Leitura e cérebro: O que acontece quando você lê todos os dias?

Patrícia Lessa, diretora pedagógica do Método Supera, lista 7 benefícios para o seu cérebro quando você melhora seus hábitos de leitura

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Que a leitura faz bem para o nosso cérebro, ninguém duvida, mas você pode imaginar o quanto o órgão mais importante do corpo humano se  beneficia com a leitura diária? Na semana dedicada ao Dia Mundial do Cérebro (22 de julho), Patrícia Lessa, diretora pedagógica do Método Supera de ginástica cerebral, explica como o cérebro reage aos estímulos da leitura.

Estamos vivendo um momento em que a sociedade está exposta a muitos estímulos tecnológicos e, muitas vezes, com baixa ou nenhuma leitura, o que obviamente vai ter impactos em um futuro breve. Neste contexto, precisamos estimular nosso cérebro da melhor maneira possível e estimular a leitura é fundamental”, afirma.

Patrícia listou 7 benefícios para o seu cérebro quando você melhora seus hábitos de leitura. Se você precisa de uma forcinha especial para melhorar seus hábitos de leitura, essa é a hora: comece já a ler mais e melhore sua cognição!

7 benefícios da leitura para o cérebro

1. Bons estímulos cerebrais – Em décadas de estudos, os cientistas já entenderam que o cérebro humano está aberto a aprender e isso acontece o tempo todo. No entanto, alguns estímulos funcionam como uma espécie de “estímulos mágicos” e, neste processo, a leitura é um dos principais. Os estímulos promovidos no cérebro pelo hábito diário da leitura têm características únicas e especiais neste processo de estímulo e formação de reserva cognitiva.

2. Atenção plena – Quantas vezes nesta semana você pegou o celular para ver alguma coisa importante, se distraiu e até mesmo esqueceu o que ia fazer com o aparelho nas mãos? Este breve exemplo nos mostra o quanto nosso cérebro está condicionado a estímulos diferentes e como isso prejudica mantermos a atenção plena em uma mesma atividade.

“Para conseguirmos entender um texto, mesmo que curto, precisamos dedicar atenção plena à leitura. Quando não compreendemos a mensagem precisamos reler o texto e, desta forma, estamos ‘forçando’ nosso cérebro a trabalhar constantemente. Algumas vezes sentimos até uma sensação de cansaço, o que nada mais é do que o nosso cérebro gastando energia e trabalhando a pleno vapor a nosso favor”, explicou.

3. Concentração – Quando falamos em concentração, nos referimos à capacidade de manter-se atento por um período contínuo. Já o foco é a atenção seletiva, quando outros processos cognitivos são concentrados em um determinado ponto. Em ambos os casos, a leitura contribui diretamente para ampliar a performance cerebral e, consequentemente, a resolução de tarefas mais simples ou até mais complexas do dia a dia.

4. Memória operacional – A memória operacional é a capacidade do nosso cérebro de armazenar e processar informações do momento presente. Quanto maior a capacidade da memória operacional, mais ágeis ficamos na leitura e na sua interpretação. Ler é uma forma bem divertida de exercitar a memória operacional.

No processo de esquecimento, ou dificuldade na memória operacional, há alguma deficiência em algum desses processos. Ao ler um texto, do início ao fim e realizar um treino cognitivo, a memória operacional apresenta significativa melhora beneficiando o cérebro como um todo, de maneira integrada e harmoniosa.

5. O português – Ah, o português! Pontuação, interpretação, voz ativa, voz passiva… ao ler um texto, mesmo que pequeno, estamos “obrigando” o nosso cérebro a entender o que a pessoa que o escreveu quis dizer e porque disse como disse. Somos obrigados a pensar e interpretar o texto, o que ativa áreas importantes no nosso cérebro.

6. Posso ler no celular. Está valendo? – Aplicativos para ler pela internet não são exatamente uma novidade, mas há quem diga que o processo de leitura convencional, pegando um livro ou o texto nas mãos, é bem mais proveitoso. Nossa concentração média é de 3 a 5 minutos antes que acabemos nos distraindo em qualquer ambiente. A maioria dessas distrações são tecnológicas – alertas de mensagem, e-mails etc.

“Quando falamos de tecnologia e estimulação cognitiva o ideal é sempre manter o equilíbrio, assim como acontece nas aulas online do Supera. Viver imerso em distrações digitais pode sobrecarregar as funções cognitivas e essa sobrecarga impactam o autocontrole, nos circuitos sociais e emocionais do nosso cérebro”, explicou Patrícia.

7. Crie sua “poupança cerebral” – Temos uma tendência a não pensarmos sobre o futuro, o que, de certa forma, é positivo, sobretudo neste mundo cada vez mais exposto a casos de ansiedade. No entanto, o futuro irá chegar, quer estejamos preparados ou não. Já dizia o ditado: o plantio é opcional, a colheita é obrigatória. Assim como poupamos dinheiro para situações futuras, ou mudamos a alimentação para envelhecer com mais saúde, precisamos nos preocupar com os estímulos que damos ao nosso cérebro para que este processo de envelhecimento aconteça da melhor forma possível.

O cérebro humano necessita de alguns estímulos específicos para desenvolver boas conexões cerebrais ao longo da vida, responsáveis pela criação de reserva cognitiva, ou reserva funcional. Essa reserva funciona como uma espécie de “poupança” do cérebro para reagir a situações adversas, luto ou até mesmo uma doença repentina. Assim como a estimulação cognitiva, ou ginástica para o cérebro, que oferece ao cérebro novidade, variedade e grau de desafio crescente, a leitura é um hábito que contribui positivamente para a criação desta reserva. 

Dicas para ler mais

Se você tem dificuldade de se imaginar lendo um livro inteiro, Patrícia recomenda começar a pensar a leitura como um hábito pequeno, que precisa ser alimentado todos os dias. Uma recomendação da especialista é escolher um tema de seu interesse e leia pequenos trechos, depois uma página e ir cultivando esse hábito diariamente.

“Uma dica bem legal é determinar um tempo todos os dias, coloque no cronômetro 15 minutos e quando o tempo acabar, pare a leitura. Fazendo isso todos os dias notará que, às vezes, o tempo terá acabado sem que perceba, pois ler sobre aquilo que gostamos ajuda a transformar a leitura em hábito”, afirma ela.

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