Você sabe qual é a sua taxa de colesterol?

Maioria dos brasileiros desconhece as próprias taxas de colesterol. Manter as taxas em dia é fundamental em tempos de Covid-19

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Manter os níveis de colesterol equilibrados é essencial para garantir uma vida mais saudável e longe dos problemas cardiovasculares. Ainda mais em tempos de pandemia. De acordo com uma pesquisa realizada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mais de 67% da população brasileira desconhece as próprias taxas de colesterol. A maioria das pessoas só realiza os exames diagnósticos a partir dos 45 anos.

Atualmente, no Brasil, quatro em cada dez adultos sofrem com o nível de colesterol elevado, o equivalente a cerca de 18,4 milhões de pessoas. As doenças cardiovasculares, provocadas por esse inimigo silencioso, além de causar sérios problemas a saúde, também são importantes fatores de risco para complicações nos pacientes com a Covid-19. Por isso, durante a pandemia do novo coronavírus, os cuidados com as taxas de colesterol também são fundamentais.

O medo da exposição ao vírus implica na menor procura de pacientes por tratamentos e cuidados, como as consultas de rotina, ajustes de medicamentos e até mesmo a prática de atividades físicas que, normalmente, são realizadas ao ar livre. O isolamento social também tem contribuído para o aumento do consumo de alimentos calóricos, bebidas alcoólicas e do tabagismo, fatores que contribuem para o aumento da incidência das doenças cardiovasculares, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC).

O médico Sergio Timerman, cardiologista do Instituto do Coração (Incor) e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, alerta que estar em quarentena pode levar as pessoas a adotarem hábitos não saudáveis. “Ficar atento à saúde física é essencial, incluindo um adequado monitoramento do colesterol, uma vez que os efeitos causados pelo colesterol alto podem ser silenciosos e perigosos”, destaca.

O AVC e o infarto, por exemplo, são doenças do aparelho circulatório que representam a principal causa de óbito no Brasil. Apesar desta gravidade, diferentes hospitais e centros de referência relataram que houve uma queda nos atendimentos relacionados à problemas cardiovasculares desde o início da quarentena. Em ambas as situações, o diferencial para a recuperação de um paciente é a agilidade do atendimento.

Por receio de sair de casa, pacientes estão negligenciando sintomas ou até mesmo as recomendações médicas de prescrição de medicamentos. Isso pode comprometer a qualidade de vida e trazer complicações graves se o paciente não é atendido no momento certo”, explica Sergio Timerman.

As pessoas têm tanto medo de contrair a doença (Covid-19) e, por isso, acabam deixando de se cuidar e não procuram orientação médica. O sintoma do aumento do nível do colesterol só vai aparecer, de um modo geral, quando o paciente tiver um infarto ou um AVC, é uma doença silenciosa. Manter a saúde em dia, mesmo durante a pandemia, é fundamental para evitar complicações”, confirma Fábio Lario, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Por isso, o dia 8 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Colesterol, ajuda na conscientização sobre a importância da prevenção das doenças cardiovasculares e dos cuidados que os pacientes devem tomar, especialmente neste momento em que parte dos pacientes estão negligenciando os sintomas por medo de contágio pela Covid-19. “De forma geral, quanto melhor controladas estiverem as doenças cardiovasculares do paciente, menor é o risco de complicações nos quadros clínicos mais sérios, como as formas graves da Covid-19”, explica Dr Fábio.

O LDL-C não controlado ou continuamente elevado é um dos principais fatores de risco para doença cardiovascular, como um ataque cardíaco (conhecido também como infarto do miocárdio) ou um acidente vascular cerebral. Apesar de muitas vezes os pacientes não apresentarem sintomas da doença subjacente dos vasos sanguíneos, um ataque cardíaco ou o acidente cardiovascular pode ser o primeiro sinal das doenças cardiovasculares. Por isso, é importante ficar atento aos fatores de risco – como o tabagismo, obesidade, falta de atividade física e consumo excessivo de álcool, além de doenças como hipertensão.


Seguir as recomendações médicas de manter uma rotina com exercícios, dieta equilibrada, evitar o consumo excessivo de álcool e tabagismo são medidas que podem prevenir um evento cardiovascular, mas também são uma forma do organismo lidar com o estresse e a exaustão desse período desafiador de isolamento social”, explica Sergio Timerman.

Segundo Dr Fábio, é extremamente importante que os pacientes se mantenham ativos, procurem seguir uma alimentação saudável e rica em verduras, legumes, frutas e cereais. “Uma dica é substituir alimentos ricos em gorduras animais por aqueles com gorduras ‘boas’ (peixes, castanhas, azeite), e mantenham o controle do peso, além de seguir o acompanhamento médico periódico, quando indicado”, afirma o especialista.

Para os pacientes que têm histórico familiar da doença ou que são mais propensos a terem o nível de colesterol alto e precisam de remédios de uso contínuo – o alerta é o mesmo: “É imprescindível seguir o tratamento conforme prescrito e manter o acompanhamento clínico com seu médico, com realização de exames regularmente”, complementa o Dr. Timerman.

Tire suas principais dúvidas sobre o colesterol

Para um dos maiores especialistas da área, o cardiologista Hermes Toros Xavier, doutor e pós-doutor em Cardiologia pelo Instituto do Coração do HC-FMUSP, a falta de informação contribui para aumentar os índices de pessoas com doenças cardiovasculares.

A melhor informação é a principal ferramenta no combate ao colesterol, 08 de agosto foi criado no sentido de alertar a todos, que ao controlarmos os níveis de colesterol, através de estilo de vida saudável e medicamentos quando indicados por médicos, é possível deter o avanço das doenças CV, atualmente, a principal causa de mortalidade no mundo”, destaca.

Ele responde algumas das principais dúvidas sobre o tema.

O que é colesterol e qual a diferença entre o colesterol bom e ruim?

Pequenas quantidades de colesterol são fundamentais ao organismo. Essa conhecida substância gordurosa, formada especialmente no fígado e ingerida na alimentação, nos ajuda na absorção dos nutrientes, na síntese de hormônios sexuais e na reparação dos nossos tecidos. O problema começa quando os níveis sanguíneos, especialmente do colesterol ruim, a fração LDL se sustenta elevado, permitindo o seu acúmulo na parede das artérias, levando progressivamente à formação de placas, que reduzem o fluxo de sangue pelas artérias, prejudicando o funcionamento dos órgãos, em especial do coração. O colesterol bom, o HDL, também formado internamente, tem efeitos antagônicos aos do LDL, mas sem tanto poder de impedir os malefícios do colesterol ruim.

Quais os danos à saúde o LDL-C (colesterol ruim) pode ocasionar a médio e longo prazo?

Quanto mais tempo durante a vida qualquer indivíduo permanecer exposto a níveis elevados de LDL, tanto maior será a sua chance de apresentar um evento cardiovascular como o infarto do miocárdio, o acidente vascular cerebral ou a doença arterial obstrutiva periférica. Essas manifestações do colesterol elevado costumam ocorrer por volta da quinta e sexta década da vida, na grande maioria das pessoas.

Quais são os índices registrados no Brasil e por que são tão altos?

Doenças CV matam cerca de 100 mil brasileiros ao ano. Falta de informação séria, baseada na ciência médica, acesso restrito ao diagnóstico e ao tratamento e um sem número de determinantes sociais de saúde pública, seguramente figuram entre os motivos para a expressão da doença CV.

Existe uma faixa etária “alvo”?

Prevenção deve se iniciar na infância e adolescência, o que seria a prevenção primordial. Após os 40 anos de idade, porém, se inicia o período de maior prevalência dos principais fatores de risco para a doença CV, o colesterol elevado, a hipertensão arterial e o diabetes, acrescidos pelo tabagismo, a obesidade e o sedentarismo, nas mulheres, ainda, a chegada da menopausa.

A partir de que idade deve-se procurar um médico para verificar se há problemas? Como é diagnosticado, pelo exame de sangue ou há sintomas que alertam?

Colesterol alto não dá sintomas, a única forma de diagnosticar é dosar os níveis sanguíneos. Quanto mais cedo se dosa o colesterol na vida, maior a chance de se detectar aqueles com tendência genética de produzir mais colesterol do que o necessário e, portanto, iniciar o depósito nas artérias.

É possível prevenir o colesterol alto? Há alimentos que ajudam?

A prevenção se faz através de um estilo de vida saudável, com consumo moderado de gorduras saturadas e atividade física regular. Porém, devemos estar cientes que do colesterol sanguíneo que temos, somente 15% vem da alimentação, o restante é produzido especialmente pelo nosso fígado, e nesse caso, somente medicação consegue inibir a produção e reduzir os valores no sangue. As melhores dietas reduzem, somente 10% do colesterol sanguíneo.

Por que grande parte das pessoas abandona o tratamento e quais as consequências para a saúde?

Primeiramente por desinformação, existe uma ideia de que o colesterol pode ser tratado temporariamente, como que por 3 meses. Esse erro pode custar caro, indivíduos sob risco de eventos devem ser tratados por tempo indeterminado, como se faz no tratamento da pressão alta ou do diabetes, o tratamento é contínuo. Outro ponto, é a constante teoria da conspiração, que o colesterol seria uma invenção da indústria farmacêutica para vender remédios, pois bem, negar a consistência de dados científicos comprovados nos últimos 30 anos, me parece, no mínimo, uma desumanidade.

Quais hábitos devem ser tomados para manter o colesterol equilibrado?

Adotar estilo de vida saudável, procurar o seu médico para uma avaliação e, no caso, de receber a orientação de usar medicamento para o controle do colesterol, como estatinas, aderir ao tratamento, com a certeza de estar melhorando a sua saúde e se prevenindo dos eventos cardiovasculares. 

Exposição no metrô de São Paulo

Durante todo mês de agosto a Estação Santa Cruz da Linha 5-Lilás de metrô de São Paulo abrigará uma exposição com 20 artes impressas em displays de acrílico para chamar atenção sobre o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, celebrado em 8 de agostoA iniciativa é uma parceria entre a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP) e a ViaMobilidade, concessionária responsável pela operação e manutenção da Linha 5-Lilás.

O que é o colesterol? Para que ele serve? Quem pode ter a saúde prejudicada pelo excesso de colesterol no sangue? Estas são algumas das informações que estão presentes nos cartazes para alertar a população – entre outras coisas – que, nem sempre, o colesterol alterado no sangue dá sinais.

Mas engana-se quem acredita que o colesterol é do mal. Essa molécula é muito importante ao nosso organismo, pois faz parte das membranas celulares, então é necessário termos uma taxa adequada de colesterol, e essa taxa varia entre crianças e adultos. O colesterol, que é uma molécula ‘do bem’, só passa a ser um vilão quando está em excesso no nosso organismo”, explica Dr. Osmar Monte, endocrinologista da SBEM-SP e curador do conteúdo da exposição.

O colesterol presente na dieta é absorvido pelo intestino e a capacidade de absorção é limitada para cada pessoa, de acordo com a genética de cada um. “Pessoas com hipocolesterolemia, ou seja, níveis muito baixos de colesterol têm aumento do risco de ter câncer”, conta o endocrinologista.

Com Assessorias

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