Dia do Homem: como vencer o preconceito na hora do exame de próstata

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No Brasil, cerca de 68,8 mil novos casos de câncer de próstata surgem a cada ano, dos quais 10% são diagnosticados em estágio avançado
No Brasil, cerca de 68,8 mil novos casos de câncer de próstata surgem a cada ano, dos quais 10% são diagnosticados em estágio avançado

Eles têm fama de ser avessos a cuidar da saúde. Neste dia 15 de julho, em que se comemora o Dia Nacional do Homem, vale ressaltar a importância de homens na faixa dos 45 a 50 anos estarem atentos a um problema que afeta boa parte do público masculino: o câncer de próstata. E, claro, quebrar alguns tabus e estigmas em torno do tema.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que no Brasil cerca de 68,8 mil novos casos de câncer de próstata surgem a cada ano, dos quais 10% são diagnosticados em estágio avançado. Ainda de acordo com o instituto, o câncer de próstata representa 70% dos diagnósticos de câncer em homens brasileiros.

E o que mais choca é que, segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), aproximadamente 51% dos homens nunca consultaram um urologista. Para falar sobre o assunto, nada melhor do que quem lida direto com eles. O urologista Mauricio Rubinstein, mestre pela UERJ, falou ao Blog Vida & Ação sobre alguns tabus que cercam os homens quando o assunto é cuidar da saúde e esclarece as principais dúvidas.

Encontro de saúde e bem estar -Homem 360º

Nesta sexta-feira (15 de julho), Rubinstein é um dos  médicos que estarão reunidos no Encontro de saúde e bem estar – Homem 360º, a partir das 19h, na Lagoa (Avenida Epitácio Pessoa, 1164). O encontro/debate reunirá seis especialistas para discutir temas relacionados à saúde, prevenção, bem estar, qualidade de vida, sexualidade, ansiedade, depressão, andropausa, coração e estética, entre outros temas do universo masculino, e que interessam também ao público em geral.

Além de Mauricio Rubinstein, participam do encontro o psicanalista Marcos Gebara, o dentista Mário Groisman, o ortopedista Sérgio Maurício, o endocrinologista Pedro Assede e o cardiologista Bernardo Figueiredo. O evento tem entrada gratuita. As inscrições devem ser feitas pelo telefone (21) 3323-5393.

 

1 – Como vencer o preconceito – e o medo – dos homens na hora de fazer o exame?

O mais importante na área de saúde é o acesso à informação. Após um esclarecimento do exame, o paciente perde o medo e o preconceito e avalia o quanto é importante realizar sua prevenção e ou diagnóstico. Mesmo na presença de um câncer, o exame é realizado com tranquilidade.

2 – Qual o panorama do brasileiro em relação ao acompanhamento médico com urologista?

Nosso país apresenta dificuldades socioeconômicas que dificultam o acesso da população à prevenção. Os pacientes atualmente têm consciência de procurar os serviços de urologia para realizar seus exames; poucos são aqueles que se negam a fazer exames, porém se deparam com longas filas e marcações de consultas para meses, fazendo com que um possível diagnóstico e tratamento precoce possam ficar altamente prejudicados. O bom controle do câncer de próstata depende de mudanças, em toda política de saúde, que favoreça a captação de recursos para melhoria do sistema.

3 – Quais exames de rotina são indicados e qual o momento certo?

O O exame de PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal se complementam, fazendo com que ao utilizarmos os dois em conjunto, tenhamos uma maior chance de detecção ou não de câncer de próstata. Segundo a nossa Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), esses exames devem ser realizados em todos os homens após os 50 anos. Caso algum parente de primeiro grau (pai, irmão, tio) tenha tido a presença, a consulta deve ocorrer a partir dos 45 anos, visto que a chance de ter a doença é maior nesse grupo. A evolução dos métodos diagnósticos, principalmente através do uso da Ressonância Magnética, fez com que nos últimos anos fossemos capazes de detectar imagens de possíveis cânceres de próstata, ainda em estado inicial. O exame vem sendo aprimorado e sua indicação vem crescendo para o diagnóstico desse tipo de câncer.

4 – Quais doenças podem ser encontradas na próstata?

O câncer de próstata é a doença que mais preocupa os homens e a mais grave do ponto de vista /médico. De acordo com uma pesquisa recente divulgada pelo Inca, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres. Sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento. Na grande maioria dos casos de câncer de próstata, não há sintomas iniciais, e por isso, é extremamente importante a prevenção correta e uma boa orientação sobre os exames.

A Hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma das doenças mais comuns no homem idoso, tem importante impacto na qualidade de vida, por interferir diretamente nas atividades laborais e na qualidade de sono dos pacientes. A HPB é causada devido a um aumento progressivo da glândula prostática, que comprime o tecido normal e começa a obstruir a uretra masculina. Os sintomas podem variar, como: jato fraco de urina, intermitência (urinar com interrupções), esvaziamento incompleto da bexiga, aumento da frequência urinária, noctúria(urinar mais a noite) e urgência (necessidade de esvaziar a bexiga com rapidez).

Outra doença que acomete os homens é a prostatite, doença inflamatória da próstata que afeta em sua maioria homens adultos. Existem diferentes tipos de prostatite e ela pode ser causada por diferentes tipos de bactérias, vírus, fungos ou não ter causa específica (desconhecida). Em um quadro tipico de uma prostatite aguda, os sintomas são febre alta e repentina, mal-estar geral, calafrios, dores no períneo associadas a sintomas urinários (dor ao urinar, aumento da frequência e urgência miccional).

5 – Quais os novos avanços da cirurgia robótica em casos de câncer de próstata?

A grande vantagem da cirurgia robótica é, sem dúvida, a precisão. O robô também atribui à cirurgia minimamente invasiva, menos dor, menos chances de sangramento e, portanto, menos chances de transfusão sanguínea, além de recuperação pós-operatória mais rápida, menos uso de analgésicos no pós-operatório, mais rápido retorno às atividades e menos tempo de hospitalização.

A cirurgia robótica é atualmente o tipo mais comum de cirurgia para o tratamento do câncer de próstata nos Estados Unidos e mais de 90% de todas as prostatectomias radicais são realizadas através deste método. O procedimento vem sendo realizado por mais de uma década com resultados positivos. Em nosso pais, o avanço vem acontecendo principalmente nos grandes centros e vem se estabelecendo como um método cirúrgico de excelência para o tratamento de nossos pacientes.

Os avanços da cirurgia robótica são cada vez mais expressivos. No futuro, haverá a possibilidade técnica de uma cirurgia ser realizada à distância e até entre países diferentes. Isso será discutido do ponto de vista ético e técnico no futuro.

 

 

 

 

 

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