OMS registra aumento das infecções sexualmente transmissíveis

Mais de 357 milhões de novas infecções são registradas anualmente por vírus como HPV, clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoniase

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O Dia do Sexo (6 de setembro) chama a atenção para uma questão importante: o sexo sem proteção está causando a explosão do número de pessoas contaminadas com agentes de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis). Dados do Ministério da Saúde mostram que a população entre 25 e 39 anos é a mais suscetível a contrair as enfermidades transmitidas pelo sexo.

A despeito das campanhas e dos alertas dos médicos, um pouco mais da metade dos jovens entre 15 e 24 anos usa preservativo na relação com parceiros eventuais.  Os outros, partem para o risco e podem ser infectados pelo HIV, vírus que provoca a AIDS, papilomavírus, causador dos condilomas e câncer, entre outras enfermidades.

“Nos últimos quatro anos o aumento dessas doenças tem sido assustador, principalmente em relação à sífilis, que é uma doença fácil de tratar. Mas está faltando diagnóstico e tratamento adequados. O que vemos é apenas um dos parceiros sendo tratados e outro não. E às vezes a gestante é tratada de forma incorreta e o bebê nasce com a doença”, destaca o ginecologista José Eleutério Júnior, presidente da Comissão Nacional Especializada em Doenças Infectocontagiosas, da FEBRASGO.

O Estudo Epidemiológico sobre a Prevalência Nacional de Infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano) constatou que das 7.586 pessoas testadas, 54,9% tinham o vírus e 38,4% apresentavam alto risco de desenvolver câncer.

Quanto à Aids, o índice de contágio dobrou entre jovens de 15 a 19 anos, passando de 2,8 casos por 100 mil habitantes para 5,8 na última década. Na população entre 20 e 24 anos, chegou a 21,8 casos por 100 mil habitantes. Em 2016, cerca de 827 mil pessoas viviam com o HIV no País. Aproximadamente 112 mil brasileiros têm o vírus, mas não o sabem.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, há dois anos, foram notificados 87.593 casos de sífilis adquirida, 37.436 em gestantes e 20.474 congênitas. Já os episódios de Hepatite C somavam pouco mais de 7 mil casos em 2003, incidência de 4 por 100 mil habitantes. Em 2016 foram 6,5 casos por 100 mil habitantes.

“Está faltando uma boa assistência voltada às ITSs. Precisamos de educação, que é a base de tudo. Precisamos informar a população sobre os riscos da relação sexual desprotegida, sobre os riscos de excesso de parceiros. É necessário também acesso fácil ao sistema público de saúde e nada de discriminar os pacientes, principalmente os portadores de HIV. talvez conseguisse diminuir esses índices, junto com uma boa assistência no sistema de saúde. Com isso, certamente diminuiríamos os números dessas doenças”, afirma o ginecologista.

As consequências de algumas destas doenças podem ser drásticas, inclusive levando ao óbito. Outras são passíveis de prevenção com vacina disponível em postos de saúde, caso do HPV.

Risco também de câncer

O número de casos relacionados à infecção pelo vírus vem aumentando em homens e mulheres, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e a sua transmissão ocorre por meio da prática sexual sem proteção, em especial por intermédio do sexo oral.

“O que acontece é que o risco de desenvolver o tumor maligno entre os jovens é muito grande pela liberdade sexual adquirida nos últimos anos”, explica o médico Andrey Soares, oncologista do Centro Paulista de Oncologia – Grupo Oncoclínicas.

“Além disso, o vírus atinge de forma massiva a população feminina. Em média, 75% das brasileiras sexualmente ativas terão contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus acontece na faixa dos 25 anos”, acrescenta.

O tumor orofaríngeo – localizado atrás da boca e que inclui a base da língua, céu da boca, amídalas e paredes laterais – é um dos tumores mais incidentes entre os jovens brasileiros de até 40 anos de idade. “E, infelizmente, o HPV possui alta associação com este cenário precoce, em conjunto com outros fatores como o tabagismo e o etilismo”, alerta.

Primeiros sinais

Os primeiros sinais do tumor orofaríngeo podem aparecer por meio de feridas que não cicatrizam na boca nos primeiros 15 dias, além do aparecimento de nódulos no pescoço. O paciente pode se queixar também de dor para mastigar ou engolir.

“Estes fatores, ligados ao aparecimento de pequenas verrugas na garganta ou na boca, podem revelar um possível diagnóstico com associação ao HPV. Portanto, é muito importante que seja acompanhado de perto por um especialista”.

Outros sintomas podem estar relacionados à rouquidão persistente, manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca e bochecha, bem como lesões na cavidade oral ou nos lábios e dificuldade na fala.

  • Da Redação, com Assessorias
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