Nova fake news associa uso de vacinas da Covid à Aids

Facebook, Instagram e Youtube removem live de Bolsonaro com mentira. Associação Médica Brasileira alerta para risco de danos graves à saúde

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Em meio à pandemia de negacionismo, a fake news se prolifera mais rapidamente do que a propagação do coronavírus. E cada vez com mais requintes de imbecilidade. A fake news da vez é que associa, irresponsavelmente, o uso das vacinas contra a Covid-19 a uma maior incidência do HIV, o vírus da Aids. E pasmem: o autor da fake news é o próprio presidente da República, quem deveria zelar pela saúde da população, mas negligencia esse papel desde o começo da pandemia.

Pela primeira vez, Facebook e Instagram removeram uma live de Jair Bolsonaro após ele mencionar a suposta ligação entre vacinas da Covid-19 e o HIV. “Nossas políticas não permitem alegações de que as vacinas de Covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas”, disse um porta-voz do Facebook.

O Youtube também removeu a live, alegando que o conteúdo violou diretrizes contra desinformação médica sobre a Covid-19. Já o Twitter sinalizou o post de Bolsonaro com a mentira, mas manteve o link no ar. Em março de 2020, as plataformas tiraram do ar um vídeo gravado em que ele aparece provocando aglomerações em um passeio em Brasília.

Diante de mais essa inverdade, que traz o risco iminente de expor pessoas sem imunização ao risco de contrair a Covid-19, diversos setores já reagiram. Em nota, o Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid da Associação Médica Brasileira, CEM-Covid_ AMB repudiou duramente a irresponsável e mentirosa notícia.

“A divulgação de nova série de fake news certamente pode ocasionar mortes evitáveis entre os brasileiros por acometimento da Covid-19”, diz a AMB, que chamou a falsa informação de “algo despropositado, diametralmente oposto ao comprovado cientificamente e já desmentido por respeitáveis sociedades de especialidades médicas do país”.

Confira a nota da AMB na íntegra

Sobre a Covid-19 e a inaceitável relação com o HIV

O Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid da Associação Médica Brasileira, CEM-Covid_ AMB, repudia a divulgação de nova série de fake news que certamente pode ocasionar mortes evitáveis entre os brasileiros por acometimento da Covid-19. Já são, no mínimo, centenas as inverdades sobre o SARS-CoV-2 alardeadas no Brasil por autoridades, cujo papel deveria ser resguardar e não expor a população a riscos.

Entre essa fake news, versões de que seria somente uma gripezinha e a defesa da eficácia do kit Covid, só destacando algumas que milhares de vidas ceifaram de nosso convívio. Agora, foi plantada a irresponsável e mentirosa notícia de que o uso das vacinas contra o vírus estaria levando à Aids. Algo despropositado, diametralmente oposto ao comprovado cientificamente e já desmentido por respeitáveis sociedades de especialidades médicas do país.

Em consonância com a Ciência e com a prática responsável da Medicina, o CEM Covid_ AMB reafirma que imunizantes não transmitem o HIV nem provocam o desenvolvimento da doença. Conclamamos todos os brasileiros a seguirem com as vacinas e a respeitarem o calendário vacinal, assim como a manter todas as medidas sanitárias preventivas. Vacina, sim. Mentiras, não.

São Paulo, 25 de outubro de 2021

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