Como observar e cuidar da saúde mental das crianças nas férias

Psicóloga dá dicas sobre quais comportamentos podem indicar sofrimento emocional em crianças e adolescentes durante as férias escolares

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Para muitas crianças e adolescentes as férias escolares representam o retorno ao isolamento social. Essa interrupção nas atividades sociais presenciais e remotas representa uma boa oportunidade para pais e responsáveis prestarem atenção na saúde mental infanto-juvenil. Segundo estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) com 9 mil participantes, 9% das crianças apresentaram níveis clínicos de ansiedade e 12% de depressão.

Fica claro que saúde mental não é um problema restrito à vida adulta. Por isso, mudanças bruscas de comportamento devem ser observadas, sobretudo durante as férias escolares, uma vez que a mudança na rotina ajuda a iluminar possíveis transtornos, informa a psicóloga Alice Munguba, especialista em Clínica Psicanalítica Infantil na Holiste Psiquiatria.

“Qualquer situação de extremo isolamento social pode causar sofrimento em algumas pessoas. Existem também aquelas que por timidez ou outros fatores preferem estar mais isoladas socialmente e emergem ainda mais nas vivências virtuais, sejam elas jogos, vídeos, séries, etc. Muitas vezes esse contexto virtual já torna muitas crianças “satisfeitas” e elas querem ainda mais tempo para fazer uso desse recurso. Esse é também um fator que demanda atenção. Já as crianças que fazem mais uso da interação social fora das telas ficam, de fato, às vezes entediadas quando se veem sem muito o que fazer”, explica.

Em casos de ansiedade ou fobia social, algumas crianças e adolescentes ficam mais sintomáticos diante da cobrança escolar e enxergam as férias como um alívio, principalmente em tempos de aula online, onde tem sido difícil a adesão de atenção das crianças para essa modalidade.

Alice alerta que alguns comportamentos merecem atenção dos pais e responsáveis: tiques nervosos, morder de dedos, arrancar de cabelos, mudança brusca no apetite, choro constante ou dificuldade para dormir. “Quando os sintomas estiverem dificultando a rotina da criança é hora de pedir ajuda. Primeiro, a família pode tentar adaptar algo na dinâmica para ver como a criança/adolescente responde a isso. Se mesmo a intervenção familiar for insuficiente é o momento de buscar um profissional”, finaliza.

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