Imunoterapia é nova esperança no tratamento do câncer de rim

Pesquisa mostra que o medicamento pembrolizumabe, aprovado no Brasil para 16 tipos de cânceres, pode evitar que tumor no rim se espalhe

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Em todo o mundo, estima-se que houve quase 431.300 novos casos de câncer renal diagnosticados e quase 179.400 mortes pela doença em 2020. O carcinoma de células renais é o tipo mais comum de câncer renal – cerca de nove em cada 10 cânceres renais. É quase duas vezes mais comum em homens do que em mulheres. A maioria dos casos é descoberta acidentalmente durante exames de imagem para outras doenças abdominais.

O câncer renal tem causas variadas como tabagismo, obesidade, hipertensão arterial, insuficiência renal terminal e histórico familiar, bem como algumas síndromes clínicas raras, presença de doença renal cística adquirida, uso prolongado de analgésicos não esteroides, e exposição ocupacional a alguns agentes como cádmio e derivados de petróleo, entre outros.

No mês que lembra o Dia Mundial de Conscientização sobre o Câncer Renal (18/6), uma boa notícia foi divulgada. Há décadas, a comunidade científica busca encontrar opções terapêuticas para este tipo de paciente. Pela primeira vez uma imunoterapia mostrou benefício no tratamento do tipo mais comum de câncer de rim como abordagem complementar e posterior a uma cirurgia.

Os resultados dessa investigação sobre pembrolizumabe, anti-PD-1 da MSD, para o carcinoma de células renais foram anunciados durante o congresso anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, na sigla em inglês). Após um acompanhamento médio de 24 meses, esse medicamento demonstrou redução estatisticamente e clinicamente significativas no risco de recorrência da doença ou de morte em 32% na comparação com o placebo.

Adicionalmente, foi observado uma tendência favorável a ganho de sobrevida global para este medicamento, com uma redução no risco de morte em 46% quando comparado ao placebo. A imunoterapia está atualmente aprovada nos Estados Unidos, Europa, Japão e Brasil, em combinação com axitinibe, para o tratamento de primeira linha de pacientes com a doença avançada.

Esses são os primeiros resultados do estudo clínico Fase 3 – KEYNOTE-564 onde pembrolizumabe foi avaliado como potencial tratamento adjuvante em pacientes com carcinoma de células renais em risco intermediário-alto ou alto de recorrência após remoção cirúrgica do rim ou após cirurgia e ressecção de lesões metastáticas.

O medicamento está aprovado no Brasil para 16 indicações em diversos tipos de cânceres, entre eles, pulmão, pele (melanoma), sangue (linfoma de Hodgkin), estômago, rim, bexiga e cabeça e pescoço, ampliando o arsenal terapêutico de tratamento definido pelo médico oncologista.

“Esperamos desenvolver essa importante pesquisa e fornecer novos tratamentos para pacientes com câncer renal”, afirmou o líder do estudo, Toni K. Choueiri, professor de medicina na Harvard Medical School. Diretor do Lank Center for Genitourinary Oncology, co-líder do Kidney Cancer Center, Dana-Farber Cancer Institute, ele afirma que quase metade dos pacientes com carcinoma de células renais em estágio inicial apresentam recorrência da doença após a cirurgia.

Medicamento impede que tumor se espalhe, diz médica

Na avaliação de Márcia Abadi, diretora médica executiva da MSD Brasil, o KEYNOTE-564 demonstra esperança para os pacientes. Segundo ela, esses dados destacam a importância cada vez maior de pembrolizumabe contribuir no tratamento dos pacientes nos cenários mais precoces da doença, impedindo que o tumor se espalhe e se torne mais difícil de tratar.

Com esses resultados, pembrolizumabe se torna um novo padrão de tratamento para pacientes com câncer de rim em estágio inicial e esperamos trabalhar em estreita colaboração com as autoridades regulatórias para tornar esta opção de tratamento disponível para os pacientes o mais breve possível”, comentou.

A MSD continua a estudar pembrolizumabe, em combinação ou como monoterapia, bem como outros produtos experimentais em vários cenários e estágios do carcinoma de células renais, incluindo a doença avançada ou metastática, por meio de um amplo programa de desenvolvimento clínico, que inclui mais de 20 estudos e mais de 4 mil pacientes.

O medicamento pembrolizumabe, comercialmente conhecido como KEYTRUDA, está aprovado no Brasil para 16 indicações em diversos tipos de cânceres, entre eles, pulmão, pele (melanoma), sangue (linfoma de Hodgkin), estômago, rim, bexiga e cabeça e pescoço, ampliando o arsenal terapêutico de tratamento definido pelo médico oncologista.

Pembrolizumabe é um anticorpo monoclonal humanizado, desenvolvido para aumentar a capacidade do sistema imunológico de combater os cânceres avançados. O medicamento bloqueia a interação entre a proteína PD-1, das células de defesa do corpo, e seus ligantes, como PD-L1 e PD-L2, expressos pelas células tumorais. Ao interceptar essa interação, o medicamento aumenta o potencial de ataque das células de defesa sobre as células cancerígenas, ou seja, faz com que haja mais ação contra o tumor.

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