Como diagnosticar a hipertensão arterial em crianças e adolescentes

Alunos da Escola Estadual Salvador Moreno Munhoz durante a atividade que identificou alunos com hipertensão (Foto: Acervo pessoal/Emílio César)
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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em crianças e adolescentes, a hipertensão arterial tem se tornado cada vez mais comum. Pesquisas apontam que, na maioria dos casos, a doença em crianças é hereditária, mas também pode ser atribuída à falta de prática de exercício físico, sedentarismo e maus hábitos alimentares.

Diante de algo tão perigoso, a escola pode ser um caminho para auxiliar a diagnosticar e a prevenir. Uma escola da rede pública de Teodoro Sampaio (SP) é um exemplo. O professor de matemática Emílio César Cassiano aplicava uma atividade STEM (acrônimo, em inglês, de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e, durante o exercício, identificou quatro alunos que tinham hipertensão ainda não diagnosticada.

A atividade começava com a explicação sobre a pressão arterial e os alimentos que são maléficos. Depois, fizemos uma atividade física na área externa, aferindo a pressão em diferentes momentos. Com os dados, fizemos gráficos e tabelas que permitiram identificar quatro alunos com hipertensão, que foram devidamente encaminhados para acompanhamento médico”, explica o professor.

Programa capacita professores a identificar problemas de saúde

Emílio César diz que o STEM é uma metodologia ativa que vai além de explicações sobre os órgãos do corpo humano e seu funcionamento. No caso, o professor aplicava, em conjunto com outras disciplinas, uma atividade do STEM Brasil, programa de capacitação de professores desenvolvido pela ONG Educando by Worldfund.

Marcos Paim, diretor do STEM Brasil, explica que, seja à distância (por meio de aulas on-line) ou no formato presencial quando possível, experimentar e aprender com as mãos ajuda a tornar a atividade muito mais marcante e memorável.

Em grande parte, já que estamos falando de saúde, médicos e enfermeiros aprendem fazendo. Por que não dar a mesma oportunidade aos estudantes, possibilitando manipular simulações de coração com equipamentos simples (muitas vezes usando criatividade com mangueirinhas e garrafas PET, cujos exemplos estão disponíveis na Internet) e, da mesma forma, com simuladores virtuais?”, afirma.

Paim explica que as atividades STEM permitem, por exemplo, verificar o que acontece quando a alimentação é inadequada ou qual é o impacto do sedentarismo, além de discutir questões envolvendo a genética de cada pessoa e a propensão à doença em função do histórico familiar. Além disso, os estudantes aprendem a verificar o diagnóstico e o tratamento para controlar a hipertensão, que, quando diagnosticada na infância e adolescência, são fundamentais para prevenir complicações no futuro.

O STEM Brasil segue uma metodologia própria e já capacitou mais de 9 mil professores da rede pública de 23 estados. Um deles foi o professor Emilio Cassiano, que elogiou a capacitação. “Há 30 anos que eu dou aula e falo que o Brasil não forma pessoas que gostam de ciências. E o STEM Brasil vem justamente fazer isso”.

Cuidados com o coração

Atividade física e alimentação equilibrada são alguns dos cuidados que auxiliam a evitar doenças cardiovasculares. Taciana Ziembowicz, especialista em Biologia do STEM Brasil, lembra que um levantamento da OMS mostra que os três principais fatores de risco para ataques cardíacos são obesidade, falta de exercícios e alimentação incorreta.

Desse modo, para manter o seu sistema cardiovascular saudável: não fume, faça exercícios regularmente, controle sua pressão arterial, consuma alimentos saudáveis, consuma poucos alimentos gordurosos, especialmente os saturados ou gordura trans, mantenha um peso saudável, controle a sua diabetes, limite o consumo de álcool, reduza o estresse, faça acompanhamento regular ao médico”, afirma.

Segundo Taciana, os homens têm mais tendência de desenvolver doenças cardiovasculares, entretanto, as mulheres estão cada ano mais expostas ao risco, pois a gordura na cintura abdominal, o tabagismo, a pressão arterial elevada, o colesterol alterado e o trabalho em três turnos, tanto pela inserção no mercado de trabalho, quanto pelos cuidados da família e da casa, comprometem a qualidade de vida das mulheres.

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