Um em cada quatro diabéticos pode ter problemas nos pés

Cerca de 40% das pessoas não recebem tratamento por falta de diagnóstico. Pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2 devem passar por uma avaliação anual dos pés

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Denise Franco - diabetes
Denise Franco, da Associação Diabetes Brasil, fala dos riscos da doença não controlada (Foto: Ana Carolina de Almeida)

Prevenir é melhor que remediar, já diz o ditado popular. No caso da diabetes, essa é a melhor recomendação, já que a doença cresceu 61,8% nos últimos 10 anos, segundo dados da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde.

Atualmente, há cerca de 16 milhões de pessoas com diabetes, segundo a Organização Mundial da Saúde. A doença mata cerca de 2 milhões de pessoas com menos de 60 anos por ano. A diabetes está em segundo no ranking das doenças que mais afetam os brasileiros e só perde para o câncer.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, 13,4 milhões de pessoas na faixa dos 20 a 79 anos e vai atingir 24 milhões em 2045. Antes disso, em 2040, os custos com pacientes diabéticos podem chegar a US$ 36 bilhões, 14 bilhões a mais dos custos calculados em 2015.

Os custos da saúde pública em 2015, eram 22 bilhões de dólares 2015 e a projeção para 2040 é que chegue a 36 bilhões. Com a atual situação de aumento da obesidade, talvez em 2020 esses números sejam alcançados. Então atuar nos fatores de risco é o caminho de prevenção para o aumento dos casos de diabetes”, analisa a endocrinologista Denise Franco, que é presidente da Associação Diabetes Brasil.

Esta também é uma das principais causas de doenças vasculares, de AVC, insuficiência renal, amputação de membros inferiores e cegueira em adultos. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2010, foram registradas 55 mil amputações. Estas consequências precisam ser tratadas intensivamente para reduzir riscos de complicações comuns nas pessoas com diabetes.

Segundo ela, no Brasil, a maioria das pessoas com diabetes não tem acesso ao tratamento adequado, estando mais propensas a desenvolver complicações futuras. Para Denise, “observar os fatores de risco é o melhor caminho de prevenir a doença”, que atinge mais mulheres do que homens.

Confira a entrevista de Denise Franco ao ViDA & Ação

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Exame do pé diabético

Hermelinda
Hermelinda Pedrosa defende o exame do pé diabético (Foto: Ana Carolina de Almeida)

A estimativa é que uma em cada quatro pessoas diabéticas, pode apresentar problemas nos pés ao longo da vida. As complicações são comuns pela falta de controle da taxa glicêmica. É importante estar atento porque cerca de 40% das pessoas não recebem tratamento por falta de diagnóstico.

Sintomas como queimação, formigamentos, dormência, dor (pontada, dor aguda), fraqueza ou fadiga e câimbras, devem ser receber atenção, assim como detalhes em caso de piora à noite, ao deitar, e melhora com as atividades.

Hermelinda Pedrosa, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, defende o exame dos pés. “Realizamos uma pesquisa em que os pacientes nos relataram que os médicos nunca tocaram ou perguntaram sobre os pés”, revela. Pacientes com diabetes tipo 1, a partir do quinto ano de duração, e tipo 2, desde o diagnóstico, devem passar por uma avaliação anual dos pés, que inclui a história e exame clínico simples.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia indica o autoexame. Com observação diária dos em um lugar bem iluminado e quem não tiver condições. A pessoa pode pedir a ajuda ou usar um espelho para melhorar a visão. Verificar se tem frieiras, cortes, calos, rachaduras, feridas, alterações na cor da pele (arroxeada) e das unhas (se demoram a crescer) e ausência de pelos. Na consulta médica, pedir ao médico que examine os pés. O paciente deve avisar de imediato o médico sobre qualquer alteração dentro de 24 horas.

Prevenção é o melhor caminho para evitar complicações

Para as especialistas, somente com prevenção será possível impedir que os pacientes sofram com as consequências da doença. “A cada minuto, três pessoas são amputadas no mundo por conta do diabetes. O diabetes só perde em números para o câncer. Mas é muitas vezes mais impactante na vida do paciente”, explica Hermelinda. Veja quatro dicas elaboradas pela Associação Diabetes Brasil:

  1. Atenção aos fatores de risco

Segundo Denise, “é importante saber se tem alguém na família com diabetes. Essas pessoas têm 30% a mais de risco de desenvolver a doença. Além disso tem o sedentarismo, obesidade, o colesterol e a pressão alta são fatores que merecem atenção”. Siga as dicas de prevenção:

  1. Perca a barriga

A gordura acumulada na região abdominal, atinge o fígado e entre os intestinos, fazendo com que o pâncreas seja obrigado a produzir mais insulina, provocando mudanças no metabolismo. A “barriguinha saliente” também aumenta o risco de doenças cardiovasculares.

  1. Faça 30 minutos de atividades por dia

A ONU recomenda que para ter uma vida saudável é necessário fazer 150 minutos de exercícios por semana.

  1. Hipertensão e colesterol alto

É mais um fator de risco que colabora para o desequilíbrio no metabolismo. Bons hábitos e alimentação regulada auxiliar o bom trabalho do metabolismo.

 

 

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