Quatro das 10 doenças que mais matam são respiratórias

Novembro Branco alerta para prevenção do câncer de pulmão e ligação entre tabagismo e a doença, que, apesar dos avanços, ainda é uma das mais letais que existem

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Das 10 doenças que atualmente mais matam no mundo, segundo os últimos dados divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), quatro são do aparelho respiratório: bronquite ou pneumonia, DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, que inclui enfizema e bronquite crônica), câncer de pulmão e tuberculose. As quatro fizeram quase 10 mil vítimas em 2015, período em que a pesquisa foi realizada. Nesse ano, a soma das mortes causadas pelas 10 principais doenças somou 57 milhões, cerca de 54% das mortes causadas pelo agravamento de outras doenças e por acidentes de trânsito, que figurou na pesquisa em última posição.

O Brasil tem apresentado importantes avanços no combate ao câncer de pulmão, entretanto, a doença continua sendo uma das principais causas de morte no país. Aproximadamente 90% dos pacientes diagnosticados com a doença são ou já foram tabagistas. Na tentativa de reverter este quadro, o penúltimo mês do ano ganhou uma campanha especial para alertar a população sobre a doença e seus fatores de risco: o Novembro Branco. Já se sabe que o tabaco pode aumentar em cerca de 30 a 40 vezes o risco de desenvolver o câncer de pulmão ao longo da vida, inclusive em fumantes passivos que têm cerca de 2 a 3 vezes mais chances de ter esse tipo de neoplasia.

Melhor prevenção é não fumar

“A melhor forma de prevenção do câncer de pulmão é não fumar. Caso esse hábito já exista, abandoná-lo o quanto antes é o primeiro passo para evitar não apenas este tipo de tumor, como também os localizados na cavidade oral, na laringe, no esôfago, na bexiga, no pâncreas e no estômago”, ressalta Tatiane Montella, oncologista clínica e uma das coordenadoras do projeto Neotórax – Núcleo de Excelência em Oncologia Torácica, do Grupo Oncologia D’Or. Além do abandono do hábito, outro grande desafio é o diagnóstico precoce da neoplasia, como destaca a Dra. Angela Chindamo, responsável pelo Centro de Pneumologia do Hospital Barra D’Or.

“É comum as pessoas procurarem o pneumologista depois de passarem por vários outros especialistas, o que retarda o diagnóstico. E, para que este seja feito de forma mais assertiva, dispomos de um serviço que compreende o atendimento especializado e exames diagnósticos, como a broncoscopia e a espirometria, para agilizar a identificação de tumores e doenças inflamatórias nos pulmões. A proposta do Centro de Pneumologia é oferecer esta assistência integrada que, em caso de diagnóstico confirmado, possa encaminhar com agilidade para o tratamento com o oncologista”, explica a Dra. Angela Chindamo.

Segundo Tatiane Montella, apesar das constantes campanhas antitabagistas realizadas no Brasil, os números continuam sendo alarmantes. Este ano, a publicação científica The Lancet publicou um estudo realizado com 195 países, entre eles o Brasil, mostrou que o cigarro causa uma em dez mortes no mundo. “Nosso país está entre os dez com maior índice de tabagismo. Porém, é importante ressaltar que houve uma redução de homens fumantes, eles passaram de 29% para 12%, já as mulheres de 19% para 8%”.

Importância de consultar um pneumologista

De acordo com Gilmar Zonzin,  presidente da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio (Sopterj), alguns desses males podem ser prevenidos e outros não, mas todos podem ser diagnosticados cedo e tratados, podendo levar à cura ou a prolongar a vida do paciente, proporcionado também mais qualidade de vida no caso das doenças crônicas. Por isso a importância do papel de médicos especializados os pneumologistas, profissionais que se dedicam prioritariamente às doenças dos pulmões e das vias aéreas.

Ele  comenta também que o paciente deveria ter o “seu” pneumologista como tem o seu “cardiologista” já que estamos falando da especialidade que cuida de quatro das doenças que mais matam no mundo. Também ressalta que o pneumologista pode e deve ser procurado regularmente para avaliações, para ajudar as pessoas a pararem de fumar, para fazerem exames e avaliação clínica de check-up respiratório, bem como a avaliação pré-operatória de pessoas com sintomas do aparelho respiratório.

“Esse não é um hábito da população brasileira apesar de termos excelentes pneumologistas trabalhando tanto no sistema público de saúde como no privado e que alguns dos principais exames nesses casos como a já mencionada espirometria, o raio x do tórax e o exame de escarro serem tanto disponíveis quanto de baixo custo, seja para o sistema público de saúde ou para o sistema privado e até para o próprio paciente em alguns casos”, alerta Zonzin.

As quatro doenças são:

  • Bronquite e/ou pneumonia, que aparece em terceiro lugar na lista. A enfermidade consiste na Infecção das vias aéreas e fez 3,2 milhões de vítimas, segundo dados de 2015, período em que a OMS pesquisou.  Essas doenças
    infecciosas são passíveis de cura com o uso adequado de antibióticos específicos e também podem ser parcialmente prevenidas através de cuidados gerais com a saúde, tratamento adequado de doenças crônicas e vacinação quando indicado.
  • Já em quarto lugar vem a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), responsável pela morte de 3,17 milhões de pessoas. Essa doença poderia ser evitada completamente na grande maioria dos casos apenas com a eliminação do cigarro da vida das pessoas. Dr. Gilmar Zonzin chama a atenção especialmente a essa situação: a quarta maior causa de morte no mundo poderia quase desaparecer se as pessoas deixassem de fumar. Além disso essa doença hoje quando já presente, apesar de incurável por ser uma doença crônica como o nome já diz, pode ser eficazmente tratada em especial quanto mais cedo é feito o seu diagnóstico que depende de um exame extremamente simples, barato e disponível, a espirometria.
  • Em seguida (6º) o câncer de pulmão, traqueia e brônquios, que foi responsável pela quantidade de 1,7 milhão de óbitos. Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de pulmão atinge a aproximadamente 28 mil pessoas. Novamente a prevenção aqui vem com a eliminação do cigarro. Não todos mas a grande maioria dos casos de câncer de pulmão está ligada ao consumo de cigarros. Assim sendo, deixar de fumar, em relação aos pulmões, reduz as chances de a pessoa ter tanto DPOC quanto câncer de pulmão, além de reduzir a chance de desenvolvimento de outras patologias em diferentes órgãos.
  • Em sétimo lugar no ranking aparece a tuberculose, registrando 1,4 milhão de mortes. A tuberculose é uma doença considerada totalmente curável nos chamados casos novos – que são os casos diagnosticados pela primeira vez e nunca tratados naquela pessoa – mas novamente com melhores resultados quando diagnosticada e tratada precocemente e de forma correta. Gilmar Zonzin ressalta que várias dessas doenças apresentam inicialmente sintomas comuns e que podem estar presentes em outras doenças como, por exemplo, tosse, expectoração de catarro, febre, falta de ar, cansaço, entre outras manifestações e que, em várias dessas situações, se a pessoa tomasse a iniciativa de procurar o atendimento com um pneumologista, o diagnóstico e o tratamento poderiam ser feitos muito antes e o tratamento mais efetivo.
  • As outras seis doenças são a isquemia cardíaca, AVC, diabetes, Alzheimer  junto com outras demências e acidente de trânsito.

Novidades em tratamento

O número de mortes por câncer de pulmão atualmente é maior do que o número de mortes por câncer de mama, próstata e colón juntos. São mais de 28 mil novos casos da doença por ano no Brasil. A boa notícia é que o tratamento para a doença tem avançado, sendo a imunoterapia um dos mais promissores nos últimos anos. “Diferente das demais terapias, a imunoterapia tem como proposta estimular o próprio organismo a combater o tumor. O sistema imunológico do paciente é a grande arma contra a neoplasia”, explica Tatiane Montella.

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou a terapia como primeira opção terapêutica para pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células – um dos tipos mais comuns da doença. “A aprovação foi um grande avanço, pois há décadas o padrão de tratamento era apenas a quimioterapia”, diz a oncologista.

Neotórax – Núcleo de Excelência em Oncologia Torácica

Acompanhando as evoluções no tratamento do câncer de pulmão, os centros oncológicos têm apostado cada vez mais em unidades especializadas e com assistência integral ao paciente oncológico. É o caso do Neotórax – Núcleo de Excelência em Oncologia Torácica, que oferece um atendimento específico no trato das neoplasias pulmonares com o uso de terapias complementares para o combate à doença. Além de desenvolver pesquisas clínicas para o estudo de novos tratamentos.

O diferencial da unidade é o foco em uma linha de cuidado integral dos pacientes, voltada especificamente para câncer de pulmão. A clínica também dispõe de terapias complementares, como é o caso da Yogaterapia, projeto que conta com o apoio do Instituto Hermógenes, com base no trabalho desenvolvido pelo professor José Hermógenes, criador do instituto. As aulas são ministradas pelo professor Thiago Leão, neto de Hermógenes, e contam com exercícios respiratórios, visualizações, meditação e relaxamentos.

O Centro de Pneumologia Barra D’Or é uma unidade especializada em atendimento Pneumológico reunindo todos os critérios necessários para realização de Espirometria e de Broncoscopia diagnóstica e terapêutica, em nível interno ou ambulatorial. Com atendimento de 2ª a 6ª feira, das 8h às 17h, o centro também oferece prova de função respiratória e avaliação da via aérea e troca de cânula de pacientes traqueostomizados em serviços de Home Care.

Fonte: Hospital Barra D’Or e Sopterj

 

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