Morte de influencer acende alerta para câncer de estômago

Nara Almeida lutava desde agosto de 2017 contra a doença e orientava as pessoas para importância de hábitos saudáveis e diagnóstico precoce

nara-almeida A modelo Nara Almeida lutava desde agosto de 2017 contra um câncer de estômago (Fotos: Reprodução de internet)
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O Brasil inteiro acompanhou pelas redes sociais o drama vivido desde agosto de 2017 pela influenciadora digital Nara Almeida, de 24 anos, que morreu na madrugada de segunda-feira (21), no Hospital Nove de Julho, em São Paulo, vítima de um câncer de estômago. Durante todo o tratamento, ela utilizou as redes sociais para compartilhar a sua batalha contra a doença, conscientizar as pessoas da importância de hábitos saudáveis e do diagnóstico precoce, além de receber apoio dos fãs.

A modelo possuía quase 3 milhões de seguidores em seu canal no Instagram e acabou sendo, inclusive, alvo de oportunistas que criaram perfis fake nas redes sociais, apresentando-se como se fossem a jovem e até propondo parcerias comerciais com marcas em nome da causa – a que ponto vai o excesso de falta de senso nas redes sociais!

A modelo chegou a realizar três sessões de quimioterapia para reduzir o tumor, mas, por conta de uma hemorragia, não obteve o resultado esperado. A doença apresentou um quadro de metástase no peritônio e invasão no pâncreas. Nara compartilhava no Instagram seus depoimentos e imagens mostrando sua situação na UTI, tentando sanar a infecção.

Neste post, queremos tratar deste assunto que é muito sério, mas que muitas vezes passa despercebido por muitas pessoas, já que o câncer de estômago, um dos mais agressivos tumores, age silenciosamente e pode matar em pouco tempo.  Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de estômago é o terceiro de maior incidência entre os homens acima dos 50 anos  e o quinto mais comum no Brasil.

O desenvolvimento da doença costuma acontecer de maneira muito lenta. Ao longo dos anos, as alterações pré-cancerosas podem ir surgindo, devagar, nas células da mucosa do estômago. Como isto raramente causa sintoma, essas alterações podem passar despercebidas ou podem ser confundidas com outras doenças. No caso da Nara, o diagnóstico pode ter sido ainda mais difícil porque esta é uma doença rara entre as pessoas jovens “, comenta Thiago Jorge, oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas.

Ainda de acordo com o especialista, por não apresentar sintomas, é difícil realizar um diagnóstico precoce da doença. “Prevenir é fundamental. Ter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos, ter um cuidado com a limpeza dos alimentos e evitar a automedicação podem ajudar na prevenção da doença”, acrescenta.

 

Sofrimento pelas redes sociais

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Em um dos seus desabafos nas redes sociais, Nara falou de coisas simples e da efemeridade da vida.

“Com o tempo a gente aprende que tudo isso que achamos importante como status, roupas, festas, dinheiro é passageiro e passamos a enxergar o quanto nossa saúde é valiosa, nossa família, amigos, momentos. Só quem tem, só quem já lutou, só quem já perdeu, ou tem parentes com o câncer sabe o sofrimento e a luta de cada dia pra nós, cada batalha vencida é uma grande lição”, escreveu.

Em um post do dia 13 de abril, a modelo havia revelado que teve uma reação alérgica aos medicamentos e estava sentindo muita coceira, febre e muita dor de garganta. Ela escreveu que os dias estavam sendo “muito difíceis” e pediu misericórdia a Deus. Desde o dia 4 de maio a youtuber não postava fotos nas redes sociais, o que indicava o agravamento do seu quadro de saúde. Eva Feitosa Almeida, mãe de Nara, disse que a filha passava a maior parte do tempo dormindo por conta das medicações.

Esses últimos dias foram muito difíceis, tive uma reação alérgica aos medicamentos e meu corpo ficou todo assim.. uma coceira infinita, febre, garganta inflamada, gritava de dores porque arde bastante. Eu só peço a Deus misericórdia porque não está fácil passar por isso. Só eu e Deus sabemos o quanto tem sido difícil, mas tenho certeza que ele tem um plano muito maior na minha vida”, escreveu Nara.

Medicamento chegava a custar R$ 18 mil

Segundo a Revista Quem, o jogador Alexandre Pato decidiu ajudar com um tratamento de imunoglobulina para tentar auxiliar a recuperação de Nara. O atleta, que atualmente atua no time chinês Tianjin Quanjian, havia se comprometido a pagar seis meses de tratamento da influencer. Cada dose do medicamento, que deve ser tomado a cada 21 dias, custava 18 mil reais.

Após a confirmação da morte de Nara Almeida, vários famosos usaram as redes sociais para lamentar. Fernanda Rodrigues, Jojo Todynho, Fabiana Justus, Sabrina Sato, Giovanna Lancellotti, Giovanna Ewbank e Rafael Zulu foram alguns dos que se manifestaram. “Obrigada a todos que ajudaram com doações e orações. Sou grata a cada um, que Deus abençoe”, escreveu Eva.

Um ano de namoro no domingo

nara e o namorado pedro rocha

No domingo, véspera da morte (dia 20), Pedro Rocha, namorado da modelo, fez um post em homenagem a ela. “Hoje completamos um ano juntos, mas infelizmente a Narinha não tá bem pra gente poder comemorar. Foi uma semana difícil, um ano difícil, mas me sinto muito feliz em poder estar ao seu lado, em poder ajudar, em poder aprender com você. Aprendi a assumir responsabilidades, a enfrentar meus medos, a não dar importância pra coisas sem importância, aprendi a viver. Obrigado por fazer parte da minha vida”.

Após a morte, Pedro escreveu. “Infelizmente a Nara faleceu na noite passada, depois de tanta luta minha vontade era tê-la pra sempre, mas ela merecia descansar. Sua morte deixa um vazio enorme no meu coração, mas ela vai viver pra sempre dentro de mim, será sempre minha inspiração, me fazendo enxergar o mundo de uma maneira melhor. Tenho certeza que ela vai continuar transmitindo sua força pra muita gente, porque esse era o objetivo dela. Descanse em paz meu amor”.

Como a doença surge e progride no organismo

Também conhecido como câncer gástrico, o câncer de estômago se apresenta em 95% dos casos como adenocarcinoma, tumor originado em células que revestem a parte interna do órgão. A doença pode disseminar-se, invadindo outros órgãos, vasos linfáticos e linfonodos próximos. Existem outros tipos mais raros de câncer de estômago como o linfoma, o leiomiossarcoma e o tumor carcinoide.

Por apresentar muitos sintomas inespecíficos, comuns a outras doenças, por vezes o paciente demora a buscar apoio especializado. Entre os sinais do câncer de estômago estão perda de peso, cansaço, falta de apetite, náuseas e vômitos, sensação de má digestão, azia e desconforto abdominal persistente, sangramentos gástricos (mais incomuns), sangue nas fezes, fezes escuras, pastosas e com odor muito forte (indicativo da presença de sangue oculto).

Endoscopia ajuda a detectar precocemente o problema

Diante da suspeita de câncer de estômago, dois exames estão entre os mais frequentes para o diagnóstico da doença: modernamente se usa a endoscopia digestiva alta, porém ainda pode ser usada a radiografia do estômago com contraste. A endoscopia permite a avaliação visual direta da lesão e a realização de biópsias para confirmação do diagnóstico por meio do exame anatomopatológico. Através da boca um tubo fino e flexível com uma câmera na ponta é conduzido até o órgão. O paciente é sedado para sentir menor desconforto, o exame é feito com o paciente dormindo algumas vezes. Já na radiografia, o médico analisa o filme radiográfico em busca por áreas anormais ou tumores.

Após a confirmação patológica da presença do tumor através do exame de biópsia, é importante que se façam os exames para estadiamento, ou seja, quantificar o tamanho da doença no corpo. “Estes exames podem variar, mas comumente incluem a tomografia computadorizada de abdômen e pelve, a radiografia simples (ou tomografia) de tórax e exames de sangue”, comenta o especialista.

Fonte: CPO e Revista Quem, com Redação

 

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