da necessidade de se fazer exames de próstata, apresentam as melhores notas os estados do Acre (93%), Distrito Federal (86%) e Paraná (82%). No contraponto, Mato Grosso (33%), Rondônia (40%) e Maranhão (47%) registraram os piores índices.

Já no caso do PSA, paraibanos e alagoanos demonstraram os melhores níveis de reconhecimento (empatados com 57%), enquanto dois estados do Centro-Oeste brasileiro tiveram os piores índices: Mato Grosso, com apenas 7% de reconhecimento da necessidade de fazer este tipo de exame, e Mato Grosso do Sul (21%).

Além de os dados referentes à prevenção do câncer de próstata não serem positivos, o estudo mostrou uma situação ainda mais preocupante em relação à saúde do homem. “De modo geral, foi possível perceber que o homem brasileiro hoje só se preocupa minimamente com a próstata e não tem nenhuma iniciativa preventiva em relação a outros tipos de câncer de alta incidência, como pulmão, ânus e estômago”, afirma Soares.

Um entre sete homens terá a doença

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. A doença é a segunda maior causa de morte por câncer no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pulmão. Dados do Instituto Nacional do Câncer de 2016, estimam que os números de diagnóstico desse tipo de câncer devem ultrapassar os 61 mil este ano. Em 2013, por exemplo, foram registradas mais de 13 mil mortes pela doença.

Cerca de 10% dos homens com 50 anos, 30% com 70 anos e 100% dos que chegarem aos 100 anos de idade terão câncer de próstata. Glândula responsável por nutrir os espermatozoides, a próstata passa a ser o centro das atenções após os 45 anos de idade, fase em que os cuidados com o órgão precisam ser redobrados. Segundo o Instituto Oncoguia, aproximadamente um a cada sete homens será diagnosticado com a doença durante a vida, ou seja um homem a cada 39 morrerá devido ao câncer de próstata.

No entanto, esse é um assunto que ainda configura certo tabu entre o público masculino. O exame de toque, que dura apenas alguns segundos e pode ser o grande divisor de águas entre um diagnóstico precoce com altas chances de cura e a detecção de um tumor já em fase avançada, apesar de ser cercado de mitos e preconceitos, felizmente tem sido procurado cada vez mais. Além do toque, outros recursos também são utilizados, como os exames de sangue e de imagem.

As chances de cura são de 80% a 90%; para tumores detectados precocemente. Quando o câncer é detectado em estágio avançado, essas chances diminuem para 10% a 20%. No tratamento multidisciplinar, urologista, oncologista e radioterapeuta em diversos momentos atuarão em conjunto, conforme a história da doença. Mas entre 5% e 10% dos pacientes já terão a doença metastática ao diagnóstico e uma parcela variável dos pacientes tratados inicialmente como doença localizada terão uma recidiva bioquímica (elevação do PSA) ou clínica (surgimento de metástases à distância).

 Cristo fica azul

O Cristo Redentor, no Morro do Corcovado (Rio de Janeiro) ganha iluminação azul nesta sexta-feira, 17, Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata.  Essa é mais uma ação da campanha Novembro Azul, criada no Brasil em 2011 pelo Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL). Desde 2008, quando foi criado, o LAL promove atividades para estimular a mudança de comportamento dos homens, com a conscientização da importância da ida ao médico, da realização de exames preventivos e da adoção de práticas mais saudáveis para a promoção da saúde.

Evolução da campanha Um Toque, Um Drible, criada em 2008, o Novembro Azul foi inspirado pelo movimento internacional Movember, que incentiva os homens a deixar o bigode (moustache) crescer no mês de novembro (November) para promover a conscientização sobre temas relacionados à saúde masculina, como câncer de próstata, câncer de testículos e de pênis.

O website do Instituto Lado a Lado pela Vida traz uma área exclusiva com informações sobre as atividades programadas para o Novembro Azul. Além das ações já incluídas, outras surgiram motivadas por apoiadores e serão acrescentadas no site ao longo do mês. Na ação desta sexta-feira, haverá uma solenidade entre às 19 e 20 horas, com a presença de Marlene Oliveira, presidente do LAL e convidados.  http://ladoaladopelavida.com.br/campanha/novembro-azul

Nova terapia para câncer de próstata a partir de janeiro

 

 

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