Febre amarela: após 84 mortes, Rio volta a oferecer dose integral da vacina

Secretaria de Saúde do estado espera imunizar mais 4 milhões de pessoas que ainda não procuraram os postos de vacinação. Objetivo é evitar um novo surto no próximo verão

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Quem se lembra da corrida aos postos de saúde este ano para tomar a vacina contra a febre amarela, diante do crescente número de casos no Estado do Rio de Janeiro? E da avalanche de dúvidas surgidas sobre a eficácia da dose fracionada da vacina (uma para cinco pessoas), uma medida emergencial tomada pelo Ministério da Saúde para acelerar a imunização da população em período de surto?

Pois a partir de agora quem buscar a vacinação contra febre amarela no Estado do Rio será imunizado com a dose padrão da vacina. A determinação da Secretaria de Estado de Saúde sobre o fim do fracionamento já está valendo. A ação visa imunizar cerca de 4 milhões de pessoas e tem como objetivo alcançar a cobertura vacinal de 95% do público-alvo, que atualmente está em 73%.

A SES alerta que todos os que não tomaram a vacina devem procurar os postos antes da chegada do verão, período em que pode ocorrer uma maior incidência da doença. Aqueles que já foram imunizados com a dose fracionada, não precisam se vacinar nesta etapa porque já estão protegidos.

Número de mortes este ano chega a 84

De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria, foram contabilizados 262 casos confirmados e 84 mortes desde 1º de janeiro, e 32 das 92 cidades fluminenses. Somente em Angra dos Reis, foram 56 casos, sendo 15 com vítimas fatais. Nenhum caso foi registrado na capital. (Veja abaixo o número de casos por cada cidade).

Desde 25 de janeiro, seguindo a orientação do Ministério da Saúde, 15 municípios da região metropolitana passaram a fornecer doses fracionadas da vacina. Com a nova recomendação, todos os 92 municípios do estado voltam a aplicar as doses padrão. Até o momento já foram imunizadas cerca de 11 milhões de pessoas.

“No ano passado, criamos um cinturão de bloqueio para impedir que a transmissão da febre amarela acontecesse no meio urbano. E isso deu certo. Com a diminuição de casos, os moradores do estado deixaram de procurar os postos de saúde. Nosso desafio agora é chamar atenção das pessoas para a importância da vacinação, que está disponível, novamente com a dose padrão, em todos os postos de saúde do estado”, explicou o médico Alexandre Chieppe, médico da SES.

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QUEM NÃO DEVE SE VACINAR

A vacina não é indicada a bebês menores de 9 meses, pessoas com contraindicações especiais (pacientes imunodeprimidos, com doenças hematológicas graves, entre outras) e grávidas.

TIPOS DA DOENÇA

Há dois tipos de febre amarela – silvestre e urbana. As duas são causadas pelo mesmo vírus e causam a mesma doença, mas se diferem pelo vetor de transmissão. A urbana é transmitida pelo Aedes aegypti e, de acordo com o Ministério da Saúde, desde os anos 40, o Brasil não registra casos deste tipo da doença.

Já a silvestre é transmitida pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabeths, insetos de hábitos estritamente silvestres. A febre amarela silvestre é endêmica em algumas regiões do país, principalmente na região amazônica. Trata-se de uma doença infecciosa febril aguda, transmitida exclusivamente pela picada de mosquitos infectados.

CASOS EM MACACOS

Vale lembrar que o macaco não transmite a doença. Ele é também vítima do mosquito e serve de alerta para identificar a presença do vírus em determinado local. Ao todo, 18 municípios têm casos confirmados de febre amarela em macacos em 2018. São eles: Angra dos Reis, Araruama, Barra Mansa, Cachoeira de Macacu, Duas Barras, Engenheiro Paulo de Frontin, Itatiaia, Miguel Pereira, Mangaratiba, Paraty, Petrópolis, Rio de Janeiro, São Pedro da Aldeia, Silva Jardim, Tanguá, Valença, Vassouras, e Volta Redonda.

SINTOMAS

Os principais sintomas da febre amarela são dor de cabeça, febre, amarelamento da pele, dores musculares e articulares, náuseas, indisposição, entre outras manifestações. Em 2018, foram registrados 262 casos de febre amarela silvestre em humanos, com 84 óbitos. Os mosquitos Haemagogus e Sabethes são os transmissores da febre amarela silvestre.

CIDADES COM CASOS CONFIRMADOS

  • – 56 casos – Angra dos Reis, sendo 15 óbitos
  • – 40 casos – Valença, sendo seis óbitos
  • – 23 casos – Teresópolis, sendo oito óbitos
    – 16 casos – Nova Friburgo, sendo cinco óbitos
  • – 14 casos – Duas Barras, sendo dois óbitos
  • – 12 casos – Sumidouro, sendo cinco óbitos
  • – 11 casos – Barra do Piraí, sendo três óbitos
  • – 10 casos – Paraty, sendo três óbitos
  • – 7 casos – Cantagalo, sendo quatro óbitos
  • – 6 casos – Engenheiro Paulo de Frontin, sendo três óbitos
  • – 6 casos – Rio Claro, sendo três óbitos **
  • – 6 casos – Resende, sendo três óbitos
  • – 5 casos – Vassouras, sendo três óbitos
  • – 5 casos – Miguel Pereira, sendo dois óbitos
  • – 5 casos – Silva Jardim, sendo dois óbitos
  • – 4 casos – Trajano de Moraes, sendo três óbitos
  • – 4 casos – Paty do Alferes, sendo dois óbitos
  • – 4 casos – Rio das Flores, sendo um óbito**
    – 3 casos – Piraí, sendo um óbito
    – 3 casos – Cachoeiras de Macacu, sendo um óbito
  • – 2 casos – Sapucaia, sendo dois óbitos
  • – 2 casos – Rio Bonito, sendo dois óbitos
  • – 2 casos – Três Rios, sendo um óbito
  • – 2 casos – Petrópolis, sendo um óbito
    – 2 casos – Carmo, sendo um óbito
    – 2 casos – Maricá, sendo um óbito
  • – 1 caso – Paraíba do Sul, sendo um óbito
  • – 1 caso – Mangaratiba **
    – 1 caso – Bom Jardim
    – 1 caso – Pinheiral
    – 1 caso – Guapimirim

Para mais informações sobre a doença acesse www.febreamarelarj.com.br.

Fonte: SES, com Redação

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