Doação de sangue LGBT reforça estoques em hospitais

Campanha estadual em bancos de sangue do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), no Rio, e mais hospitais de Nova Friburgo e Volta Redonda

Para Duda, do grupo Pela Vidda Rio, foi uma grande conquista (Fotos: Uanderson Fernandes/SEDSODH)
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Termina nesta sexta-feira (3/7), em três hospitais do Rio de Janeiro, Nova Friburgo e Volta Redonda, a campanha de doação de sangue exclusiva para a população LGBTI do Estado do Rio de Janeiro. Promovida pelo Governo do Estado, a ação inédita marcou o Dia Mundial do Orgulho LGBTI (28 de junho) e a recente conquista, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), do direito de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexos, entre outros, também serem doadores.

A secretária estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSODH),  Fernanda Titonel, avalia que o sucesso da campanha foi  importante para a conquista da cidadania para a comunidade LGBTI e para toda a população, já que o estoque dos bancos de sangue estão muito baixos devido ao isolamento social causado pela Covid-19.
O direito de doar sangue para o público LGBTI é uma conquista histórica e o Estado do Rio sai na frente nesta mobilização. Este acréscimo nos estoques de sangue dos hospitais entre aqueles que podem doar também é muito bem-vindo. Todos que estão aptos deveriam aproveitar para exercer sua cidadania”, comentou a secretária, lembrando que  em junho também é celebrado o Dia do Doador de Sangue (14/6).

‘A população LGBTI saiu às ruas para salvar vidas’

Já no primeiro dia a campanha mobilizou dezenas de pessoas e obteve mais de 50 doações. Apenas no Banco de Sangue Herbert de Souza, do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), foram 38 doadores, a maioria de integrantes da comunidade LGBTI. Também foram realizadas doações em hospitais de Barra Mansa (somente na segunda), Nova Friburgo e Volta Redonda. É necessário agendamento prévio para as doações.

A primeira doadora do dia no HUPE foi a mulher trans Maria Eduarda Aguiar da Silva, presidente do Grupo Pela Vidda Rio, que considera a campanha muito importante para uma população estigmatizada e, até então, proibida de doar sangue apenas devido a sua orientação sexual ou identidade de gênero.

Hoje, mais do que doar sangue, podemos dizer que a população LGBT saiu às ruas para salvar vidas. Me sinto muito honrada de participar dessa luta pela valorização da vida e pela redução do estigma em torno de pessoas LGBT”, afirmou Duda, como é conhecida.

Até a decisão do STF, no dia 8 de junho, oficialmente era proibido pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) e pelo Ministério da Saúde que homens que mantivessem relações sexuais com outros homens nos últimos 12 meses doassem sangue.
Por segurança e prevenção do novo coronavírus, os locais de coleta aceitam apenas doações de sangue pré-agendadas. Foi o que fizeram o superintendente de Políticas LBGTI da SEDSODH, Ernane Pereira, e outros servidores da pasta, dando o exemplo. “Participem da campanha, mas usem máscara, respeitem o distanciamento e sigam todas as recomendações sanitárias”, ressaltou.

Recomendações

Independentemente de orientação sexual ou identidade de gênero, para doar sangue é necessário que o doador leve documento original com foto, esteja bem de saúde, tenha entre 16 e 69 anos. Menores de 18 anos devem levar autorização e documento do responsável. Além disso, o doador deve ter peso mínimo de 50kg, não estar em jejum, evitar alimentos gordurosos três horas antes, ter dormido pelo menos seis horas. O intervalo mínimo entre uma doação e outra é de dois a três meses.

Não podem doar sangue as pessoas que fazem uso de drogas ilícitas injetáveis, que tenham quadro de hepatite após os 11 anos de idade, malária e evidência clínica ou laboratorial de doenças transmissíveis pelo sangue, como HIV, hepatite B e C e Doença de Chagas.

Outros impedimentos temporários são febre, gripe ou resfriado, gravidez atual ou parto recente (90 dias para parto normal e 180 dias para cesárea), amamentação (até 1 ano após o parto). Uso de alguns medicamentos, tatuagem ou piercing (mínimo um ano), vacinação (de acordo com o tipo de vacina), transfusão de sangue (mínimo um ano), extração dentária (sete dias), anemia e cirurgia.

Após a doação, evite esforços físicos exagerados e bebidas alcoólicas por 12 horas, não dirija veículos de grande porte, não fume por duas horas, faça um pequeno lanche, beba muita água e mantenha o curativo no local da punção por 4 horas.

Locais para doação na campanha Sangue LGBTI Também Salva Vidas

Rio de Janeiro
Data: Até sexta-feira, dia 3 de julho
Horário: 8 às 15 horas* (limite de 10 por período manhã/tarde)
Local: Banco de Sangue Herbert de Souza – Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Endereço : Boulevard Vinte e Oito de Setembro 109 – Vila Isabel – Rio de Janeiro
*Por conta do isolamento social, as doações são realizadas mediante agendamento pelo telefone (21) 2868 8134.

Volta Redonda
Data: De 30 de junho a 3 de julho
Horário: 7 às 13 horas
Local: Hospital São João Batista
Endereço: Rua Nossa Senhora das Graças 235 – Colina
Telefone: (24) 3339-4242

Nova Friburgo
Data: Até 3 de julho
Horário: 8 às 11h30*
Local: Hemocentro Regional de Nova Friburgo
Endereço: Av. Presidente Costa e Silva 349 – Centro – Hospital Raul Sertã
*Por conta do isolamento social, as doações são realizadas mediante agendamento pelo telefone (22) 2523-8084

Campanha ‘Nosso Sangue Verde e Amarelo

O Banco de Sangue Serum encerra também nesta sexta-feira, 3, a Campanha Nosso Sangue Verde e Amarelo, iniciada em abril na sede do Botafogo de Futebol e Regatas,  para despertar o lado solidário dos torcedores de todos que se sensibilizarem pela causa. Qualquer simpatizante pode doar, além de torcedores e admiradores do ‘Fogão’.

A ação faz parte de uma mobilização com a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e que conta com os apoios da Associação Paulista de Medicina (APM) Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), Associação Brasileira de Talassemia (Abrasta) e MTM Tecnologia.

A solidariedade entrará em campo da seguinte forma: o doador interessado em realizar este gesto nobre deverá agendar a doação por meio do aplicativo Sangue Verde e Amarelo, disponível e gratuito nas lojas da Apple Store ou do Google Play. Após baixar o app, a pessoa completará um cadastro rápido e poderá escolher o dia e horário para realizar a doação durante a mobilização no Botafogo (Avenida Venceslau Brás 72), onde estará o estande do Banco de Sangue Serum.

O aplicativo também oferece informações em relação aos critérios de quem poderá doar, bem como orientações necessárias, para evitar grande fluxo de candidatos no mesmo momento. “Estamos enfrentando um momento difícil, operando com um nível muito abaixo do necessário em nossos estoques sanguíneos. Isso já ocorre normalmente nesta época do ano e agora se agrava mais com a situação de distanciamento social”, diz Rodrigo Moreira, líder de captação do Serum.

“O cenário da pandemia da Covid-19 inevitavelmente ameaça a continuidade de tratamento e até põe em risco a vida de pacientes que precisam de transfusão de sangue”, explica o hematologista e hemoterapeuta Dante Langhi Jr., presidente da ABHH, lembrando a campanha foi lançada em meados de abril. “A doação de sangue não representa risco de contaminação, basta que os cuidados de evitar aglomerações, como o agendamento, sejam seguidos”, completa Langhi.

Doações de máscaras para entidades hospitalares

Pernambucanas realizou a doação de cerca de 22 mil peças de vestuário e calçados para a ONG Gerando Falcões, que realiza um trabalho em periferias e favelas. Os itens entregues serão comercializados em bazares já tradicionais organizados pela ONG, que acontecerão após o período de isolamento social.

A expectativa é levantar cerca de um R$ 1 milhão para ser investidos nos projetos de educação para crianças e adolescentes focados em esporte e cultura para crianças e adolescentes, além de qualificação profissional para jovens e adultos, inclusive para egressos do sistema penitenciário.

A Pernambucanas também realizou, desde abril, a doação de 100 mil máscaras cirúrgicas à Santa Casa de Misericórdia, Hospital de Amor, Hospital Geral de Guarulhos e Hospital Regional de Sorocaba, ambos em São Paulo, e para o Hospital Lourenço Jorge, no Rio de Janeiro.

Álcool spray hidratante para doação a hospitais universitários

Para reduzir a desidratação causada pelo álcool 70% nas mãos dos profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate ao novo coronavírus, a Basf preparou uma fórmula de álcool 70% spray com ativos hidratantes eficientes, como o Dexapantenol. O produto foi desenvolvido pela equipe de Farma da companhia especialmente para a doação a algumas faculdades de Farmácia com hospitais universitários: USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

A empresa também já disponibilizou a formulação do álcool spray com hidratante na plataforma online We Care (https://we-care.basf.com.br/wecare-home), para facilitar o acesso dos fabricantes que pretendem produzir o sanitizante. O álcool 70% spray com hidratante foi fabricado pela empresa Royal Marck com as matérias-primas fornecidas pela BASF além do proprilenoglicol doado pela Doremus Alimentos, e o transporte realizado pela Lourenço Transportes. Cada universidade receberá 1 tonelada do produto.

Cefet-RJ entrega ventiladores mecânicos recuperados

Professores do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ), com apoio da Engenharia de Manutenção de Furnas e do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEE), entregaram à Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, na tarde desta sexta-feira (3), os três primeiros Ventiladores Mecânicos (VMs) recuperados para serem utilizados no combate ao novo coronavírus. O grupo, criado para fazer o reparo dos equipamentos na unidade de ensino no bairro Maracanã, recebeu o primeiro lote com 15 máquinas no último dia 19 de junho.

A primeira leva de equipamentos para reparo é oriunda do Hospital Getúlio Vargas e está no núcleo criado dentro da instituição de ensino, no pavilhão do Curso Técnico de Mecânica. Por medida de segurança, é procedimento comum que todo e qualquer equipamento hospitalar ao ser encaminhado para reparo seja desinfetado e atestado por responsável técnico da unidade hospitalar.

A devolução desses equipamentos em pleno funcionamento, porém, passa por uma análise criteriosa do estado de conservação e obtenção de peças necessárias para a realização do reparo. Por isso, Furnas também está colaborando no empréstimo de uma impressora 3D para eventual manufatura de peças plásticas nos moldes adequados.

A iniciativa conta com apoio de vários servidores públicos, com perfis de formação em engenharia mecânica, engenharia eletrônica, engenharia clínica, enfermagem, entre outros. O projeto também tem apoio de voluntários externos, empresas e instituições como o IEEE, Clube de Engenharia, Associação Comercial do Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos, Associação Brasileira de Engenharia Clínica, Instituto Nacional de Tecnologia, Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, entre outros.

Com Assessorias (atualizado dia 3/720, às 16h)

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