Cura a cavalo: equoterapia ajuda crianças com autismo

Equoterapia é ferramenta importante para tratar Transtorno do Espectro Autista (TEA). PM do Rio amplia trabalho com cavalos em suas unidade

Inauguração do II Centro de Equitação terapêutica da PM em Sulacap, Zona Oeste do Rio (Foto Rafael Campos)
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Há bastante tempo a equoterapia é conhecida como um método terapêutico eficiente no desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiências e ou necessidades educacionais especiais.  Mãe de Deborah, de 14 anos, que tem autismo moderado, a professora Raquel de Oliveira, de 41, reconhece que as aulas de equoterapia numa unidade da Polícia Militar do Rio de Janeiro foram essenciais para a melhora da qualidade de vida da filha.

Raquel e a filha Deborah,, de 14 anos, que teve boa evolução com a equoterapia (Foto: Rafael Campos)

‘A Deborah sempre gostou de animais, e a gente como mãe sempre busca o melhor para o filho. A PM é dedicada, os cavalos são dóceis, o trabalho realizado fortaleceu a musculatura da Deborah, melhorou a sua autonomia e ela volta muito mais feliz para a casa depois das aulas”, contou Raquel.

A técnica utiliza o cavalo por meio de abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, Desde 1996 foram realizados mais de 16 mil atendimentos gratuitos de equoterapia para policiais militares, seus dependentes, profissionais de outras instituições de segurança pública e a sociedade civil no Regimento de Polícia Montada Coronel Enyr Cony dos Santos, em Campo Grande.

O trabalho desenvolvido há 25 anos  deu tão certo que acaba de ser inaugurado o  II Centro de Equitação Terapêutica no Esquadrão Escola de Cavalaria da Polícia Militar, no bairro de Jardim Sulacap, também na Zona Oeste do Rio. Com a criação do segundo centro terapêutico, o número de atendimentos semanais aumenta de 38 para 128.

Para atuar nos dois centros, o projeto conta com uma equipe composta por 12 policiais militares com formação em Psicologia, Fonoaudiologia, Fisioterapia, Educação Física e Pedagogia. O programa conta com parceria do Detran, que encaminha vítimas de acidente de trânsito que tenham sofrido deficiência motora. Os encontros são realizados às segundas, quartas e sextas-feiras, das 7h às 19h.

“A fila de espera é de mil pessoas e, por isso, a gente entendeu que precisava ampliar o programa. É gratificante ver o resultado de cada caso e isso não tem preço”, disse o secretário de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Pires, que já planeja a abertura de um terceiro centro, em São Gonçalo.

Equoterapia mudou o comportamento de Lucas

Lucas Kronka, autista que tem o cavalo como grande motivação de seu desenvolvimento, com incentivo da família (Foto: Divulgação)

Em São Pedro, no interior do Estado de São Paulo, Fernanda Kronka, competidora de três tambores do Haras Monte Alto, conta a história da sua família e como o cavalo transformou a vida dela e do irmão Lucas, que é autista. “Nunca tive contato com os cavalos. Nós morávamos em São José do Rio Preto (SP) e meu irmão fazia Equoterapia, devido ao TEA. Essa terapia ajudava muito ele”, destaca.

“Quando mudamos para Minas Gerais, lá não tinha a Equoterapia. Fomos em busca de um lugar que tivesse cavalos e conhecemos um casal que tinha duas filhas praticantes da modalidade de Três Tambores. Já era uma forma dele estar junto dos animais, foi aí que despertou em mim o interesse pelos cavalos e no esporte. Eu tinha sete anos de idade”, lembra Fernanda Kronka.

Ela conta ainda que Lucas não sabe ler e escrever, mas sua mãe fez com que ele se desenvolvesse muito e o cavalo ajudou nisso. “Geralmente, o autista não gosta de barulho, e é difícil ficar parado em qualquer lugar que não seja o cantinho dele. E o Lucas hoje gosta de barulho, frequenta vários lugares. Tudo foi conquistado com muito empenho da minha mãe, em fazer que ele se sentisse bem e tivesse uma convivência melhor”, diz Fernanda, emocionada.

Mas Raquel, mãe de Fernanda, queria algo mais, pois sabia que podia ajudar mais o Lucas e também outras pessoas com a mesma ou outras necessidades especiais. A partir daí, começou a estudar, se formou em pedagogia e psicopedagogia, defendendo na sua tese a importância da Equoterapia. Assim, Raquel abriu um centro em Iturama (MG), realizando atendimento diário para crianças da Apae e alguns particulares.

Por 16 anos ela realizou esse trabalho, ajudando várias pessoas e podendo contribuir ainda mais para a evolução do Lucas. Atualmente, a família mora em São Pedro, interior paulista, onde Raquel continua seu trabalho com a Equoterapia, por enquanto apenas com o Lucas. Em um futuro breve, ela pretende abrir as portas do seu haras para voltar a ajudar outras pessoas que precisam do tratamento.

 

Ação contra a fome interrompe equoteria

De acordo com a ANDE – Brasil, que regulamenta a prática da equoterapia no país, este método terapêutico utiliza o cavalo “dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência ou com necessidades especiais”. A atividade é conduzida por um profissional da área da saúde (Fisioterapeuta, psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo) e/ou profissional da educação (pedagogo e educador físico).

A AEV é atuante na equoterapia desde 2003 e reúne todos estes profissionais citados, somando 10 pessoas em sua equipe. Juntos, se empenham no atendimento a pessoas com patologias diversas, como lesões neuromotoras de origem encefálica ou medular, patologias ortopédicas congênitas ou adquiridas por acidentes diversos, síndromes, distúrbios de comportamento e de aprendizagem e disfunções sensório motoras ou sem deficiência. As atividades ocorrem na Fazenda Vassoural, em um espaço de 1.400m² totalmente ao ar livre, ambiente seguro composto por: pista, redondel, bancada, mesas, cadeiras, área para eventos e com acessibilidade para deficientes.

Ao longo dos 17 anos de atividades, a associação já recebeu mais de 600 praticantes, totalizando mais de 26 mil atendimentos. E com a chegada da pandemia pelo novo Coronavírus, em março de 2020, os atendimentos precisaram ser adaptados, visando priorizar a segurança dos pacientes e dos profissionais que atuam na Associação. Mas, não foram interrompidos, pois suspendê-los poderia resultar em um impacto significativo para os praticantes, já que a Equoterapia traz melhoras evidentes não apenas aos praticantes, mas, também, a todos que convivem com eles.

Por isso, a equipe da AEV observou que a pandemia colocou algumas famílias assistidas pela Associação em uma situação de vulnerabilidade muito grande. De acordo com Elaine Cristina Soares Leite, fisioterapeuta e coordenadora da entidade, “isso despertou a preocupação de manter a qualidade de vida do praticante e de sua família em meio a todo caos ocasionado com a pandemia.

A função desse tipo de ação (a entrega das cestas básicas) vai muito além de simplesmente mantê-los saciados. Uma alimentação adequada e saudável garante uma boa nutrição e o funcionamento adequado de todo o corpo, contribuindo para o fortalecimento do sistema imunológico, para a manutenção e a recuperação da saúde”.

Ela explica que as profissionais decidiram então por se reinventar e focar em ações diversas à distância, abrangendo desde o âmbito da vida humana, com distribuição de cestas básicas e kits de higiene, como a gravação de vídeos com atividades para serem realizadas em casa, elaboração e distribuição de kits individuais para atividades remotas, sempre orientadas pelas profissionais. Além disso, realizaram promoção de interação entre as famílias dos praticantes, através das ferramentas oferecidas pela internet.

“Eles foram privados de alguns resultados que somente o contato com cavalo pode proporcionar, mas conseguimos nos reinventar com foco em nossos objetivos de evolução para os praticantes.”, ressalta a coordenadora. Ela frisa que houve, por parte dos profissionais da AEV, preocupação com os efeitos da hipoatividade ou inatividade física dos praticantes e que as ações propostas, mesmo de forma remota, trariam resultados muito positivos. Além de manter e fortalecer o vínculo, o que também é essencial.

Um novo desafio foi, a partir de outubro/2020, proporcionar meios seguros para a retomada das atividades presenciais. De acordo com Elaine, foi necessário reduzir os atendimentos diários visando assegurar o distanciamento social adequado, porém, sem deixar de contribuir para a saúde de alguns praticantes.

“Orientamos a todos sobre a correta higienização, distanciamento e responsabilidades com relação à pandemia“.

De acordo com a mãe de um praticante, A. A. B., ver sua filha montando a cavalo na equoterapia é um sonho realizado. “E eu também faço uma terapia pelo fato de estar em um lugar tão bonito e agradável!”, ela salienta.

Durante o mês de janeiro, a coordenadora da entidade ressalta que é dedicado para a realização dos planejamentos e avaliações/reavaliações dos praticantes. Para saber mais sobre a Associação de Equoterapia Vassoural, acesse: aevesporte.com.br

Importância da conscientização sobre o autismo

Veridiana com o pai conduz o maior centro de reabilitação da América Latina (Foto: Divulgação)

O Centro de Equoterapia de Jaguariúna (CEJ) é considerado o maior centro de reabilitação da América Latina. Há dois anos, o CEJ fundou o Centro de Referência em Autismo de Jaguariúna (CAJ), ambos coordenados por Wilson Mellilo e sua filha Veridiana Mellilo.

No CAJ, através das importantes parcerias, são atendidas atualmente 109 famílias das cidades de Jaguariúna e Holambra, localizadas no interior paulista, em uma estrutura de 550 m² com 10 salas de atendimento, banheiros adaptados e sala de emulação sensorial. Ele conta com profissionais das áreas de psiquiatria, psicologia, fonoaudiologia, psicopedagogia, pedagogia e terapia ocupacional.

“O autismo é um transtorno que requer atenção e é através da sua conscientização que as famílias e os indivíduos podem suspeitar de um diagnóstico e buscar tratamento cedo, o que gera tempo precioso que leva à melhor qualidade de vida e autonomia do indivíduo autista. Hoje, o nosso maior desafio é ampliar e atender mais pessoas” conta Veridiana Mellilo, diretora do CAJ.

De acordo com Veridiana, o Centro de Referência em Autismo de Jaguariúna tem planos de dobrar os atendimentos, através de parcerias e patrocínios. Entre as empresas parceiras hoje está a Vetnil, empresa de saúde e nutrição animal, que oferece atendimento especializado aos seus parceiros engajados na causa do autismo. “Nosso diferencial, que norteia a maneira como os animais e os atendidos respondem ao tratamento, é uma das nossas receitas de sucesso”.

De acordo com a ANDE – Brasil, que regulamenta a prática da equoterapia no país, este método terapêutico utiliza o cavalo “dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência ou com necessidades especiais“. A atividade é conduzida por um profissional da área da saúde (fisioterapeuta, psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo) e/ou profissional da educação (pedagogo e educador físico).

A AEV é atuante na equoterapia desde 2003 e reúne todos estes profissionais citados, somando 10 pessoas em sua equipe. Juntos, se empenham no atendimento a pessoas com patologias diversas, como lesões neuromotoras de origem encefálica ou medular, patologias ortopédicas congênitas ou adquiridas por acidentes diversos, síndromes, distúrbios de comportamento e de aprendizagem e disfunções sensório motoras ou sem deficiência.

As atividades ocorrem na Fazenda Vassoural, em um espaço de 1.400m² totalmente ao ar livre, ambiente seguro composto por: pista, redondel, bancada, mesas, cadeiras, área para eventos e com acessibilidade para deficientes. Ao longo dos 17 anos de atividades, a associação já recebeu mais de 600 praticantes, totalizando mais de 26 mil atendimentos.

Com a chegada da pandemia pelo novo Coronavírus, em março de 2020, os atendimentos precisaram ser adaptados, visando priorizar a segurança dos pacientes e dos profissionais que atuam na Associação. Mas, não foram interrompidos, pois suspendê-los poderia resultar em um impacto significativo para os praticantes, já qa Equoterapia trás melhoras evidentes não apenas aos praticantes, mas, também, a todos que convivem com eles.

Por isso, a equipe da AEV observou que a pandemia colocou algumas famílias assistidas pela Associação em uma situação de vulnerabilidade muito grande. De acordo com Elaine Cristina Soares Leite, fisioterapeuta e coordenadora da entidade, “isso despertou em nós a preocupação de manter a qualidade de vida do praticante e de sua família em meio a todo caos ocasionado com a pandemia. A função desse tipo de ação (a entrega das cestas básicas) vai muito além de simplesmente mantê-los saciados. Uma alimentação adequada e saudável garante uma boa nutrição e o funcionamento adequado de todo o corpo, contribuindo para o fortalecimento do sistema imunológico, para a manutenção e a recuperação da saúde”. Ela explica que as profissionais decidiram então por se reinventar e focar em ações diversas à distância, abrangendo desde o âmbito da vida humana, com distribuição de cestas básicas e kits de higiene, como a gravação de vídeos com atividades para serem realizadas em casa, elaboração e distribuição de kits individuais para atividades remotas, sempre orientadas pelas profissionais. Além disso, realizaram promoção de interação entre as famílias dos praticantes, através das ferramentas oferecidas pela internet. “Eles foram privados de alguns resultados que somente o contato com cavalo pode proporcionar, mas conseguimos nos reinventar com foco em nossos objetivos de evolução para os praticantes.”, ressalta a coordenadora. Ela frisa que houve, por parte dos profissionais da AEV, preocupação com os efeitos da hipoatividade ou inatividade física dos praticantes e que as ações propostas, mesmo de forma remota, trariam resultados muito positivos. Além de manter e fortalecer o vínculo, o que também é essencial.

Um novo desafio foi, a partir de outubro/2020, proporcionar meios seguros para a retomada das atividades presenciais. De acordo com Elaine, foi necessário reduzir os atendimentos diários visando assegurar o distanciamento social adequado, porém, sem deixar de contribuir para a saúde de alguns praticantes. “Estamos seguindo o plano São Paulo de retomada consciente e as orientações do Ministério da Saúde, além disso orientamos a todos sobre a correta higienização, distanciamento e responsabilidades com relação à pandemia“. De acordo com a mãe de um praticante, A. A. B., ver sua filha montando a cavalo na equoterapia é um sonho realizado. “E eu também faço uma terapia pelo fato de estar em um lugar tão bonito e agradável!”, ela salienta.

Durante o mês de janeiro, a coordenadora da entidade ressalta que é dedicado para a realização dos planejamentos e avaliações/reavaliações dos praticantes. “Também efetuamos orientações, acompanhamentos e encaminhamento buscando fortalecimento de vínculos e acolhimento às famílias”, conclui Elaine.

Para saber mais sobre a Associação de Equoterapia Vassoural, acesse: aevesporte.com.br

Estado do Rio cria lei para incentivo à equoterapia

No Estado do Rio de Janeiro, a Lei 9.068/20 permite ao governo firmar convênio ou termo de cooperação técnica entre a Fundação de Apoio a Escola Técnica (FAETEC) e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) com o objetivo de oferecer o método terapêutico equoterapia para reabilitação de pessoas com deficiência. A lei é de autoria do deputado Rodrigo Amorim (PSL).

equoterapia é um método terapêutico educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem multidisciplinar e interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoa com deficiência e/ou necessidades especiais. A medida determina que os métodos de equoterapia sejam garantidos à famílias de baixa renda ou cadastradas no Programa Bolsa Família ou Renda Melhor Jovem.

Segundo a norma, para ter acesso ao recurso terapêutico, a pessoa deve apresentar laudo, emitido pela rede pública de saúde, que deverá conter avaliação médica, psicológica e fisioterápica, emitido pela rede pública de saúde. O laudo deve descrever a periodicidade do tratamento. A equipe de atendimento deverá ser constituída por médico e médico veterinário, psicólogo, fisioterapeuta e profissional de equitação.

A norma também determina que o cavalo seja adestrado para uso exclusivo de equoterapia, e os procedimentos deverão ser realizados em instalações apropriadas. As despesas decorrentes da execução desta lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas, se necessário.

Para o autor da lei, é necessário que haja a efetivação dos direitos da pessoa com deficiência que necessita de tal tratamento, uma vez que o tratamento foi regulamentado através da Lei Federal 13.830/19. “É importante ressaltar que a equoterapia já compõe os serviços especializados oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde o ano de 2006. No entanto, poucas são as localidades que dispõem desse tipo de terapia, pelo custo elevado”, explicou o parlamentar.

Com Assessorias

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