Superfungo resistente a medicações chega ao Brasil

Anvisa emite alerta sobre caso de infecção por Candida auris em território brasileiro. Infecção fúngica mata 40% dos pacientes hospitalizados

Laboratório (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta nesta segunda-feira (7/12) sobre o diagnóstico de um caso de infecção por Candida auris (C. auris) em território brasileiro. Esse “superfungo” é considerado uma ameaça grave à saúde pública porque é resistente aos medicamentos usados contra infecções fúngicas e mata 40% dos pacientes hospitalizados infectados, segundo estudos.

Em seu alerta, a Anvisa afirmou que o Candida auris (C. auris) “é um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública”. A infecção por C. auris é resistente a medicamentos e pode ser fatal. Em todo o mundo, estima-se que infecções fúngicas invasivas de C. auris tenham levado à morte de entre 30% e 60% dos pacientes.

Segundo informa o boletim, o diagnóstico ocorreu em um adulto internado no estado da Bahia. A amostra foi analisada pelo Laboratório Central de Saúde Pública Profº Gonçalo Moniz (Lacen-BA), em Salvador, e pelo Laboratório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A análise ainda será submetida a mais duas análises, segundo a Anvisa.

A Anvisa destaca que o fungo “representa uma grave ameaça à saúde global”, e que já havia emitido um alerta de risco anteriormente, em 2017. O alerta foi feito em função de relatos de surtos da doença causada pelo C. auris na América Latina comunicados pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Agência está trabalhando para contemplar a nova situação epidemiológica do país, a inclusão de outros laboratórios como referência para a rede nacional e as novas evidências científicas disponíveis. Recomendamos que os serviços de saúde e laboratórios de microbiologia estejam alertas às orientações”, registra a nota. 

O alerta de risco sobre o fungo C. auris emitido pela Anvisa está disponível para o público.

A Anvisa afirma que a amostra ainda será submetida a “análises fenotípicas (para verificar o perfil de sensibilidade e resistência)” e “sequenciamento genético do microrganismo (padrão-ouro)” até a confirmação oficial do caso.

Diante da suspeita, a Anvisa recomendou o reforço da vigilância laboratorial do fungo em todos os serviços de saúde do país, entre outras medidas de controle e prevenção para evitar um surto.

O Candida auris é um fungo que cresce como levedura — Foto: Science Photo Library

O Candida auris é um fungo que cresce como levedura — Foto: Science Photo Library

Obstáculos de controle e prevenção

O fungo foi identificado pela primeira vez em 2009 no canal auditivo de uma paciente no Japão. Desde então, houve casos identificados em países como Índia, África do Sul, Venezuela, Colômbia, Estados Unidos, Israel, Paquistão, Quênia, Kuwait, Reino Unido e Espanha.

Em 2016, a Opas, braço da Organização Mundial da Saúde para a América Latina e o Caribe, publicou um alerta recomendando a adoção de medidas de prevenção e controle por causa de surtos relacionados ao fungo na região. O primeiro surto da região ocorreu na Venezuela, entre 2012 e 2013, atingindo 18 pacientes.

Além disso, o C. auris costuma ser confundido com outras infecções, levando a tratamentos inadequados.

“O C. auris sobrevive em ambientes hospitalares e, portanto, a limpeza é fundamental para o controle. A descoberta (do fungo) pode ser uma questão séria tanto para os pacientes quanto para o hospital, já que o controle pode ser difícil”, explicou a médica Elaine Cloutman-Green, especialista em controle de infecções e professora da University College London (UCL).

Nem todos os hospitais identificam o C. auris da mesma maneira. Às vezes, o fungo é confundido com outras infecções fúngicas, como a candidíase comum.

As infecções resistentes a medicamentos preocupam a comunidade médica — Foto: ISTOCK via BBC

As infecções resistentes a medicamentos preocupam a comunidade médica — Foto: ISTOCK via BBC

Em 2017, uma pesquisa publicada por Alessandro Pasqualotto, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, analisou 130 laboratórios de centros médicos de referência na América Latina e descobriu que só 10% deles têm capacidade de detecção de doenças invasivas de fungos de acordo com padrões europeus.

Segundo a Anvisa, o surto em 2016 em Cartagena, na Colômbia, é um exemplo de como o micro-organismo é difícil de identificar. Cinco casos de infecção foram identificados como três fungos diferentes até um método mais moderno de análise diagnosticar o patógeno corretamente como C. auris.

Além disso, o C. auris é muito resistente e pode sobreviver em superfícies por um longo tempo.https://c1051e9596fb7decab9fa609016c2baf.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html

Também não é possível eliminá-lo usando os detergentes e desinfetantes mais comuns. É importante, portanto, utilizar os produtos químicos de limpeza adequados dos hospitais, especialmente se houver um surto.

Em alerta emitido em 2017, a Anvisa explicou que não se sabe ao certo qual é o modo mais preciso de transmissão do fungo dentro de uma unidade de saúde. Estudos apontam que isso pode ocorrer por contato com superfície ou equipamentos contaminados e de pessoa para pessoa.

O maior surto ligado ao C. auris ocorreu em 2015 em Londres, com 22 pacientes infectados e outros 28 colonizados.

A infecção pelo Candida auris é resistente a medicamentos e pode ser fatal — Foto: Reuters

A infecção pelo Candida auris é resistente a medicamentos e pode ser fatal — Foto: Reuters

Resistência a medicamentos

A resistência aos antifúngicos comuns, como o fluconazol, foi identificada na maioria das cepas de C. auris encontradas em pacientes.

Isso significa que essas drogas não funcionam para combater o C. auris. Por causa disso, medicações fungicidas menos comuns têm sido usadas para tratar essas infecções, mas o C. auris também desenvolveu resistência a elas.

“Há registro de resistência à azólicos, equinocandinas e até polienos, como a anfotericina B. Isso significa que o fungo pode ser resistente às três principais classes de drogas disponíveis para tratar infecções fúngicas sistêmicas”, explicou o epidemiologista e microbiologista Alison Chaves, no Twitter.

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Análises de DNA indicam também que genes de resistência antifúngica presentes no C. auris têm passado para outras espécies de fungo, como a Candida albicans (C. albicans), um dos principais causadores da candidíase (doença comum que pode afetar a pele, as unhas e órgãos genitais, e é relativamente fácil de tratar).

Empresa de desinfecção diz que está preparada para enfrentar superfungo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu em 7 de dezembro de 2020 um alerta sobre o primeiro caso do fungo Candida auris no Brasil recomendou que as unidades de saúde do país reforcem as medidas de prevenção e controle, que incluem limpeza rigorosa de superfícies e equipamentos em ambientes hospitalares, entre outras ações.

O Candida Auris é um fungo multirresistente e considerado potencialmente fatal, capaz de driblar vários medicamentos comumente utilizados para tratar infecções por Candida, além de poder causar infecção em corrente sanguínea e outras infecções invasivas e ser facilmente confundida com outras espécies de leveduras.

Este fungo também é capaz de permanecer viável no ambiente por longos períodos, de semanas a meses, e apresentar resistência a diversos desinfetantes comuns, mesmo os que são à base de quaternário de amônia. Do ponto de vista laboratorial existe a preocupação de possíveis surtos, uma vez que há uma dificuldade de identificação pelos métodos laboratoriais rotineiros e de sua eliminação do ambiente contaminado.

A DeVant Care, empresa de biodesinfecção de ambientes e superfícies, emitiu nota afirmando que está preparada no combate a este microorganismo e conta com o laudo de eficiência in-vivo da solução Nocotech – um sistema automatizado de geração por vapor seco, que distribui as soluções biodesinfetantes no ambiente que mata bactérias, fungos, micobactérias, vírus e o coronavírus, suas variações esporuladas, resistentes e multiresistentes.

 Uma das ações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária é reforçar a vigilância laboratorial da Candida Auris em todos os serviços de saúde do país, com medidas gerais de prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS).

Atuando há mais de 20 anos na área hospitalar, Ivam Cavalcante Pereira Jr., diretor executivo da DeVant Care, afirma que a empresa conta com o laudo de eficiência in-vivo contra o Candida Auris. “Conforme highlights no comunicado da Anvisa, a desinfecção deste fungo utilizando quaternário de amônia não é eficaz. Desta forma, a solução Nocotech, que é a base de Peróxido de Hidrogênio, já conta com laudo de eficiência in-vivo contra este microorganismo”, disse.

O que este laudo traz?

-Foi realizado teste in-vivo da solução Nocotech com a presença de 4 log ( 4 log = 100 ) de Candida Auris e substância interferente ( barreira ).

Quais foram os resultados do laudo?

-Na presença de 4 log de Candida Auris, houve redução de 3,76 log, ou seja, houve redução de 94%. Desta forma, de 100 Candidas Auris existentes restaram apenas 6.

O que isso significa?

A DeVant Care está preparada para combater este microorganismo e com estudos IN-VIVO que demonstram a eficácia e eficiência na aplicabilidade do dia-a-dia.

A solução Nocotech é validada por meio da normativa NF T 72:281-2014, garantindo consistência na aplicação e desinfecção eficiente de ambientes e superfícies por via aérea para a efetiva morte de bactérias, fungos, micobactérias e vírus, incluindo a Covid-19, suas variações esporuladas, resistentes e multirresistentes. Apenas 30% das soluções passam nos critérios da avaliação. 

O conceito Nocotech, reconhecido pela ANVISA, é constituído do equipamento de aplicação automatizada (sem qualquer intervenção humana), aliado às soluções de biodesinfecção, que cobre, com visão 360º, ambientes e as superfícies.

Com Agências e Assessorias

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