Poluição causa efeitos devastadores na saúde da mulher

Exposição a produtos químicos também é outro risco. Ameaças serão discutidas em congresso mundial de obstetrícia e ginecologia que acontece no Rio

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Nos últimos 40 anos, houve significativo aumento global da exposição de seres humanos a uma variedade de produtos químicos potencialmente tóxicos no ambiente.  Pesquisas apontam, independentemente da questão, esse tipo de exposição estão diretamente relacionados a distúrbios na saúde reprodutiva, neonatal e infantil ou neurodesenvolvimento, além de câncer, infertilidade, entre outros.

Líderes mundiais reconheceram que minimizar as ameaças ambientais à saúde e à reprodução humana é imperativo, se desejamos reduzir substancialmente o número de óbitos e doenças causadas por produtos químicos perigosos, pela poluição e contaminação do ar, água e solo. Portanto, é essencial progredir rumo ao Objetivo para Desenvolvimento Sustentável de 2030 (SDGs).

“Estamos no início de um tsunami para o qual uma liderança local será necessária:  A Califórnia estabeleceu uma prioridade para independência de energia, o que pode melhorar a qualidade do ar e reduzir defeitos de nascença, prematuridade, asma e doenças cardíacas.  A União Europeia limitou a exposição a disruptores endócrinos.  A China instituiu uma série de medidas em 2013, para que até 2018 tenhamos uma redução de 32% de material particulado no ar. Eles declararam guerra contra a poluição e estão ganhando!”, pontua Jeanne Conry, MD, PhD, Co-presidente, Grupo de Serviço da FIGO sobre Saúde Reprodutiva, Ambiental e de Desenvolvimento, EUA.

Noventa e um porcento da população mundial vive em lugares nos quais a qualidade do ar é aquém do admissível, excedendo os limites da diretriz da Organização Mundial de Saúde (OMS). A poluição do ar é um dos principais riscos ambientais à saúde.

Ao reduzir os níveis de poluição, os países criam a possibilidade real de simultaneamente diminuir a incidência de doenças como AVC, eventos cardíacos, câncer de pulmão, e doenças respiratórias agudas e crônicas, incluindo a asma. Quão menores forem os níveis de poluição do ar, melhores serão a saúde cardiovascular e respiratória da população, a curto, médio e longo prazos.

“Nosso primeiro desafio é a conscientização.  Muitos médicos ainda não sabem que exposições ambientais afetam a saúde humana.  A maioria de nós supõe que os produtos químicos liberados no ambiente, aos quais somos expostos quando nos maquiamos, preparamos alimentos ou respiramos, foram estudados.  Não foram.  É importante mostrar ligações humanas. Há uma série de estudos feitos em animais, mas ser capaz de mostrar o impacto em humanos é essencial.  E esse é o desafio mais difícil, uma vez que precisamos de bancos de dados e tempo extensivos”, argumenta Jeanne Conry.

De 14 a 19 de outubro, mais de 9.000 profissionais da saúde de todo o planeta estarão no Brasil (Rio de Janeiro), participando do Congresso Mundial da FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia). A Saúde Ambiental é um dos temas mais relevantes a ser debatido durante todo o encontro, com as principais sessões abordando o seguinte:

  • Impacto de tóxicos ambientais sobre a saúde das mulheres

  • Saúde Reprodutiva Ambiental e o Profissional de Serviços de Saúde: Abordagens baseadas em evidências para fornecer aconselhamento
  • Agenda de pesquisa para esclarecer como o ambiente afeta a saúde reprodutiva e de desenvolvimento “Treinar os Treinadores” para falar com seus pacientes e o público sobre os impactos ambientais sobre a saúde.

“Nosso desafio possui prioridades:  Quando lidamos com mortalidade materna, câncer e violência, pode parecer que não possuímos a “largura de banda” ou a capacidade de discutir também o meio ambiente. Mas precisamos garantir que os médicos estejam preparados para discutir esse tópico e elevar a conscientização de seus pacientes. Esse ativismo por mudança é essencial”, pontua Jeanne Conry.

Mais sobre o evento

Com pautas escolhidas especialmente para atender às demandas do dia a dia dos especialistas do Brasil, o XXII Congresso Mundial de Ginecologia e Obstetrícia da FIGO acontece no Rio de Janeiro, de 14 a 19 de outubro.

Serão 17 sessões em português, abordando temas como redução de cesárias, da mortalidade materna, infecção por sífilis na gravidez, diabetes gestacional, climatério, insuficiência ovariana prematura, Síndrome de Ovários Policísticos (SOP), o Projeto Parto Adequado, anticoncepção, entre outros.

“Comumente os encontros da FIGO são realizados sempre em inglês. Em alguns países é permitida a tradução simultânea”, lembra o diretor científico da FEBRASGO, Marcos Felipe Silva de Sá. “Aqui no Brasil, teríamos o conjunto das palestras somente em língua inglesa. Porém, pleiteamos junto à Federação Internacional que algumas sessões fossem em português.

O pedido, aceito pela FIGO. Visa a garantir que os ginecologistas e obstetras que não dominam o idioma também tenham acesso às principais polêmicas e novidades do Congresso Mundial.

De acordo com o presidente da FEBRASGO, César Eduardo Fernandes, o ajuste significa uma conquista para a especialidade e para a qualificação da assistência à mulher, pois será uma oportunidade ímpar para a disseminação do conhecimento científico de excelência.

Até o início de setembro, havia 8 mil inscritos, metade deles brasileiros. Haverá um debate diversificado. O programa completo pode ser acessado no endereço eletrônico www.figo2018.org. “Pela expressão dos números, nada mais justo do que apresentar eventos na nossa língua”, pontua Marcos Felipe.

 Fonte: Figo

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