Toda voz merece ser ouvida: atenção ao câncer de laringe

Branco Mello, baixista e vocalista do Titãs, está afastado dos shows para se tratar de um câncer de laringe. Julho Verde esclarece sobre tumores de cabeça e pescoço

branco-mello-titas-foto-agnews Baixista e vocalista do Titãs, Branco Mello está afastado dos shows para tratar um tumor na laringe (Foto: AgNews)
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O músico Branco Mello, baixista e vocalista do Titãs, anunciou no fim de maio que ficaria afastado dos palcos por três meses para tratarum tumor na laringe. Esse câncer representa 25% dos tumores malignos nessa área e atinge principalmente homens, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). O câncer de laringe está classificado entre os chamados tumores de cabeça e pescoço – o Brasil registra a cada ano cerca de 40 mil novos casos.

Os números correspondem a 4% de todos os tipos da doença, sendo terceiro mais incidente entre os homens brasileiros. No Brasil, o câncer de boca chega a ser o terceiro tipo de tumor mais frequente em algumas regiões, ocorrendo sete vezes mais em homens do que em mulheres. São cerca de 10 mil mortes por ano no país, só para os cânceres de laringe e cavidade oral. Os sobreviventes enfrentam perdas significativas na qualidade de vida durante e após o tratamento.

A laringe, que carrega o ar da respiração até o pulmão, produz a voz e impede que alimentos entrem nas vias respiratórias, é dividida em três parcelas: subglote, glote e supraglote. Apesar de o tumor poder aparecer em qualquer região, cerca de 60% deles se desenvolvem na glote, estrutura constituída pelas cordas vocais.  Por apresentar sintomas sutis, é preciso sempre estar atento aos primeiros sinais. Rouquidão que permanece por mais de três semanas pode ser um forte indício de alteração na laringe é aconselhável uma avaliação médica.

Álcool e cigarro estão entre as causas

A doença está muito relacionada ao estilo de vida. O fumo e o álcool ainda são os principais fatores, com 90% dos casos associados a esses hábitos. Juntos, eles reduzem a proteção natural da mucosa e provocam uma multiplicação desordenada na região. Segundo o cirurgião de cabeça e pescoço Erivelto Volpi, do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool são os principais responsáveis pelo surgimento deste tipo de tumor. Juntos, esses dois fatores aumentam em 19 vezes o risco de desenvolver a doença. O tabagismo está relacionado a 97% dos diagnósticos de câncer de laringe. O álcool associado ao fumo aumenta o risco em 10 vezes para câncer nessa região.

Estimativas apontam que, neste ano, serão diagnosticados cerca de 20 mil novos casos, sendo atualmente o quinto tipo mais frequente entre os homens. Os adultos acima de 50 anos estão entre os mais acometidos pela enfermidade quando associada ao consumo de álcool e ao tabagismo. Contudo, esse tipo de câncer vem atingido cada vez mais os adultos jovens, entre 30 e 45 anos, que não fumam ou consomem bebida alcoólica em excesso.

HPV é outro importante fator de risco

Nos últimos anos a infecção pelo HPV (Vírus do Papiloma Humano) se tornou um preocupante fator de risco, pois tem contribuído com o aumento na incidência da doença em jovensem virtude da falta de uso de preservativos na prática do sexo oral. Esta é uma tendência mundial, que também já é identificada no Brasil.

“Não fumar ou não beber não afasta o risco de câncer na região. Atualmente, surgem novos casos associados ao HPV entre a população jovem, por conta do comportamento sexual e da prática do sexo oral sem proteção. O Inca indica que 7% da população brasileira têm HPV oral, aquele transmitido por relação sexual”, explica o especialista.

Outros fatores de risco, ainda que pouco frequentes, são o refluxo gastroesofágico e a poluição ambiental.

Campanha Julho Verde

A Associação de Câncer de Boca e Garganta – ACBG Brasil realiza, pelo segundo ano consecutivo, a campanha nacional de conscientização para prevenção sobre os tumores de cabeça e pescoço. O #JulhoVerde divulga informações sobre esses tipos de cânceres, que têm como principais fatores de risco o tabagismo, o consumo de álcool e as infecções por HPV.

Em 2018, o tema escolhido para o #JulhoVerde é “Toda voz merece ser ouvida” já que, na maioria dos casos, o tratamento compromete a fala do paciente. Independente da modalidade terapêutica escolhida (cirurgia, radio e/ou quimioterapia), a doença causa sequelas psicológicas e funcionais irreversíveis, que prejudicam a qualidade de vida do paciente.

Como forma de conscientizar a população para a prevenção desse câncer, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz adere à campanha “Julho Verde”, que simboliza o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço (27/7), e ilumina sua fachada de verde para chamar a atenção para este tema.

Da Redação, com assessorias

 

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