Festival de cinema mostra como vivem pessoas com deficiência

O indiano 'Sonhos Vivos' conta a história de Jeevan, engenheiro de software, sofre de Osteogênese Imperfeita (Foto: Divulgação)
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Explorar a capacidade do corpo e ressignificar os sentimentos humanos. Essa é a proposta dos bailarinos Matheus Trindade, Glória Lila e Amélia Goulart na oficina ‘Sentidos’, que acontece neste sábado2, das 16h às 18h, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio, no último fim de semana do Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência.
Portador de Artrogripose Múltipla Congênita, uma síndrome rara que atinge um em cada 5000 nascimentos, Matheus irá, ao final da apresentação, convidar o público a sentar na cadeira de rodas e experimentar movimentos de dança. Além da oficina de dança, o projeto “SOM, uma coreografia para surdos” e 27 filmes são outros destaques do festival que termina no dia 4segunda-feira. A entrada é franca.
Vinte e sete filmes, entre longas, médias e curtas-metragens estarão em exibição entre sábado e segunda-feira em quatro sessões: 13h30m15h30m,17h30m e 19h30mSábado, às 17h30m, um dos destaques é o média-metragem “Sonhos Vivos”, de Ritwik Baiju Chandran. A produção indiana conta a história do jovem engenheiro Jeeva, portador de Osteogênese Imperfeita, e mostra o que ele e sua família fazem para superar as dificuldades de sua condição e se manter uma pessoa jovial e forte.
No domingo, às 17h30m, o curta italiano “Uma Abordagem Diferente”, de Gino Ceriachi mostra como um professor e sua turma utilizam uma linguagem alternativa criada especialmente para se comunicarem com Nicole, uma menina “portadora do gene da empatia”.  Já segunda-feira, às 19h30m, o curta inglês “Diálogo entre Richard Hunt e Sonia Boue”, de Richard Hunt – que tem Síndrome de Down – vai mostrar como ele, artista ganhador do prêmio britânico Shape Open, expande sua técnica ao incluir escultura e texturas e realiza um trabalho em colaboração com a artista autista Sonia Boué.
O projeto convidado “SOM, uma coreografia para surdos”, de Clara Kutner, promove entre 14h e 19h uma experiência sensorial aos visitantes. Vestindo uma espécie de mochila e apoiando as mãos sobre dispositivos, o espectador poderá, por cinco minutos, sentir a vibração dos instrumentos alfaia, baixo, trombone e cajón que serão reproduzidos na tela enquanto é exibido um vídeo na tela com movimentos de dança flamenca e uma coreografia em libras, realizada pelos bailarinos Lucas Guilherme e Bruno Ramos.
“Assim Vivemos” é o primeiro festival de cinema no Brasil a oferecer acessibilidade para pessoas com deficiência visual (audiodescrição em todas as sessões e catálogos em Braille) e para pessoas com deficiência auditiva (legendas inclusivas nos filmes e interpretação em LIBRAS nos debates). As sedes dos CCBBs são acessíveis para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. A realização é do Centro Cultural do Banco do Brasil, patrocínio do Banco do Brasil através da lei de incentivo a cultura, com produção da Cinema Falado Produções.
Serão oferecidos cinco prêmios do júri e um do público, destinado ao filme escolhido nas três cidades. Os membros do júri são pessoas com deficiência, artistas e profissionais ligados ao tema e, em cada edição, o júri cria novas categorias de prêmios, a fim de destacar as qualidades específicas dos filmes premiados. O troféu foi criado pela artista cega Virginia Vendramini. A direção geral do Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência é de Graciela Pozzobon.
OS FILMES 
Sonhos Vivos – Living Dreams (India, 2019, 30 min.) Dir. Ritwik Baiju Chandran. LIVRE
Jeevan, engenheiro de software de profissão, sofre de Osteogênese Imperfeita. O documentário narra a vida de Jeevan, que reside em Bengaluru, na Índia, e sua história de vida narrada por ele mesmo e por seus pais. O filme retrata uma família que lutou contra todas as dificuldades para criar um filho com essa condição para ser uma pessoa jovial e forte.
Uma Abordagem Diferente – Laid-Back Approach (Itália, 2018, 15 min.) Dir. Gino Ceriachi. LIVRE
Nicole é uma menina “portadora do gene da empatia”, cujo principal meio de comunicação é através do olhar. O filme retrata um caso de educação verdadeiramente inclusiva. Crianças com e sem deficiência trabalham continuamente lado a lado com seus colegas e professores, sem deixar espaço para aulas individuais. As crianças e o professor aprendem a se comunicar através da linguagem alternativa e aumentativa personalizada para a deficiência específica de Nicole.
Diálogo entre Richard Hunt e Sonia Boue – Richard Hunt e Sonia Boue in Conversation (Reino Unido, 2018, 5 min.) Dir. Richard Hunt. LIVRE
Richard Hunt é um artista com síndrome de Down. Depois de ganhar o prestigioso prêmio britânico Shape Open para artistas com deficiência, Richard decide expandir sua técnica para incluir escultura e superfícies com textura, dando prosseguimento à sua bem sucedida colaboração com a artista autista Sonia Boué.
Sobre o Festival Assim Vivemos 
Além de exibir filmes nacionais e internacionais inéditos, o festival é conhecido por seus debates, sempre com convidados, que trazem novas perspectivas aos temas retratados nos filmes. As discussões promovidas pelo evento já foram apontados como uma quebra paradigmática ao deslocar para um espaço cultural um debate que antes se restringia aos ambientes de saúde e serviço social.
O festival exibe documentários, filmes de ficção e animações que mostram a pessoa com deficiência como protagonista, colaborando para quebrar preconceitos que ainda são obstáculos para a realização de sua cidadania plena. O festival teve sua primeira edição em 2003 no Rio de Janeiro e em Brasília.
A programação completa poderá ser consultada no site bb.com.br\cultura.
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