Cigarro pode reduzir a capacidade do pulmão e levar à morte

Entenda a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que reúne enfisema pulmonar e bronquite crônica, e pode ser agravada pelo tabaco

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O cigarro pode causar cerca de 50 doenças diferentes, especialmente problemas ligados ao coração, doenças respiratórias e cânceres. Em cada tragada, o fumante inala milhares de substâncias tóxicas, impactando diretamente a saúde e qualidade de vida do usuário. O Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto) também é o momento para alerta sobre a ligação entre tabaco e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que tem como característica a redução progressiva da capacidade do pulmão.

A enfermidade reúne duas doenças, a bronquite crônica e a enfisema pulmonar. Cerca de 15% das pessoas que já fumaram desenvolvem DPOC que de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a quarta principal causa de morte no Brasil e estima-se que até 2020 torne-se a terceira, atrás apenas de doenças cardíacas e de cânceri.

Entre os quase 15 milhões de pacientes diagnosticados no mundo com DPOC, 58% são mulheres. Segundo a avaliação da Associação Americana do Pulmão, elas ainda têm 37% mais propensão à DPOC que os homens. O número de novos casos está crescendo quase três vezes mais rápido em mulheres do que em homens e a taxa delas por causa da doença quadriplicou desde 1980.

Com mais de 18 milhões de fumantes no Brasil, a mortalidade pela DPOC no país chega à média de 44,5 para cada 100 mil habitantes, o que pode representar quase 100 mil casos por ano, e será a terceira causa de mortalidade no mundo em 2020. As mulheres são as mais afetadas e têm maior tendência a comorbidades como ansiedade e depressão.

Anualmente no Brasil são realizadas mais de 83 mil internações ocasionadas por DPOC, que custam aos cofres públicos aproximadamente R$ 38,7 milhões. O diagnóstico precoce é a principal forma para o tratamento da DPOC e metade dos pacientes são diagnosticados quando a doença está em estágio moderado.

A DPOC é uma doença bastante comum e que causa falta de ar ou cansaço, mas os sintomas são muitas vezes confundidos como “próprios da idade” ou “próprios do cigarro” ou negligenciados”, afirma o especialista Mauro Gomes, diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia.

Sintomas, diagnóstico e tratamento da DPOC

Os sintomas podem ser confundidos com outras doenças, mas existem 5 sinaisvi que ajudam a identificar pessoas que podem ter a doença: ter mais de 40 anos, ser fumante ou ex-fumante, apresentar tosse frequente, ter tosse com catarro constante e queixar-se de cansaço ou falta de ar ao fazer esforço, como subir escadas ou caminhar. A DPOC é tratada com medicamentos chamados de bronco dilatadores, como o Tiotrópio. Seu uso contínuo traz alívio dos sintomas da doença em pacientes adultos e pode reduzir em 16% o risco de morte de pacientesvi,vii.

A médica pneumologista Géssica Gomes, do Instituto Brasiliense de Otorrinolaringologia (Iborl) comenta que doenças como o DPOC, que é a obstrução da passagem do ar pelos pulmões, provocada geralmente pela fumaça do cigarro ou de outros compostos nocivos, não tem cura, mas pode ser tratada com medicações inalatórias de uso contínuo.

Ela explica que a doença se instala depois que há um quadro persistente de bronquite ou enfisema pulmonar. “O primeiro causa um estado permanente de inflamação nos pulmões, enquanto o segundo destrói os alvéolos, estruturas que promovem trocas gasosas no órgão. Os sintomas são falta de ar, chiado, aperto no peito, tosse, expectorações, fadiga e infecções respiratórias frequentes”, complementa.

Ao interromper o tabagismo, você não recupera as áreas já afetadas do pulmão, mas para de agredir as áreas sadias, não progredindo assim com a doença”, finaliza a Dra Géssica.

  • Apesar de ser uma doença crônica, ela pode ser prevenida e tem tratamento. A médica Dra. Iara Fiks explica que parar de fumar, a prática de exercícios físicos – de acordo com a orientação médica, e a adesão ao tratamento correto pode oferecer uma nova perspectiva de vida.
  • Os pacientes de DPOC moderada a grave também contam com opções de terapias que associam dois tipos de broncodilatadores em um só medicamento. Esse tipo de tratamento já é considerado como o padrão por pesquisas internacionais por oferecer uma melhor condição respiratória aos pacientes”.

  • Com as terapias mais atuais, é possível prevenir as crises de piora dos sintomas respiratórios (exacerbações), diminuindo hospitalizações, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Impactos à vida de quem tem DPOC

  • Veja abaixo cinco fatos que mostram como a DPOC, geralmente adquirida pelo uso do cigarro, pode impactar a vida de quem tem a doença:

1.A DPOC é uma doença com alta mortalidade e representará em 2020 a terceira principal causa de morte no mundo.

2. Pacientes hospitalizados por conta das crises (exacerbações) recorrentes causadas pela DPOC têm mais chances de sofrerem infarto ou de terem um acidente vascular cerebral.

3. Falta de ar ao se exercitar, subir escadas, correr ou ao andar em um ritmo mais acelerado são alguns dos principais sintomas que as pessoas com a DPOC não controlada sentem. É preciso ficar atento a esses sinais e buscar um pneumologista caso perceba essas dificuldades no dia-a-dia.

4. Não há cura para a DPOC. Após o diagnóstico médico, os cuidados individuais, parar de fumar e uso de medicamentos, entre eles os broncodilatadores, reduzem os sintomas, aumentam a capacidade de realizar exercício e agregam mais qualidade de vida

5. A presença de DPOC pode estar associada à maior ocorrência de ansiedade, depressão e osteoporose, sendo mais frequente nas mulheres

Da Redação, com Assessorias

 

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