Conheça os diferentes tipos de câncer de pele e sua gravidade

Neste Dezembro Laranja, dermatologistas fazem campanha para esclarecer riscos do câncer de pele, diferentes tipos da doença e como tratar

O Dezembro Laranja 2020 alerta para a importância de conscientizar crianças sobre proteção solar (Foto: © iStock)
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O câncer da pele é provocado pelo crescimento anormal das células que compõem o maior órgão do corpo humano. É o mais incidente no Brasil, com cerca de 180 mil novos casos ao ano, mas quando descoberto no início, tem mais de 90% de chances de cura.  Devido ao crescente número de casos, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove o Dezembro Laranja, iniciativa que faz parte da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele.

Desde 2014, sempre no último mês do ano, são realizadas diferentes ações em parceria com instituições públicas e privadas para informar a população sobre as principais formas de prevenção e a procurar um médico especializado para diagnóstico e tratamento. Neste ano, a campanha Dezembro Laranja destaca que a exposição solar na infância é capaz de influenciar tanto no envelhecimento quanto no desenvolvimento do câncer de pele.

Por isso, é importante que os pequenos tenham conhecimento, desde cedo, da necessidade de cuidar da pele a partir de hábitos de fotoproteção, que incluem usar de óculos de sol e blusas com proteção UV, bonés ou chapéus, preferir a sombra, evitar a exposição solar entre 9h e 15h e utilizar filtro solar com FPS igual ou superior a 30, reaplicado a cada duas horas ou sempre que houver contato com a água. Para os especialistas, a informação sobre a doença é fundamental para a queda no número de casos.

Dezembro Laranja: os tipos de câncer de pele

No Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) é parceira da campanha Dezembro Laranja. O  dermatologista Egon Daxbacher, diretor da SBD e médico do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE),  explica os três tipos de câncer de pele, que podem se manifestar de formas distintas.

Os mais comuns denominados carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular – chamados de câncer não melanoma – e que apresentam altos percentuais de cura se diagnosticados e tratados precocemente. Um terceiro tipo, o melanoma, apesar de não ser o mais incidente, é o mais agressivo e potencialmente letal.

A gente costuma apenas ouvir sobre o melanoma, que é o mais agressivo, e, geralmente, o que leva à morte, com metástase. Mas existem três tipos de câncer de pele. O basocelular, que é o mais frequente e se apresenta nas áreas mais expostas ao sol, principalmente face, orelha e couro cabeludo. Apesar de não ter potencial de morte e metástase, seu crescimento pode levar a cirurgias desfigurantes, principalmente quando é localizado próximo ao nariz, boca e olhos”, explica.

Já os espinocelulares têm algum potencial de metástases e, possivelmente morte, principalmente quando atinge a língua e lábios. Também tem a ver com a exposição ao sol, produtos químicos e feridas crônicas. “E, por fim, temos o melanoma que é o mais agressivo deles. É derivado de pintas e, que mesmo bem pequenas, podem ocasionar grandes estragos”, exemplifica o dermatologista. “Geralmente uma pinta que muda de cor ou que tem um crescimento ao longo do tempo. Essas duas características ajudam muito no diagnóstico desse tipo de câncer de pele”, afirma Dr. Egon Daxbacher.

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Carcinoma basocelular – É o câncer de pele mais frequente na população, correspondendo a cerca de 70% dos casos. Se manifestam por lesões elevadas peroladas, brilhantes ou escurecidas que crescem lentamente e sangram com facilidade.  

Carcinoma espinocelular – É o segundo tipo de câncer de pele de maior incidência no ser humano. Ele equivale a mais ou menos 20% dos casos da doença. É caracterizado por lesões verrucosas ou feridas que não cicatrizam depois de seis semanas. Geralmente causam dor e possuem sangramentos.  

Câncer de pele melanoma – Apesar de corresponder apenas cerca de 10% dos casos, é o mais grave pois pode provocar metástase rapidamente – espalhamento do tumor para outros órgãos do corpo humano – e levar à morte. É conhecido pintas ou manchas escuras que crescem e mudam de cor e formato rápido. As lesões também podem vir acompanhadas de sangramento. 

Atenção às pintas e manchas

A exposição solar exagerada e desprotegida ao longo da vida, além dos episódios de queimadura solar, são os principais fatores de risco do câncer de pele. Segundo o coordenador da campanha  Dezembro Laranja, Elimar Gomes, qualquer um pode desenvolver um câncer de pele.

No entanto, existem pessoas mais propensas, como as de pele, cabelos e olhos claros; indivíduos com histórico familiar de câncer de pele; múltiplas pintas pelo corpo e pacientes imunossuprimidos e/ou transplantados. “Estas pessoas precisam de um cuidado a mais com a pele e de avaliação frequente de um médico dermatologista”, frisa o especialista.

É preciso prestar a atenção em pintas que crescem, manchas que aumentam, sinais que se modificam ou feridas que não cicatrizam pois podem revelar o câncer de pele. O autoexame frequente facilita o diagnóstico e tratamento precoces. Ao notar algum dos sintomas, procure um médico especialista em dermatologia. Quando descoberto no início, tem mais de 90% de chances de cura.

Câncer de pele no Brasil e no Rio

No Brasil, o número de casos novos de câncer de pele não melanoma esperados, para cada ano do triênio 2020-2022, é de 83.770 em homens e de 93.170 em mulheres, correspondendo a um risco estimado de 80,12 casos novos a cada 100 mil homens e 86,66 casos novos a cada 100 mil mulheres. Os números são do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

O câncer de pele não melanoma em homens é mais incidente nas Regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, com um risco estimado de 123,67/100 mil, 89,68/100 mil e 85,55/100 mil, respectivamente. Nas Regiões Nordeste e Norte, ocupa a segunda posição, com um risco estimado de 65,59/100 mil e 21,28/100 mil, respectivamente.

No que diz respeito às mulheres, o câncer de pele não melanoma é mais incidente em todas as Regiões brasileiras, com um risco estimado de 125,13/100 mil (Centro-Oeste), 100,85/100 mil (Sudeste), 98,49/100 mil (Sul), 63,02/100 mil (Nordeste) e 39,29/100 mil (Norte).

Quanto ao câncer de pele melanoma, a estimativa do número de casos novos é de 4.200 em homens e de 4.250 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 4,03 casos novos a cada 100 mil homens e 3,94 para cada 100 mil mulheres. Na Região Sul, o câncer de pele melanoma é mais incidente quando comparado com as demais Regiões, para ambos os sexos.

Para o Estado do Rio de Janeiro são estimados 21.090 novos casos de Câncer de Pele não Melanoma (Homens: 10.600 e Mulheres: 10.490) para cada ano do triênio 2020-2022. Já na Cidade do Rio de Janeiro são estimados 10.090 novos casos de Câncer de Pele não Melanoma (Homens: 5.110 e Mulheres: 4.980) para o mesmo período.

Em relação ao melanoma, a estimativa para o Estado do Rio de Janeiro é de 540 novos casos (Homens / Mulheres: 270) para cada ano do triênio 2020-2022. Na Cidade Maravilhosa se estima 270 novos casos de Câncer de Pele Melanoma (Homens / Mulheres: 130).

Mortalidade por câncer de pele

Os dados de mortalidade são disponibilizados pelo DATASUS, do Ministério da Saúde. A atualização mais recente é de 2018:

·         Não melanoma no Brasil: 2.329 (1.358 homens e 971 mulheres);

·         Não melanoma na Região Sudeste: 884 (517 homens e 367 mulheres);

·         Não melanoma no Estado do Rio de Janeiro: 173 (111 homens e 62 mulheres);

·         Não melanoma na Cidade do Rio de Janeiro: 94 (61 homens e 33 mulheres);

          Melanoma no Brasil: 1.791 (1.038 homens, 752 mulheres 1 sexo ignorado);

·         Melanoma na Região Sudeste: 731 (426 homens e 305 mulheres);

·         Melanoma no Estado do Rio de Janeiro : 92 (57 homens e 36 mulheres);

·         Melanoma na Cidade do Rio de Janeiro: 46 (27 homens e 19 mulheres).

Fonte: SES-RJ e SBD

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