7 bons hábitos que ajudam a prevenir o câncer colorretal

Maus hábitos alimentares, aliado ao sedentarismo e obesidades, estão por trás do aumento de casos de câncer de intestino entre jovens

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O câncer colorretal (também chamado de câncer de intestino) está entre os mais frequentes no mundo e a incidência da doença tem aumentado entre a população mais jovem, com menos de 50 anos. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima uma média de 36 mil novos casos registrados todos os anos, atingindo principalmente jovens. Cinco a cada um milhão de pessoas na faixa entre 20 e 29 anos terá a doença.

O mês de setembro tem um calendário marcado por temas relacionados à saúde, entre elas a campanha de conscientização do câncer de intestino. Neste Setembro Verde, criado pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia, especialistas alertam para o maior risco de tumores de intestino grosso e reto entre adultos jovens por conta do sedentarismo, obesidade e maus hábitos alimentares.

Para Andrey Soares, oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO), unidade São Paulo do Grupo Oncoclínicas, as principais causas dessa mudança de perfil de paciente estão relacionadas aos maus hábitos cotidianos: falta de exercícios físicos e ingestão de alimentos pobres em vitaminas e fibras, fatores estes que também contribuem para o sobrepeso e obesidade – uma epidemia global que atinge 1,9 bilhão de pessoas globalmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os tumores de cólon e reto ainda são mais prevalentes entre idosos. Contudo, do total atual de pacientes diagnosticados atualmente nos EUA, 30% têm menos de 55 anos. E esse percentual deve continuar aumentando ao longo dos próximos anos se não forem adotadas medidas de conscientização sobre as causas e importância do diagnóstico precoce para tratamento da doença”, explica.

A doença, os sintomas e as principais causas

O câncer colorretal é caracterizado pelo tumor que se instala nas regiões do cólon e reto. Em sua maioria, os sintomas são relacionados ao comportamento intestinal, incluindo diarreia ou constipação, fezes finas e que apresentem sangue e/ou mucosa.

Inchaço frequente na região abdominal, gases, fadiga ou falta de energia e perda de peso súbita também fazem parte da lista de sintomas possíveis. Além disso, pessoas que apresentam pólipos (lesões benignas) estão mais propensas a desenvolver tumores.

Considerando os fatores de risco que elevam a probabilidade de desenvolver a doença, o Dr. Andrey destaca algumas condições hereditárias, doenças inflamatórias intestinais e dietas hiperproteícas e baixo consumo de fibras e cálcio.

Pessoas com histórico familiar deste tipo de tumor ou que tenham condições hereditárias como retocolite ulcerativa crônica ou doença de Crohn, por exemplo, fazem parte de um grupo que deve sempre se manter alerta. Mas não podemos esquecer que outros fatores de risco podem ser evitados a partir de uma mudança simples de hábitos relacionados à alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos e controle do peso”, frisa o especialista.

Diagnóstico precoce pode representar a cura

De acordo com dados do Inca, este tipo de tumor está entre os primeiros na lista dos diagnosticados com mais frequência entre os brasileiros. A doença atinge ambos os gêneros em igual proporção. Nos homens, a incidência está atrás do de próstata e dos tumores de pulmão. Entre as mulheres, ele é o segundo mais frequente, após o de mama. A boa notícia é que, caso o diagnóstico seja precoce, a doença tem tratamento e pode alcançar a cura.

Quando diagnosticado em fase inicial e tratado corretamente, o câncer de intestino pode ter mais de 60% de chances de cura, alcançando taxas ainda maiores quanto mais precoce for descoberta a doença. Mas, isso não deve desanimar aqueles que descobrem o tumor em um estágio mais avançado, pois existem tratamentos eficazes para estes casos. É preciso sempre buscar ajuda de um especialista e ter disciplina ao seguir as orientações médicas para viver com mais saúde e qualidade de vida”, ressalta Artur Ferreira, médico do Hospital 9 de Julho.

Ele destaca que é possível tratar e, quando diagnosticado precocemente, curar o câncer de intestino. Mas, para isso, é necessário ter a colaboração do paciente que deve informar o histórico familiar, adotar bons hábitos e buscar um especialista quando observar que algo não vai bem. “No caso do diagnóstico positivo, o tratamento pode variar de acordo com o tamanho, a localização e a extensão do tumor. Mas, em geral, pode passar pelas etapas de cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Após a cura, é fundamental manter o seguimento clínico com o oncologista até que o mesmo dê alta”.

Quando começar o rastreio por colonoscopia

A colonoscopia é o exame padrão para investigação de doenças do cólon e do reto. Nos casos de suspeita de câncer, esse exame pode determinar a localização da lesão e permitir a biópsia para confirmação da malignitude. Hoje, a recomendação para pessoas com risco médio é que ela seja realizada aos 50 anos de idade e repetida a cada dez anos.

Frente às evidências de que pessoas cada vez mais jovens estão desenvolvendo tumores, os pesquisadores da ASC sugerem que o rastreio comece mais cedo, aos 40 anos, para aqueles com história familiar de câncer colorretal ou adenomas em um parente de primeiro grau. Mas mais do que estabelecer um protocolo relacionado à idade, é preciso avaliar de forma individualizada cada caso, levando em conta tanto na prevenção quanto no tratamento os hábitos pessoais e fatores hereditários para uma abordagem mais assertiva”, finaliza o Dr. Andrey Soares.

Pode ter como causa maus hábitos de vida ou hereditariedade, sendo mais comum em pessoas com mais de 50 anos. Por esse motivo, é a partir dessa idade que o exame de colonoscopia é normalmente indicado. A colonoscopia é importante para a prevenção e detecção de câncer intestinal, pois faz a análise completa das estruturas do órgão. É por meio dele, inclusive, que o médico pode remover pólipos, lesões que, se não tratadas, podem levar ao câncer.

Aumento entre pessoas nascidas nos anos 1990

Um levantamento divulgado pela Sociedade Americana de Câncer (ACS, sigla do inglês American Cancer Society) em 2017 revelou que a taxa de incidência de tumores colorretais entre pessoas em idade adulta nascidas nos anos 1990 vem apresentando um aumento constante ano a ano.

Segundo a pesquisa, os chamados Millennials têm o dobro de risco de desenvolver câncer no cólon (segmento do intestino grosso) e quatro vezes mais chance de receberem um diagnóstico de câncer no reto em comparação à geração Baby Boomers, indivíduos com 55 anos ou mais.

De acordo com o recorte apresentado pela ACS, cinco a cada um milhão de pessoas na faixa entre 20 e 29 anos terá a doença, enquanto considerando homens e mulheres nascidos nos anos 1950, essa variação cai para três a cada um milhão.

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7 bons hábitos que ajudam a prevenir o câncer de intestino

A seguir, o Dr. Ferreira lista sete bons hábitos que auxiliam na prevenção ou no tratamento do câncer de intestino:

1- Pesquise seu histórico familiar – O câncer de intestino não costuma apresentar sintomas no estágio inicial. Por isso, é importante verificar se na sua família há pessoas com histórico do tumor. Em caso afirmativo, marque consulta com um especialista para a realização de exames preventivos.

2- Tenha atenção ao peso do seu corpo – Ir ao médico periodicamente e pedir para que ele calcule seu Índice de Massa Corpórea (IMC) pode ajudar. “Trata-se de um método adotado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para determinar o peso ideal de cada indivíduo, com base na relação entre peso e altura da pessoa. “Quanto maior o grau de obesidade, mais chances de desenvolver a doença. explica o especialista.

3- Saia do sedentarismo – Incluir exercícios físicos na rotina diária gera diversos benefícios à saúde, incluindo o bem-estar do corpo e da mente, além do melhor funcionamento do intestino. Uma simples caminhada diária de 30 minutos beneficia, e muito, o organismo.

4- Alimente-se de maneira saudável – Prefira sempre consumir alimentos naturais, como verduras, legumes, cereais integrais, grãos e sementes. A ideia é que, com uma dieta rica em fibras, vitaminas, proteínas, carboidratos e sais minerais, seu intestino funcione de maneira mais adequada. Além disso, o bom hábito também contribuirá para o controle do seu peso corporal.

5- Beba água – A água, quando associada a uma alimentação adequada e rica em fibras, auxilia no bom funcionamento do intestino, evitando a prisão de ventre.

6- Dê atenção aos sinais do seu corpo – Em alguns casos, o paciente descobre que está com câncer de intestino após apresentar sinais e sintomas como com sangramento nas fezes, dor abdominal, perda de peso, anemia ou mudança de hábito intestinal. Nem sempre esses sintomas resultam no diagnóstico do tumor, mas sempre precisam ser investigados para a busca de diagnóstico e tratamento específicos.

7- Não adie o diagnóstico – Caso seu médico desconfie da existência do câncer de intestino ou de qualquer outra patologia no seu corpo, seja a primeira pessoa a colaborar com o processo de cura. No caso do tumor, a colonoscopia é o exame indicado para o diagnóstico. Este exame permite ao médico analisar o revestimento interno do intestino através de um dispositivo fino e flexível com uma câmera microscópica, que filma o interior do intestino.

Com Assessorias

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