Efeito Marília Mendonça: como encarar o medo de viajar de avião?

Psicóloga Miriam Pontes de Farias mostra como é possível enfrentar o medo de viajar de avião com ajuda da hipnose clínica

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A morte da cantora Marília Mendonça em um acidente aéreo o interior de Minas Gerais, trouxe de volta o debate em torno de um dos maiores medos do ser humano: viajar de avião. Marília morreu no auge de sua carreira e aos 26 anos de idade, deixando um filho de menos de dois anos.

A fobia de avião – entre outras fobias – leva muitas pessoas aos consultórios de psicoterapia. Mas será que dá para vencer o medo e viajar de avião nessas férias pós-pandemia? Em seu artigo na seção ‘Palavra de Especialista’ desta semana, a psicóloga Miriam Pontes de Farias mostra como é possível enfrentar o medo de viajar de avião com ajuda da hipnose clínica. Miriam é especialista nesse tema e colabora mensalmente com o Portal ViDA & Ação. Confira:

Fobia de viajar de avião

Por Miriam Pontes de Farias* 

Planejar aquela viagem de férias ou ainda viajar a negócios. O que fazer quando isso se torna uma tortura? A fobia de viagem de avião apresenta-se fora do controle daqueles que sofrem desse mal, ou seja, não basta pensar que nada vai acontecer, pois os sintomas e o mal-estar ocorrem, independentemente, da vontade do indivíduo.

É muito comum que os sintomas físicos estejam acompanhados de muito medo e uma apreensão ou sensação de que alguma coisa ruim irá acontecer. A fobia é um transtorno de ansiedade, e como o próprio nome diz, causa algum tipo de transtorno em nossa vida, e é definido pelo persistente e excessivo medo, terror ou temor em relação a um acontecimento de pouco ou nenhum perigo real.

O paciente que sofre de fobia – neste caso, de avião – acaba limitando a sua vida, pois entrar em contato com o medo de viajar muitas vezes é maior do que a possibilidade de fazer uma viagem, seja de férias ou a trabalho. Sendo uma atividade ou prática, que para a maioria da população são consideradas normais, para quem padece desse mal causa transtorno. 

O medo, a insegurança e o mal-estar muitas vezes não podem ser controlados. A pessoa sente sensações ruins pelo corpo, pois o cérebro libera o hormônio do estresse, o cortisol, que provoca sofrimento, junto ao fato da ocorrência de um medo incontrolável.

Muitas pessoas não compreendem o sofrimento de quem tem fobia de voo, e tentam dar conselhos e mostrar que é uma experiência boa. É importante esclarecer que pessoa que sofre da fobia, age assim, não é porque ela quer, sua atitude não é racional como a maioria pensa, é uma questão de fundo emocional, ela tem um sofrimento profundo que não consegue controlar.

Reações da fobia de avião

Durante uma crise há o aparecimento de algumas reações físicas e psicológicas características, como tensão no corpo, sudorese, taquicardia, boca seca, tremor, mal-estar, dificuldade para respirar, nervosismo, sensação intensa de pânico, ansiedade e de pensamentos catastróficos.

Com todo esse desconforto, a pessoa não tem dúvida de que viajar de avião é uma experiência ruim. Há pessoas em que o pavor em viajar de avião é tão grande, que somente em pensar numa viagem aérea já começam a passar mal.

Sentir medo é normal, tem a ver com a própria preservação da espécie, é da natureza humana esse sentimento. Pensar sobre o risco de um acidente também é um pensamento que pode nos ocorrer, mas essa questão não  impossibilita que milhões de pessoas viajem de avião todos os anos, pois, sabidamente, as viagens aéreas são muito seguras.

Mas no caso do indivíduo com fobia de voar de avião, o medo é incapacitante, causando transtorno físico, mental e emocional. Deixando a pessoa incapaz de realizar uma tarefa que para a maioria da população é prazerosa.

A boa notícia, é que há tratamento e o paciente pode ficar bem! É importante quando a pessoa perceber que o medo de viajar de avião está exagerado ou transtornando a sua vida, procurar ajuda profissional com um psicólogo habilitado em hipnose clínica.

Através desse atendimento serão trabalhadas e ressignificadas as emoções que estão relacionadas com essa fobia. Em alguns casos quando o sofrimento está intenso, o psicólogo pode indicar acompanhamento com o médico psiquiatra, para que o paciente faça simultaneamente a terapia com hipnose quanto o tratamento medicamentoso.

*Miriam Pontes de Farias é psicóloga (CRP 05/25815), pós-graduada em Hipnose Clínica, professora, conferencista internacional, palestrante, coordenadora e supervisora de grupos há mais de 20 anos. Foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hipnose (SBH) e ministra cursos de Hipnose Clínica, Regressão de Memória e Auto-hipnose.

Contatos: miriam.psi.hipnose@gmail.com / facebook.com/AHipnose’ / Instagram: @miriam.psi.hipnose /www.miriamhipnose.com.br Tel.: (21) 99221-8462 (WhatsApp)

Miriam escreve para a seção ‘Palavra de Especialista’ uma vez por mês. Contatos: palavradeespecialista@vidaeacao.com.br.

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