Urticária crônica espontânea afeta 1,4 milhão de brasileiros

Doença ainda é menosprezada por falta de conhecimento. Estudo mostra que impacto é tão forte na qualidade de vida dos pacientes quanto psoríase ou hanseníase

Eriberto Leão - campanha Tudo sobre UCE Ator Eriberto Leão, embaixador da campanha Tudo sobre UCE, fala sobre o problema (Foto: Divulgação)
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Tudo sobre UCE no Cristo
Tudo sobre UCE – campanha vestiu o Cristo Redentor de camisa rosa no dia 5 de abril (Foto: Divulgação)

Só quem sofre como eu sabe o tamanho do incômodo. Após dois anos e meio da última crise, enfrento agora mais uma, que já dura mais de quatro meses. Neste período, foram muitos corticoides e antialérgicos, sem que se defina a causa.

O estresse, afirmam alguns especialistas, pode até ser um desencadeador, mas não existe causa específica para a Urticária Crônica Espontânea (UCE), doença que afeta 1,4 milhão de brasileiros.

Menosprezada por boa parte da população por falta de conhecimento, a urticária pode ser muito grave e levar a uma qualidade de vida muito ruim, sendo pior do que em pessoas que têm hanseníase ou psoríase. A urticária, e especificamente seu caso mais grave, a UCE, afeta até 1% da população mundial, mas ainda é pouco diagnosticada.

Para chamar a atenção para o problema ainda invisível no Brasil, neste Dia Mundial da Urticária (1/10), uma ação de rua levará grupos uniformizados, com placas da campanha, material informativo e médicos para oferecer informações sobre a doença diretamente para a população.

A ação ocorre em 10 cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Brasília, Porto Alegre, Curitiba e Ribeirão Preto. No Rio de Janeiro, será das 11 às 15h, no Centro, com uma caminhada começando pelo Largo da Carioca, Rua Uruguaiana, Av. Presidente Vargas, Av. Rio Branco e terminando no Largo da Carioca.

Como a urticária crônica espontânea se manifesta

A urticária se manifesta com lesões avermelhadas que formam placas elevadas na pele (urticas) e coçam a ponto de a pessoa não conseguir manter suas atividades diárias, como trabalhar, estudar ou até mesmo dormir. Muitas vezes, a doença também se manifesta com inchaço dolorido ou não em algumas partes do corpo (angioedemas), que podem ou não ser acompanhados da coceira.

Quando esse surgimento de urticas e/ou angioedema ultrapassa seis semanas, estamos diante do que os médicos classificam como uma urticária crônica e, em aproximadamente 66% dos casos, trata-se de uma Urticária Crônica Espontânea (sem um gatilho externo para seu surgimento, assim como outras doenças autoimunes).

A UCE deixa marcas avermelhadas na pele que coçam muito por pelo menos seis semanas e não tem uma causa externa, ou seja, não é causada por alimentos, perfumes, produtos de limpeza ou cosméticos. As manchas, associadas à coceira, desaparecem em até 24h sem deixar marca, reaparecendo em outras áreas da pele, dando uma sensação de que estão “andando” pelo corpo.

Doença não pega e tem tratamento

O ator Eriberto Leão, embaixador da campanha ‘Tudo sobre UCE’, lançada em abril pela fabricante de um medicamento para a doença, explica que o diagnóstico tardio é muito frequente na maioria dos casos.

“O desconhecimento sobre a UCE faz com que as pessoas passem anos sofrendo sem saber o que tem e sem o tratamento adequado, e isso não precisa ser assim. Levar o conhecimento sobre a doença e seus sintomas é trazer esperança a quem tem a enfermidade. Por isso que fiquei sensibilizado para ser o embaixador dessa causa, que ajudará milhões de pessoas a ter uma vida melhor”, ressalta.

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Demora no diagnóstico

O Dia Mundial da Urticária chama a atenção para o pior problema de quem convive com essa doença: o diagnóstico ainda é muito demorado. Facilmente confundida com alergia, boa parte dos pacientes levam anos até que um médico especialista (geralmente alergista ou dermatologista) identifique a UCE.

Uma pesquisa inédita realizada pela Ipsos no Brasil a pedido da Novartis, em março de 2018, apontou que 91% da população desconhecem totalmente a doença. Das pessoas que dizem já terem ouvido falar da UCE, a grande maioria dos entrevistados atribui a causa da doença a mitos como estresse, alimentos, produtos de limpeza e cosméticos.

Grande parte dos pacientes no Brasil relatam que levam anos para chegarem a um diagnóstico correto e, em razão disso, 67% dos pacientes desistem de procurar um médico. Enquanto não são diagnosticados com a doença, muitos pacientes são medicados erroneamente com corticoides, analgésicos e anti-inflamatórios e voltam repetidas vezes em pronto-atendimentos que não resolverão o problema.

Tratamento pode incluir imunobiológico

Se a pessoa for diagnosticada com urticária, não precisa se desesperar. Ela não é contagiosa e, com o tratamento correto, 92% dos pacientes conseguem controlar os sintomas. Isso significa que é possível ter uma qualidade de vida equivalente à de alguém sem a doença.

O tratamento inicial é feito com anti-histamínicos não sedantes (segunda geração) e, para pacientes que não apresentem melhora, associa-se um medicamento imunobiológico já disponível no Brasil. Com o tratamento correto, estima-se que 92% dos pacientes ficam livres dos sintomas e podem voltar a ter uma vida normal, vivendo com uma qualidade de vida equivalente à de uma pessoa sem a doença.

Onde procurar ajuda

Quem tem sintomas recorrentes parecidos com uma alergia, que não conseguem descobrir a causa, precisa antes de tudo buscar um médico especialista (alergista ou dermatologista).

Há também centros de excelência de UCE (Ucare) no mundo todo, inclusive no Brasil, como a Faculdade de Medicina do ABC, Hospital das Clínicas, Hospital São Paulo e outros, que podem ser consultados aqui.

Com Assessoria Novartis

 

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