‘Espírito solidário do Natal deve durar o ano inteiro’

É o que afirma filósofo brasileiro sobre solidariedade que marca o período natalino. Conheça apps que estimulam doações, incluindo um que não precisa gastar dinheiro

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solidariedade é uma das características mais marcantes do Natal. Ceias solidárias para pessoas em situação de vulnerabilidade e distribuição de brinquedos para crianças de baixa renda são exemplos de ações comuns que se observa nessa época do ano. Para o filósofo Fabiano de Abreu, essas são medidas que precisam se perpetuar durante todo ano.

Estatisticamente, existem dois tipos de pessoas solidárias segundo a leitura do filósofo: as que ajudam para se beneficiar perante a sociedade, se valendo de descontos nos impostos, por exemplo, e as que fazem porque desejam contribuir para uma sociedade melhor.

Esse último grupo é o mais inteligente. De que adianta ter uma casa bonita, com um quintal arrumado e limpo, se a casa do vizinho está desmoronando ou a rua está toda esburacada? De nada vale fazer por si mesmo o ano inteiro e não fazer para o outro. Não resolve tapar os olhos e fingir que não vê. A simetria do que se vê revela quem você é”.

Agir com solidariedade e promover a confraternização durante o ano todo é um princípio básico de quem tem inteligência porque funciona como um fator natural de bem-estar. “Se ajudo, vou estar no meio daquilo que posso transformar em algo melhor, seja para mim ou para o outro. Esse conceito que está tão presente no Natal é o valor que há em viver bem em sociedade, em conjunto, em harmonia, dando e recebendo”, aponta Fabiano.

Além do bem ao próximo, ações como esta promovem benefícios à saúde, pois é provado cientificamente que, ao ser solidário, o hormônio da satisfação é liberado no corpo. “Da mesma forma, vivenciando mais momentos de confraternização a pessoa tende a ser mais feliz e ter experiências positivas mais vezes na vida. É também uma maneira de evitar a solidão sabendo que existem pessoas que gostam de você e estão disponíveis. Isso promove um alívio subconsciente de que existe alguém ali do seu lado”

Fabiano reitera que esse benefício não se aplica à pessoas que pensam que fazer o bem ou estar junto está atrelado a algum interesse financeiro ou material em termos de tirar alguma vantagem. “Muitas vezes, parece impossível o espírito do Natal durar o ano inteiro, até porque, nós, seres humanos, temos oscilações. Mas essa é uma questão de caráter, de algo que está dentro da pessoa, faz parte da sabedoria de quem pensa no outro como em si mesmo”, conclui.

Presente Solidário estimula doações para Fundação do Câncer

Na época ‘das lembrancinhas’, que tal deixar fluir o espírito natalino e fazer diferente na hora de presentear? O primeiro passo é escolher uma causa que mais te sensibiliza e apertar a tecla doar, seja para crianças, animais, combate à fome e até programas de combate ao câncer. A startup Presente Solidário, plataforma online voltada para doações a projetos sociais, lançou a sua campanha de Natal e registra esse ano um número maior de adesão.  “A sociedade está aderindo ao consumo consciente, a colaboração e a solidariedade”, considera a gestora da ferramenta, a publicitária Lídia Pessoa, de 39 anos.

Dentre as nove ONGs das quais a startup é parceira, a relações públicas Helen Mazarakis (39) e o contador Luís Felipe Santos (43) optaram pela Fundação do Câncer para direcionar os seus presentes de Natal e de renovação de votos do casamento que completa em dezembro 13 anos. “Estamos felizes em estender o nosso momento de felicidade em levar um pouco de tranquilidade a quem efetivamente precisa”, diz Helen, justificando que a escolha da entidade representa também uma homenagem ao seu pai que faleceu há 6 anos, vítima de um câncer.

Segundo Lídia, a Fundação do Câncer é uma das entidades mais demanda no roll de parceiros da startup. “Acreditamos que esse dado se deve pela identificação pessoal com o tema”, ressalta ela. É o caso de Helen: “Entre descobrir a doença e falecer, o meu pai lutou por três longos anos e foi muito difícil esse momento em nossas vidas. Quando vi na lista [da Presente Solidário] a Fundação do Câncer, imediatamente pensei que essa seria uma grande oportunidade para todos os meus convidados e para gente, de formarmos uma corrente de amor para além da festa, dando a possibilidade de mais gente, de alguma forma, poder ter algum conforto durante essa difícil jornada”.

O gesto de solidariedade do casal já está ‘contagiando’ e formando uma ‘rede do bem’. “As pessoas se encantaram com o projeto. Os fornecedores da minha festa se engajaram e vão replicar a ideia a outras cerimonialistas”, festeja Helen. A primeira a adotar a ideia foi a dona da casa de festa contratada pelo casal. “O que me atraiu foi o fato de poder ajudar através de um evento que representa o amor, como é o casamento e a bodas”, destaca a empresária Olga Gibert Huch. Para ela, sugerir uma campanha tão positiva para os seus clientes ainda deve valorizar a sua empresa.

Doações – As contribuições à Fundação do Câncer podem variar de 20 a 800 reais e permitem a Fundação avançar em ações de promoção da saúde, prevenção e controle do câncer por meio de campanhas educativas, formação e capacitação profissional para a melhoria do tratamento de pacientes com câncer. A instituição foi fundada há mais de 28 anos para apoiar projetos do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Entre suas atuações estão: a gestão operacional do Registro Nacional de Doares Voluntários de Medula Óssea (Redome) e a implantação da infraestrutura da Rede Brasileira de Bancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BrasilCord), a elaboração de Planos de Atenção Oncológica e apoio a gestão e financiamento de projetos como o Programa de Oncobiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de parcerias com organizações do terceiro setor nas áreas como oncologia pediátrica, controle do tabagismo, pesquisa etc.

Porque doar faz bem: plataforma seleciona projetos

Sabe aquela ideia de que quem ajuda aos outros acaba recebendo muito mais, pois ganha em bem-estar e felicidade? A pesquisa Giving Report 2019 Brasil – um retrato da doação no Brasil, desenvolvida pelo IDIS Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, confirma essa impressão. Na avaliação das motivações para que as pessoas doem, aparece em primeiro lugar: “Porque faz com que se sintam bem”, apontada por metade dos doadores como um dos motivos. Os outros mais indicados foram “Preocupar-se com a causa” (42%) e “querer ajudar as pessoas menos favorecidas” (40%).

Escolher uma entidade para doar com segurança e transparência costuma ser um dos principais desafios de quem quer apoiar uma causa. Para solucionar essa questão foi criada há um ano a plataforma BSocial, que funciona como ponte entre doadores e entidades. Todas as Organizações da Sociedade Civil (OSC) cadastradas para receber doação passam por um processo de curadoria e depois são validadas pelo IDIS. Para quem quer que o espírito natalino se prolongue durante todo o novo ano, a BSocial estimula a cultura de doação, que possibilita manter a sustentabilidade das entidades. Na plataforma os doadores podem programar doações mensais.

A BSocial completa seu primeiro ano com 46 opções de organizações cadastradas. É formada por pessoas que atuam há mais de 20 anos no terceiro setor. Cada doador pode escolher as entidades para apoiar, que estão divididas em dez tipos de causas: educação, crianças e jovens, idosos, saúde, meio ambiente, direitos humanos, esportes, animais, situações emergenciais e arte, cultura e patrimônio histórico.

O Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social valida as entidades cadastradas na BSocial. O Instituto Phi – Philantropia Inteligente gera um relatório qualitativo das organizações para o doador final. A logística para a doação é bem simples: o doador se cadastra no site www.bsocial.com.br, escolhe uma causa e uma organização para quem quer doar e define o valor a ser doado.

A plataforma oferece a opção de doação recorrente, que é essencial para a sobrevivência das Organizações da Sociedade Civil, que precisam se planejar com entrada regular de recursos.

Aplicativo brasileiro permite fazer doações sem gastar dinheiro

O mercado de doações para caridade movimenta cerca de US$ 3 trilhões por ano pelo menos. Mas no Brasil ainda há um caminho a percorrer para que se tenha uma cultura da doação. Segundo a edição 2019 do World Giving Index, o Brasil está na 74° posição em um ranking de 126 países onde foram medidos o grau de solidariedade de cada população.

O cenário foi visto como oportunidade pela Ribon. A socialtech (startup com foco em tecnologia para impacto social) desenvolveu uma plataforma em que qualquer pessoa pode realizar uma doação para causas sociais pelo mundo. E o que é melhor: sem precisar desembolsar um centavo por isso.

Ao baixar o aplicativo, o usuário tem acesso a histórias selecionadas pela curadoria da Ribon. O foco é compartilhar apenas notícias positivas e atitudes que podem melhorar o mundo. Cada texto acessado vem acompanhado por um pacote de 100 “ribons”, moeda utilizada dentro do app para que os usuários façam suas doações para as causas disponíveis na plataforma. Qualquer pessoa pode doar para quantas causas quiser desde que haja um saldo de ribons acumulados na sua conta nesta estratégia de gamificação.

O fato de o usuário não precisar desembolsar dinheiro para fazer uma doação é possível graças ao patrocínio institucional de empresas apoiadoras da Ribon como a Visa, Bancorbrás – Banco de Turismo e a Malwee. Os valores que cada causa recebe são decididos pelos usuários por meio das quantidades de ribons doados. Estes são convertidos em dinheiro e o valor é transferido para ONG’s parceiras da The Life You Can Save, uma organização internacional que avalia e certifica os projetos mais eficientes do mundo.

Fazer mais com menos – De acordo com o Rafael Rodeiro, fundador e CEO da Ribon, ao dar os primeiros passos de seu empreendimento social, houve uma preocupação em colocar em prática o conceito de “altruísmo eficaz” para escolher os projetos beneficiados. “É a nossa linha de trabalho que embasa todo o processo de doação. Neste ramo é preciso que os envolvidos consigam fazer mais coisas com menos recursos, de forma que atinjam um maior número de pessoas”, esclarece Rafael.

Quem tem o aplicativo Ribon no celular consegue consultar também o comprovante das doações encaminhadas pras ONGs. Bimestralmente uma notificação é enviada pela equipe da startup com um relatório completo de todo o impacto gerado pelos ribons doados. Para se ter uma ideia, os 900 milhões de ribons doados pelos usuários da plataforma já proporcionaram uma estimativa de 107 anos de água potável, 162 anos de medicamentos, 338 anos de fortificação alimentar e 80 anos de saúde básica para uma comunidade de 100 pessoas.

Projetos beneficiados – São quatro ONG’s selecionadas para receberem as doações da Ribon. A primeira delas é a Evidence Action, que com apenas US$1,28 consegue garantir até três dias de água potável e com isso consegue salvar, por ano, 525.000 crianças de até três anos de morte por diarreia em áreas pobres. A segunda é a SCI (Schistosomiasis Control Initiative) da Imperial College de Londres que desenvolve um trabalho de controle de esquistossomose em países da África Subsaariana. Desde 2002, arrecada doações e conseguiu viabilizar mais de 200 milhões de tratamentos contra a doença e promoveu iniciativas que reduziram as infecções em 60%.

Já a PHC (Project Healthy Children) trabalha com foco em fortificação alimentar visto que as deficiências de micronutrientes como vitaminas e minerais podem causar déficit intelectual em crianças e graves consequências em gestantes. Desde 2001 já ajudou 55 milhões de pessoas e a meta é usar de tecnologia para chegar a marca de 100 milhões. E por fim, a Living Goods usa tecnologia e recursos humanos qualificados para montar sistemas de saúde comunitários sustentáveis em escala em países como Uganda, Quênia e Mianmar.

Com Assessorias

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