No verão, evite biquíni molhado por muito tempo

Principal causa de doenças ginecológicas como candidíase, tricomoníase e vaginose é a proliferação de fungos e bactérias causados por excesso de umidade

Gostou desse conteúdo? Compartilhe em suas redes!

Sol, praia, piscina, cachoeira, clue e traje molhado. O verão é uma das estações mais esperadas para diversão e também o período em que as mulheres mais procuram os consultórios pelas doenças ginecológicas decorrentes da proliferação de fungos nas partes íntimas com o aumento da umidade e temperatura.

Mais do que nunca, eessa época do ano também exige cuidados redobrados com a saúde íntima da mulher. Isso porque o verão é o período em que a proliferação de bactérias é maior e o calor intenso favorece o surgimento de doenças ginecológicas, principalmente por conta dos hábitos adotados durante a estação.

“Usar roupas com tecidos sintéticos, bem como trajes apertados, pode ser mais prejudicial em dias quentes, além de fazer com que os corrimentos se tornem mais recorrentes”, orienta o médico ginecologista João Oscar de Almeida, do Hospital Felício Rocho.

Segundo ele, essas roupas acabam “abafando” a área genital, o que faz com que a temperatura local aumente e a umidade também, criando condições favoráveis para o crescimento de fungos e bactérias.

“Da mesma forma, é muito comum ficar com roupas molhadas após passeios, o que contribui para alterar as condições físicas da região e, consequentemente, para a proliferação de microrganismos prejudiciais à saúde íntima”, completa.

Esses hábitos de verão causam um desequilíbrio da flora vaginal, aumentando a chance do desenvolvimento de infecções vaginais como a candidíase, tricomoníase e a vaginose bacteriana, por exemplo. Todas elas podem ser tratadas com medicamentos via oral e cremes vaginais.

O ginecologista e cirurgião Wilson Eustáquio afirma que existem alguns fatores para a proliferação, como o uso de calcinhas de tecido sintético, roupas apertadas e tecidos que não permitem a ventilação da vagina em dias mais quentes e a permanência com roupa de banho molhada por muito tempo.

Em dias com altas temperaturas, esses hábitos provocam o desequilíbrio do PH da flora vaginal, ocasionando a proliferação de micro-organismos prejudiciais à saúde feminina”, destaca.

Segundo o ginecologista e obstetra Élvio Floresti Junior, os fungos agentes causadores deste mal preferem locais quentes e úmidos. E nesta época, além do calor, também é comum o uso prolongado de roupas de banho como biquínis e maiôs, fazendo com que a frequência dessa doença seja bem maior.

“Além das roupas de banhos úmidas, outro fator que pode causar a doença é o uso de roupas muito apertadas, calcinhas de tecidos sintéticos e o uso de antibióticos. Este tipo de medicamento pode alterar a flora de proteção vaginal e facilitar o aparecimento da candidíase“, explica o especialista.

Este fungo praticamente está presente em nosso organismo e normalmente fica localizado no intestino sem fazer mal algum. “Quando há queda de resistência do organismo ou modificação do ph vaginal, este fungo, por ser oportunista, prolifera e causa os sintomas conhecidos como irritações, pruridos, entre outros. É importante ressaltar que você não adquire o fungo na praia, apenas dá para eles um ambiente favorável para se desenvolver rapidamente”, esclarece doutor Élvio.

Candidíase

A candidíase  é uma dessas patologias que impede as mulheres de aproveitarem o lazer nas férias. É a mais recorrente nessa época do ano, sendo causada pelo crescimento do fungo cândida, que prefere lugares úmidos, causa coceira e dores para urinar e no ato sexual.

Embora possa ser transmitida sexualmente, não é considerada uma Doença Sexualmente Transmitida (DST) por se manifestar, mesmo sem relação sexual.

Wilson Eustáquio explica que a candidíase é uma patologia extremamente desconfortável, mas absolutamente normal, acometendo cerca de 75% das mulheres, ao menos uma vez na vida.

Os sintomas são coceira intensa, vermelhidão e inchaço na região genital, placas esbranquiçadas na vagina, corrimento esbranquiçado com grumos, dor ou queimação ao urinar e, ainda, desconforto ou dor durante o contato íntimo.

TRICOMONÍASE e vaGINOSE

A tricomoníase é uma DST causada pelo parasita Trichomonas vaginales, e apresenta corrimento amarelo-esverdeado com odor desagradável, além de dores ao urinar e durante o sexo. “Apesar de a doença ser transmitida sexualmente, no verão a flora vaginal está em constantes mudanças, o que favorece para o surgimento da doença”, explica o Dr. Oscar.

A vaginose bacteriana é provocada pela bactéria Gardnerella Vaginalis e não é considerada DST. Seu principal sinal é um corrimento amarelo ou branco-acinzentado, com um odor forte, e que piora durante as relações sexuais e na menstruação. Também pode provocar ardor e um pouco de coceira.

Evite roupas úmidas por longo tempo

Para prevenir esses problemas, os especialistas garantem que o ideal é evitar ficar muito tempo com roupas úmidas, usando o mesmo biquíni molhado na praia ou na piscina inclusive os trajes de banho.

Para evitar que o problema atrapalhe a diversão do verão, outra recomendação é é optar por roupas mais leves e arejadas, como vestidos e saias; dar preferência por calcinhas de algodão e evitar o uso de calças apertadas ou de materiais sintéticos e optar por roupas leves e arejadas, como  vestidos e saias, ao invés de calças jeans, já que a região não fica tão apertada.

“Uma orientação importante é dormir sem calcinha para melhor ventilação”, observa. Manter uma boa alimentação e também limpar a genitália com sabonetes neutro ou íntimo são outras medidas importantes de prevenção.

É fundamental manter uma higienização adequada e evitar a umidade prolongada na região da vagina especialmente durante o verão, assim como buscar orientação médica sempre que notar algo errado”, ressalta.

Procure um especialista

A medida mais indicada é procurar um especialista para um diagnóstico efetivo da doença feito por um exame ginecológico. Como são situações comuns, é frequente o tratamento sem uma instrução adequada, às vezes baseada em experiências prévias ou sugestões de colegas.

Existem diversos tipos de tratamentos para a candidíase, que duram em média uma semana com o uso de medicamento oral e tópico, com cremes vaginais fungicidas associados ao tratamento oral.  Mas a reincidência é muito frequente. Por isso, muitas vezes o tratamento deve ser feito por um período mais longo.

“No entanto, o tratamento inadequado pode levar a um desequilíbrio ainda maior da flora vaginal. Por isso a avaliação médica especializada é tão importante para um tratamento correto”, adverte. Caso a ocasião não permita que a pessoa busque ajuda médica rapidamente, outra opção são os tratamentos com banhos de assento feito com bicarbonato de sódio ou ácido bórico”, completa.

Da Redação, com Assessorias

Gostou desse conteúdo? Compartilhe em suas redes!

You may like

In the news
Leia Mais
× Fale com o ViDA!